Um dia depois de sugerir a estudantes que façam passeata por mais verbas para o ensino, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, pediu desculpas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu exagerei um pouco, presidente“, reconheceu o ministro, numa conversa por telefone. Foi Lula quem ligou para Cristovam. O presidente usou a agenda comum dos dois nos próximos dias como pretexto para iniciar a conversa. Depois, num clima cordial, cobrou-lhe explicações. Na quarta-feira, ao participar de um evento em Brasília, o ministro propôs a passeata aos estudantes. “Vamos fazer uma passeata até o Congresso para pedir mais dinheiro para a educação. Ainda dá para dar desculpas, não é? São só oito meses (de governo), ´blá blá blá´, o orçamento ainda é importado, mas a gente vai ter que responder“, disse Cristovam. As declarações foram mal recebidas no Palácio do Planalto. O presidente Lula não gosta quando ministros reclamam da falta de verbas. Há alguns meses, criticou publicamente as queixas de Cristovam. O que está em jogo, no entanto, não é um mero contragosto. Na linguagem de Brasília, Cristovam está sendo ´fritado´. Seu ministério, o segundo mais importante da esplanada em termos de orçamento – só perde para o da