A duras penas

Depois de anunciar, durante a Festa Literária Internacional de Paraty, a renovação do Programa de Apoio à Tradução, a Biblioteca Nacional (BN) já tem a lista de seus primeiros contemplados com o cheque de US$ 3 mil para o auxílio na versão de autores brasileiros para o inglês, espanhol e francês. O projeto fez com que reascendesse no mercado editorial a esperança da expansão da literatura brasileira no exterior, já que hoje sua aceitação no mercado mundial é mínima.     Na lista divulgada pela BN, sete editoras foram beneficiadas com a verba para tradução de 11 livros de diferentes autores. Com isso, apenas US$ 36 mil dos US$ 174 mil previstos para o programa em 2004 estão comprometidos. Como esclarece o cordenador-geral do Livro e da Leitura, Luciano Trigo, responsável pelo programa, a renovação foi importante:     – O programa já existia, mas achamos que ele era feito de forma aleatória. Então, fizemos um levantamento do que era importante na literatura brasileira e que ainda estava inédito em inglês, francês ou espanhol e publicamos três livros – um para cada língua – apenas com o primeiro capítulo dessas obras, para avaliação de editores. Tentamos dosar autores consagrados com

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Começa a distribuição dos livros didáticos

O Ministério da Educação começou em 22.10.04 a distribuição dos livros didáticos destinados aos alunos das escolas públicas de ensino fundamental e ensino médio. No total, serão distribuídos 95.848.161 livros didáticos, sendo 93.143.113 para o ensino fundamental e 2.705.048 para o ensino médio. Para a distribuição, o MEC gastará R$ 68,4 milhões, por meio de contrato firmado entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE/MEC) e os Correios. Até o início do ano letivo de 2005, todas as escolas públicas receberão os livros didáticos.    Serão beneficiados mais de 25 milhões de estudantes do ensino fundamental e 1,3 milhão do ensino médio de cerca de 140 mil escolas. Para a aquisição do acervo, o investimento foi de R$ 488 milhões. Pela primeira vez, o Ministério da Educação estará distribuindo livros didáticos para as escolas de ensino médio. O projeto é piloto e destina-se aos alunos da 1ª série do ensino médio matriculados em escolas públicas das regiões Norte e Nordeste. Os livros são de matemática e língua portuguesa.    Já os livros do ensino fundamental são de língua portuguesa (incluindo alfabatização), matemática, história, ciências e geografia. Serão atendidos todos os alunos de 1ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries.

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Brasil dá primeiro passo para unificar língua

As duas ortografias oficiais da língua portuguesa -a do Brasil e a de Portugal- estão prestes a se tornar uma só. No dia 21 de outubro, o governo brasileiro aprovou um protocolo que deverá, em breve, promover a unificação. Com a reforma pela qual a língua passará, o trema deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados, e o alfabeto passará a ter 26 letras -incorporará mais três: “k“, “w“ e “y“.    O filólogo Antônio Houaiss, representante brasileiro durante as negociações com Portugal (que terminaram em 1990), aponta no livro “A Nova Ortografia da Língua Portuguesa“ cerca de 40 mudanças que terão de ser incorporadas ou à ortografia brasileira ou à portuguesa.    As mudanças, no entanto, ainda dependem da aprovação do protocolo por Portugal e Cabo Verde. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa existe desde 1990, mas nunca foi implementado, pois precisava da ratificação de todos os oito membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa). Apenas três deles -Portugal, Brasil e Cabo Verde- haviam começado a adaptar suas legislações ao acordo.    Para agilizar o processo de reforma da língua, os chefes de Estado da CPLP decidiram, na última reunião de cúpula,

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Conselho Nacional do Livro e Leitura será anunciado nesta segunda-feira

Na próxima segunda-feira, em São Paulo, será anunciada oficialmente pelo ministro Gilberto Gil a criação do Conselho Nacional do Livro e Leitura, cujos parâmetros já vêm sendo debatidos desde junho nas reuniões promovidas por Galeno Amorim, Coordenador do programa Fome de Livro do MinC. O Conselho é o primeiro passo formal para a implementação do Plano Nacional do Livro e da Leitura, que pretende nortear os rumos da política do livro e da leitura no país ao menos pelas próximas duas décadas.     “A função do Conselho será propor, criar e aprovar essa política, e, para isso, contará com representantes do Estado, da iniciativa privada e do terceiro setor. Queremos que o plano seja legitimado por todos os participantes, fruto de um debate acima de tudo democrático”, resume Galeno.     Dessa forma, editores, livreiros, bibliotecários, autores e leitores em geral devem reservar em suas agendas o horário do evento da próxima segunda-feira: 14h30, na Cinemateca Brasileira, sita ao Largo Senador Raul Cardoso, 133, Vila Clementino.    Na ocasião, Gilberto Gil também anunciará a criação das câmaras setoriais das artes visuais, da música e do teatro. O número de componentes, as regras e a periodicidade dos encontros do Conselho

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O livro continua insubstituível

Produção não-didática cresce e é a maior dos últimos cinco anos.    Após conviver nos últimos anos com a propalada hipótese da própria extinção diante da chegada feroz da internet e de pretensos substitutos digitais, o livro – o primeiro meio impresso de multiplicação do conhecimento humano – já se sente suficientemente forte para assegurar que não morre tão cedo.     Na semana entre 27 e 30 de outubro, empresários, autoridades governamentais, presidentes de entidades e profissionais do livro de todo o País estarão reunidos em Porto Alegre para discutir o futuro da indústria livreira, que movimentou R$ 3,3 bilhões no ano passado, no 32 Encontro Nacional de Editores e Livreiros.     “Não vejo neste momento ou num futuro próximo nenhuma plataforma eletrônica capaz de desbancar o velho livro de papel. Por isso, não parece demais prever vida longa ao livro, seja porque entendo ser difícil que um e-book ofereça o mesmo conforto para leituras longas, seja pelo fetichismo que o produto tradicional provoca a uma parte dos leitores“, diz o vice-presidente da organizadora do evento, a Câmara Brasileira do Livro, Bernardo Gurbanov.     A tecnologia, ao contrário, tem ajudado o mercado editorial, na medida em que

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O Projeto do Ministro da Educação Tarso Genro

O professor Tarso Genro, ministro da Educação, se levanta todos os dias às 6 horas para caminhar no parque que fica ao lado do hotel onde mora, no centro de Brasília. É nesses momentos de reflexão, sozinho, que ele tem construído a estratégia de um novo projeto com o qual ele pretende mudar a face do ensino no Brasil. “Vem aí uma verdadeira revolução“, anuncia. “Hoje, 97% das crianças estão na escola, mas é um ensino de péssima qualidade“, prossegue. “A nossa revolução é pela qualidade em todos os níveis.“ Tarso olha para cima e alisa o bigode. “Vamos mexer com tudo, vamos fazer nossa parte para acelerar o desenvolvimento nacional.“ Rege o ditado popular que de boas intenções o inferno está cheio. Há neste momento 205 programas em andamento no MEC – e ainda não se sabe o que vai sair do papel. Mas num governo marcado pelas acusações de paralisia, chamam atenção alguns fatos e números que demonstram que o ministro está conseguindo viabilizar parte de suas idéias. Quatro delas têm forte impacto na economia real.     Na sexta-feira 15 de outubro, o MEC começou a receber as propostas de adesão das faculdades particulares ao ProUni, programa

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Projeto proíbe livro didático preconceituoso

O Projeto de Lei 2609/03, do deputado Pastor Reinaldo (PTB-RS), proíbe a publicação para uso escolar de livros didáticos contendo figuras, fotos, símbolos, palavras ou frases que estimulem ou evidenciem a segregação racial, social ou religiosa. A proposta pune as editoras que descumprirem a determinação com multa ou prestação de serviços comunitários.     A matéria tramita em regime conclusivo na Comissão de Educação e Cultura, onde aguarda designação de relator. Em seguida, será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação.    Preconceito e discriminação  “É notória a superficialidade com que a cultura e as questões sociais dos países afro-descendentes são abordadas nos livros didáticos utilizados nos níveis fundamental e médio“, afirma o deputado. “Fatos relevantes, não só dessa população como também dos povos orientais e indígenas, são notada e preconceituosamente omitidos“.    Citando pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), o parlamentar afirma que muitos livros didáticos apresentam pessoas daquelas etnias “em condições isoladas de desvantagem, menos-valia, inferioridade ou submissão, sugestionando o imaginário daqueles que as vêem“.     No estudo, a USP analisou uma coleção de livros de Português adotada nos quatro primeiros anos do ensino fundamental. Embora aprovada pelo MEC e tendo vencido

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Debate avalia ensino no País e condições de professores

A qualidade do ensino no Brasil foi o tema do debate promovido na manhã de 15/10 pelo programa Câmara Agora Especial, da TV Câmara, em comemoração ao Dia do Professor. A formação e a remuneração de professores, a estrutura e as condições de trabalho e os investimentos na área de Educação foram alguns dos pontos discutidos durante o programa.     Para o debate, foram convidados o ex-ministro da Educação, senador Cristovam Buarque (PT-DF); o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG); a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fátima Aparecida da Silva; e o representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Jorge Werthein.    Sistema único    O senador Cristovam Buarque sugeriu que a educação seja “federalizada“ e se torne uma preocupação maior do Governo Federal. De acordo com o parlamentar, um dos grandes problemas da educação é a falta de atenção ao professor. Por isso, ele defendeu, durante o debate, que esses profissionais sejam mais bem remunerados e recebam mais formação e motivação.     A idéia de um sistema único para a educação, por exemplo, de acordo com o senador, poderia ser uma boa alternativa para

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Especialistas do Centro-Oeste discutem currículo do ensino médio

Realizado pela Secretaria de Educação Básica do MEC (SEB/MEC), com o apoio da Secretaria de Educação de Mato Grosso, começou hoje, 18, em Cuiabá, o seminário Orientações Curriculares do Ensino Médio, que reúne equipes técnicas das secretarias de Educação de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, Goiás e do Distrito Federal, professores e alunos da rede pública de ensino e docentes universitários que atuam na formação de professores do ensino médio. No evento, será aprofundada a análise dos atuais Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino médio, e definidos os pontos que deverão orientar os currículos, a partir de 2005.    A discussão teve início às 8h30, no Centro de Eventos Pantanal. Às 9h, foi realizada a mesa-redonda O currículo escolar do ensino médio e suas implicações; às 11h, ocorreu a primeira reunião de grupo de trabalho, que se estenderá até o encerramento das atividades, às 19h. Amanhã, 19, às 8h30, acontece a mesa-redonda Ensino médio noturno, impasses e perspectivas; às 10h15, a mesa-redonda Decreto nº 5.154/2004 e o ensino médio integrado; às 13h30, plenária; e às 19, encerramento.    O seminário Orientações Curriculares do Ensino Médio teve início em Florianópolis, no dia 13 deste mês, reunindo especialistas dos três estados

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