Unicef: desigualdade vem do berço no Brasil
As chances de uma criança no Brasil sobreviver, crescer em uma casa com água potável e estudar em vez de trabalhar dependem de onde ela nasce, de quanto ganha sua família, da cor da sua pele e, principalmente, dos anos de estudo da sua mãe. O relatório “Situação da infância e adolescência brasileiras“, divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostra que a desigualdade atinge as chances de uma criança antes mesmo de ela nascer. “O Brasil não é um país pobre, mas um país injusto“, diz o relatório. Cruzando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Unicef descobriu que crianças cujas mães têm pouco estudo correm sete vezes mais riscos de serem pobres quando comparadas aos filhos de mulheres com boa escolaridade. A educação dessas crianças é duramente afetada: elas têm 23 vezes mais possibilidade de não serem alfabetizadas e 11 vezes mais de não freqüentarem a escola. O risco de trabalharem é ainda quatro vezes maior. E preciso assegurar que todas as mulheres tenham acesso à educação. Está provado que quanto maior for o grau de escolaridade das meninas, menor será o índice de mortalidade infantil e melhor será