Portugal discute se reforma ortográfica traz prejuízos para o país
Haverá “desperdício de livros” que não estejam de acordo com as novas regras gramaticais da língua portuguesa? A questão foi discutida em debate realizado entre autoridades portuguesas na conferência internacional promovida pela Assembléia da República sobre a reforma ortográfica no começo deste mês. Carlos Reis, ex-diretor da Biblioteca Nacional de Portugal e defensor do acordo ortográfico, atenuou a gravidade dos efeitos das mudanças que ocorrerão na língua portuguesa. Segundo ele, “não haverá fogueiras de livros nem livros jogados no lixo“. No pólo oposto da discussão, Vasco Graça Moura, deputado europeu, poeta e tradutor, disse acreditar que “os prejuízos serão astronômicos“, com a inutilização de dicionários e livros escolares . Vamos ou não deitar livros para o lixo? MARIA JOÃO CAETANO “Não haverá fogueiras de livros nem livros deitados no lixo“, diz Carlos Reis. Os “prejuízos serão astronómicos“, com a inutilização de “existências gigantescas de dicionários e livros escolares nas linhas de produção e nos armazéns dos editores“, afirma Vasco Graça Moura. Estes foram os dois rostos principais de um duelo que opôs defensores e críticos do acordo ortográfico, ontem, na conferência internacional promovida pela Assembleia da República sobre este assunto. Carlos Reis,