Mochila cheia, bolsos vazios

A empresária Caroline Caldeira Sarno, 37 anos, já temia desembolsar muito dinheiro na volta às aulas de seus filhos, Natalia, 13 anos, e Raphael, 9. Em 2008, ela pesquisou quanto custaria o material escolar dos dois. Nas livrarias, gastaria cerca de R$ 2.500.    Comprando diretamente no Colégio Santa Maria, em São Paulo, onde eles estudam, R$ 1.900. Depois de conferir se o desconto continuava valendo a pena este ano, adquiriu os livros didáticos na escola por R$ 1.400. “Mas os preços ainda são muito altos, não é todo pai que tem condições de desembolsar R$ 1 mil ou R$ 2 mil de uma vez“, afirma Caroline. “Existe um cartel nos preços de livros nas livrarias, você não acha mais barato.“    Embora algumas lojas forneçam pequenos descontos, o valor dos livros didáticos é definido pelas editoras, e pode passar de R$ 100. Pesa no bolso da classe média, sobretudo de quem tem dois filhos ou três. Afinal, sem contabilizar o restante do material escolar, a conta em geral supera o valor da mensalidade escolar.     Mas o que justifica somas tão altas, em obras que, muitas vezes, são usadas apenas por um ano? “O investimento para criar uma

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Entidade comemora bicentenário de Louis Braille

As comemorações do bicentenário de Louis Braille não serão realizadas somente em âmbito internacional. O Brasil também está programando diversos eventos para celebrar o nascimento do criador do sistema de leitura para deficientes visuais.     A Fundação Dorina Nowill para Cegos, que trabalha para facilitar a inclusão social dessas pessoas, por meio de produtos e serviços especializados, criou a Comissão Brasileira para o Bicentenário de Louis Braille (CBBLB), presidida por Dorina de Gouvêa Nowill e responsável por parte da programação no País.     O grupo comemora o decreto municipal 49.756 de 15/07/2008, pelo qual a Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo passou a se chamar Biblioteca Louis Braille. Está em tramitação na Câmara Municipal, a criação do Dia Municipal do Braille, a ser comemorado em 3 de setembro, data em que foi assinada a lei que instituiu a primeira classe braille no estado de São Paulo, em 1953.     Entre as ações, ainda destacam-se a emissão de um selo dos Correios comemorativo ao bicentenário para até 2012; a criação do Dia Nacional do Braille, a ser comemorado sempre em 8 de abril, data do nascimento de José Álvares de Azevedo, patrono da educação dos cegos no

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É fácil fazer obra Creative Commons

Registrar uma obra sob Creative Commons não significa tornar seu próprio material algo sem dono. Continuam existindo regras para a utilização.    Normalmente, um conteúdo sob Creative Commons pode ser baixado e distribuído livremente, desde que citada a fonte.    Alguns autores permitem que sua criação seja alterada ou adaptada, outros, não.    O escritor de um livro que o queira licenciar em Creative Commons, no Brasil, tem cinco opções de termos disponíveis, por exemplo.    De acordo com o site internacional da iniciativa, já foram completamente adaptadas licenças CC para atender à lei de 54 países, como EUA, China e Argentina.    Preencher os dados para a publicação de algo em CC é rápido. De forma básica, aqui no Brasil, basta responder a duas perguntas com respostas em alternativas.    Sem burocracia    Um dos objetivos por trás desse recurso é a desburocratização dos direitos autorais na internet.  No endereço (creativecommons.org/license/?lang=pt), o usuário encontra os passos para licenciar uma obra.    Depois de completar o cadastro, a pessoa recebe um código para mostrar uma etiqueta representando a licença escolhida por ele em um site. Quem clica nessa etiqueta tem acesso às condições detalhadas dos direitos daquele conteúdo.     

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Polícia apreende livros de professor com respostas em sebos de SP

Numa operação surpresa, policiais civis revistaram ontem três sebos do centro de São Paulo e apreenderam perto de 200 livros didáticos que têm a comercialização proibida.    As publicações são os livros do professor, amostras grátis dadas pelas editoras aos professores e às escolas. O objetivo é convencer os docentes a adotá-los no ano letivo seguinte.    Esses livros trazem as respostas dos exercícios, dicas para as aulas e até sugestões de provas. As capas contêm o alerta de que a venda é proibida.    Quem vende esses livros comete o crime de violação de direito autoral. A pena pode chegar a quatro anos de prisão.    Não podem ser vendidos porque, sendo apenas amostras grátis, os autores não recebem pagamento de direito autoral.    A Polícia Civil realizou a ação em razão de uma representação feita pela Abrelivros (associação das editoras). Janeiro foi o mês escolhido por ser a época em que os pais compram os livros escolares dos filhos.    Com base nas publicações novas que deixam de ser compradas no Brasil, a Abrelivros calcula que a venda de livros do professor representa um prejuízo de ao menos R$ 20 milhões anuais para as editoras.    Além disso,

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Mais de 705 mil crianças brasileiras estão fora da série ideal na escola, diz MEC

Dados preliminares do MEC (Ministério da Educação) mostram que mais de 705 mil crianças estão matriculadas em séries incompatíveis com a idade. O levantamento foi feito em 1.114 municípios que pediram apoio tecnológico do MEC para corrigir o problema.     A secretaria ainda aguarda a resposta de 193 cidades integrantes da lista de 1.307 que pediram o auxílio em 2008. Elas registraram baixo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2007 e têm prioridade nos programas do ministério.    Segundo Cláudio André, coordenador-geral de Tecnologias da Educação da Secretaria de Educação Básica, alguns municípios informaram que 90% dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental freqüentam série incompatível com a idade.    Para saber se as informações estão corretas, os números enviados pelos municípios serão comparados com os dados do Censo Escolar de 2008 e discutidos com as secretarias de educação. Os municípios podem não ter interpretado corretamente as informações contidas na ficha e registrado o número total de alunos da rede de ensino.    O objetivo do MEC é atender os 1.307 municípios e trabalhar pelo sucesso da correção de fluxo, resultado que pode aparecer na próxima Provinha Brasil e no Ideb a ser divulgado no começo

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Acordo também muda escrita em braile

Os brasileiros que não enxergam também têm suas dúvidas nos acentos que caíram e nos hífens que apareceram ou desapareceram na virada do ano, quando as regras impostas pelo Acordo Ortográfico entraram em vigor no país.    Tudo o que mudou no português escrito mudou da mesmíssima maneira no português convertido em braile, o sistema tátil usado por cegos do mundo inteiro para ler e escrever.    “Todos nós memorizamos as palavras na grafia antiga. Agora precisamos reconstruí-las na memória com a grafia nova. A diferença é que vocês fazem isso com os olhos e nós [cegos], com os dedos“, explica Maria da Glória Almeida, chefe-de-gabinete do Instituto Benjamin Constant, no Rio, dedicado às pessoas com deficiência visual.    O Acordo Ortográfico tem impacto no braile porque as palavras desse sistema também são escritas letra a letra. Uma letra tem até seis pontinhos em alto relevo. Cada uma se forma com um número e uma disposição própria de pontinhos.    Os acentos e o trema mudam esse arranjo. O dedo treinado de um cego sente a diferença entre “ü“ e“u“ e entre “a“ e “á“.    Se “microonda“ agora é “micro-onda“, a mesma palavra no braile deixa de ter nove

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Nº de matriculados no ensino médio estadual também caiu

O Censo Escolar revela ainda que caiu o total de matriculados nas escolas estaduais no ensino médio, que é de responsabilidade do Estado.    No ano passado, o número caiu para 17.315 alunos, apontam os dados. É a menor quantidade de estudantes nos últimos cinco anos em escolas do Estado. Em 2004, haviam 20.288 alunos de ensino médio na rede. Em 2005, eram 19.439.    Na rede municipal, que atende a uma parcela menor de alunos de ensino médio, as matrículas também caíram. Foram 335 alunos no ano passado, contra 763 em 2004 e, no ano seguinte, 625.    A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação afirmou que a diminuição nas matrículas de ensino médio tem ocorrido em todo o Estado. A redução de alunos, segundo a assessoria, acompanha a queda da população em idade escolar.    Em 2005, havia em Ribeirão 27.225 jovens de 15 a 17 anos, segundo a Fundação Seade. No ano passado, o número nessa faixa etária diminuiu para 26.113 jovens.    Ainda de acordo com a assessoria, a taxa de escolaridade em São Paulo é maior do que a de outros Estados. A taxa paulista alcança 68% dos adolescentes com idades entre

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Gráficas têm custo milionário para implantar nova ortografia

Onze dias após a mudança na forma de escrever a Língua Portuguesa, o mercado editorial está dividido, muitas empresas já aderiram à nova norma e outras têm como estratégia utilizar o período de três anos para adaptação. Daquelas que já iniciaram as mudanças estão as editoras de dicionários, segundo a International Paper (IP), as encomendas para esse tipo de publicação aumentaram. Segundo estimativa da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a conta da adequação, considerando apenas a revisão de conteúdo e a rediagramação pode chegar a R$ 60 milhões. Um valor que corresponde a aproximadamente 4,29% do faturamento do setor que é de cerca de R$ 1,4 bi, verificado no ano passado.    Desse valor, cerca de 50% corresponde ao que o governo federal compra para o programa de distribuição do livro didático. Em 2008, o governo encomendou mais de 108 milhões de livros que custaram quase R$ 720 milhões, os números estão disponíveis no site da Fundação Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação e Cultura (MEC). De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, os livros desse lote ainda não precisam atender à norma porque seu prazo de validade, que é de três anos,

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Livros didáticos ignoram questão gay

Os livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação (MEC) às escolas públicas ignoram a homossexualidade. É o que evidencia pesquisa da ONG Anis em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), financiada pelo Programa Nacional DST/Aids do Ministério da Saúde e realizada nos últimos dois anos com 61 dos 98 livros didáticos de maior distribuição no ensino fundamental e médio. A pesquisa analisou também 24 dicionários distribuídos pelo MEC. Um deles usa as expressões “veado“ e “pederasta“ para definir o verbete gay.    Segundo a professora da UnB e coordenadora da pesquisa, Débora Diniz, o diagnóstico comprova a necessidade de uma política pública para a inserção do tema nos livros. “É preciso cuidar da diversidade educacional do País porque há muitas escolas onde o livro didático representa a centralidade do instrumento didático.“    A pesquisadora Tatiana Lionço, que participou do estudo, diz que apesar de o silêncio dos livros não poder ser caracterizado como homofobia, a ausência do tema reforça a orientação heterossexual como o único modelo na realidade apresentada aos alunos. “Não há um edital que oriente as editoras a falar sobre homossexualidade, o que contribui para o silêncio.“    Alexandre Santos, presidente da Associação da Parada de Orgulho

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