Debate avalia ensino no País e condições de professores

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A qualidade do ensino no Brasil foi o tema do debate promovido na manhã de 15/10 pelo programa Câmara Agora Especial, da TV Câmara, em comemoração ao Dia do Professor. A formação e a remuneração de professores, a estrutura e as condições de trabalho e os investimentos na área de Educação foram alguns dos pontos discutidos durante o programa.  
 
Para o debate, foram convidados o ex-ministro da Educação, senador Cristovam Buarque (PT-DF); o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG); a diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fátima Aparecida da Silva; e o representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Jorge Werthein. 
 
Sistema único 
 
O senador Cristovam Buarque sugeriu que a educação seja “federalizada“ e se torne uma preocupação maior do Governo Federal. De acordo com o parlamentar, um dos grandes problemas da educação é a falta de atenção ao professor. Por isso, ele defendeu, durante o debate, que esses profissionais sejam mais bem remunerados e recebam mais formação e motivação.  
 
A idéia de um sistema único para a educação, por exemplo, de acordo com o senador, poderia ser uma boa alternativa para nivelar o ensino brasileiro. O sistema incluiria um piso salarial nacional, unificado, para acabar com as diferenças regionais de salário. “Isso significaria três mínimos para todas as escolas: o mínimo do salário, o mínimo de conteúdo e o mínimo de instalação e equipamentos, como bibliotecas e informática. Pode não acontecer de um dia para o outro, mas pode começar já“, disse.  
 
O ex-ministro da área acrescentou que o dinheiro utilizado pelo Governo para pagar a dívida externa faz falta na hora de valorizar o salário do professor. 
 
Parcerias 
 
O deputado Bonifácio de Andrada chamou a atenção para a necessidade de investimento na área universitária, já que, em sua opinião, a universidade é o espaço para a reflexão sobre educação e pode contribuir para a melhoria do ensino. Para o parlamentar, o professorado brasileiro dedica-se à profissão, apesar dos problemas, porque a vocação é mais forte. Ele destacou ainda que é difícil tratar o Brasil, país de dimensões continentais, de forma homogênea, e defendeu o papel do município e também a parceria entre os poderes federal, estadual e municipal.  
 
Contrário às propostas de unificação na educação, o deputado Bonifácio alertou que é preciso manter o Brasil como uma Federação, com a autonomia de estados e municípios em algumas questões. 
 
Heróis 
 
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, revelou, no debate, dados de um estudo realizado pela Unesco para traçar o perfil dos professores no Brasil. De acordo com esse trabalho, “os professores devem ser considerados heróis“, disse Werthein.  
 
Entre as principais dificuldades encontradas, está a de terem uma boa formação ou acesso a tecnologias como a Internet. Segundo a Unesco, mais da metade dos professores brasileiros não utilizam computadores. 
 
Werthein disse ainda que só pode haver mais qualidade no ensino se a sociedade souber reconhecer o valor dos professores e se eles forem bem remunerados. Ele também foi enfático ao afirmar que a educação precisa ser encarada como prioridade. “O que falta no Brasil, assim como outros países têm, é uma política de Estado. Se não colocarmos a Educação como prioritária, se não tivermos um pacto nacional, da sociedade civil, continuaremos discutindo sem uma solução estrutural“, concluiu.  
 
Luta e objetivos 
 
A diretora da CNTE, Fátima Aparecida da Silva, lembrou que os professores estão em uma luta constante por um plano nacional de carreira, com piso salarial unificado, melhores condições de trabalho e um financiamento global para a educação pública no País. Sobre os problemas nos diversos níveis de ensino, a representante da confederação destacou que são diferentes, mas que, em geral, as condições de trabalho são muito ruins.  
 
Fátima também defendeu a criação de um sistema único de educação, para acabar com as diferenças entre a educação mantida pela União, pelos estados e pelos municípios, e de um fundo para esse sistema. Na avaliação da convidada, essa unificação traria benefícios para a estrutura do ensino e para a valorização salarial do professor.  
 
A representante da CNTE afirmou ainda que a entidade defende o ingresso de professores somente por meio de concursos públicos para corrigir distorções encontradas atualmente entre professores substitutos e efetivos nas universidades.  

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