A Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) debateu no dia 04 de abril o avanço dos recursos digitais no ensino e a relação com os materiais impressos na live E agora? O avanço digital e o futuro do livro didático. Transmitida pelo canal da Abrelivros no YouTube, a conversa entre os participantes está disponível para quem não conseguiu assistir ao vivo.
O evento teve o objetivo de apresentar o estudo inédito “Papel e Digital: Pesquisa sobre a eficácia dos materiais didáticos”, da International Publishers Association (IPA) e da Norwegian Publishers Association. Trata-se de uma análise da inserção dos materiais didáticos por meios digitais e como o livro impresso continua sendo importante instrumento de aprendizagem.
O estudo traz uma avaliação qualitativa da eficácia dos livros digitais na educação e se propõe a verificar como os materiais didáticos podem ter seu potencial mais bem aproveitado, além de recomendar as melhores práticas para o desenvolvimento de novos produtos voltados ao ensino.
A mediação foi feita pela diretora executiva da Associação, Renata Müller, que passou a palavra primeiramente ao presidente da entidade, Ângelo Xavier. Ele abordou a atuação de autores e editores na elaboração dos materiais didáticos. “Uma das dificuldades das editoras é encontrar profissionais que possam aplicar conceitos educacionais à tecnologia. É algo que exige observação a conceitos, exige uma curadoria rigorosa. Um ponto que as editoras têm muito forte é que a tecnologia tem que estar a serviço da melhoria da educação”, explicou Xavier.
Renata mencionou o quanto ainda são necessárias pesquisas que demonstrem os resultados do aprendizado a partir dos meios digitais. “É muito importante que tenhamos, cada vez mais, evidências da melhor aplicação de cada formato. A partir desses estudos, temos o que começa a nos nortear”.
Na sequência, o presidente do Fórum Latino-Americano de Editores Educacionais, Eduardo Kruel Rodrigues, apresentou a pesquisa. O propósito do estudo é destacar o que há de mais proveitoso em cada um dos recursos a serem explorados em sala de aula. O material impresso dispersa menos a atenção e, comprovadamente, fideliza e faz novos leitores, além de proporcionar maior retenção de conteúdo. Já o digital, inegavelmente traz uma série de recursos que possibilitam a interação do aluno com o conteúdo estudado, além de ser uma demanda desse público que já é nativo digital. O desafio proposto pela pesquisa e debatido na live é obter o equilíbrio no uso dos dois tipos de materiais.
“Esse estudo promove e estimula o entendimento de como e quais tipos de materiais didáticos obtém os melhores resultados e em que circunstâncias. A publicação busca analisar as diferenças de leitura em suporte impresso e em digital, trazendo recomendações de práticas para o desenvolvimento de soluções educacionais”, afirmou Kruel, durante a apresentação.
A ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), presidente da Associação Nacional de Educação Básica Híbrida (Anebhi) e autora do posfácio da edição brasileira do estudo, Maria Inês Fini, chamou atenção para a necessidade de o ensino ser híbrido. “Eu não tenho medo da inteligência artificial. Deixe que ela nos dê as respostas. Vamos ensinar nossos alunos a fazerem as perguntas. O que queremos é desenvolver o senso crítico nos estudantes. Para isso, não podemos abrir mão do envolvimento do aluno com o livro. Sou a favor de que todos os estudantes tenham acesso aos benefícios da tecnologia, mas ela não substituirá a leitura em papel”, defendeu Maria Inês.
A coordenadora geral de Materiais Didáticos da Diretoria de Apoio à Gestão Educacional, da Secretaria de Educação Básica, do Ministério da Educação, Raphaella Cantarino, destacou as vantagens dos conteúdos digitais, como acessibilidade, personalização, interatividade e economia, mas lembrou que, além das importantes características do impresso para o aprendizado, hoje, para a realidade brasileira, é ele o material que chega, seguramente a todos os alunos, diferente daquele que exige boa conectividade digital. “Ampliar a conectividade das escolas é uma das prioridades do MEC. Isso é necessário. O livro didático continua sendo imprescindível. Ele tem a magia de o aluno receber o material, manusear, levar para casa e fazer a interatividade com a família. Lá na ponta, quem faz com que essa magia aconteça é o professor”, finalizou Raphaella.
O estudo está disponível para download na página da Abrelivros e a live continua disponível no canal da Abrelivros no YouTube.
Evento: E agora? O avanço do digital e o futuro do livro didático
Número de participações simultâneas: 179 pessoas
Apresentação Eduardo Kruel_Papel e Digital
Apresentação Raphaella Cantarino – Apresentação Live E agora_Abrelivros