Ensino médio é o elo frágil da educação, diz ministro

O ELO FRÁGIL da educação brasileira, que precisa de uma grande intervenção. Foi assim que o ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou o ensino médio do país, durante a sabatina feita pela Folha.    Para tentar reverter o quadro, Haddad afirmou que o governo Lula pretende assumir parte das matrículas desse nível de ensino do país.    Durante duas horas, o ministro respondeu ontem, em São Paulo, perguntas da platéia e de quatro jornalistas da Folha: a secretária de Redação Suzana Singer, o colunista Gilberto Dimenstein e os repórteres Antônio Gois (sucursal do Rio) e Vera Magalhães (“Painel“).       ENSINO MÉDIO  As escolas do ensino médio, como estão organizadas hoje, fazem pouca diferença na vida dos alunos. Faz alguma, pois o jovem que estuda tem mais acesso ao mercado de trabalho, à cidadania, do que aquele que não faz o ensino médio.    A escola que temos é melhor do que sair da escola. Mas o ensino médio hoje é o elo mais frágil do ciclo educacional.    Os indicadores de qualidade nesse nível pioraram desde 1995. Há apenas três anos nem sequer contava com livro didático. Por isso, criamos o Programa Nacional do Livro de Ensino Médio,

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Prefeituras devem selecionar escolas para receber computadores

As prefeituras municipais têm até o dia 31 de março para selecionar as escolas que irão receber 12 mil laboratórios de informática do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo). Licitados em dezembro do ano passado, maior pregão para aquisição de computadores da história do programa, a previsão é de que a distribuição dos laboratórios seja iniciada a partir da segunda quinzena de abril.    Neste primeiro momento, terão prioridade as escolas públicas de 5ª a 8ª séries que ainda não possuem computadores. Do total de 12 mil laboratórios, nove mil serão entregues em escolas urbanas, com mais de 100 alunos. Os outros três mil laboratórios serão distribuídos em escolas rurais com mais de 50 alunos. Os equipamentos serão entregues e instalados.    Os novos computadores já dispõem de roteador wireless – que oferece sinal sem cabo para acesso à internet. “Com isso vamos minimizar a contrapartida da escola, já que não será necessário instalar a rede”, explica o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky. Os equipamentos contam também com o sistema operacional Linux Educacional, software livre criado especialmente para as escolas brasileiras, contendo diversas ferramentas de produtividade.    Os computadores chegam às salas de aula repletos de

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Governo investiga receita de sucesso no ensino de 37 cidades

A biblioteca da escola é transportada de um canto para o outro por um jegue guiado por alunos, professores e diretores. Os “mestres“ passam por avaliações e estão sujeitos a ter de freqüentar aulas de reforço.     Um representante visita a casa do aluno que falta dois dias consecutivos para saber o motivo da ausência. Iniciativas como essas de Alto Alegre do Pindaré (32 mil habitantes, interior do Maranhão) foram elencadas no estudo “Redes de aprendizagem – Boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender“, elaborado por uma parceria entre o Ministério da Educação, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).     O trabalho, que será apresentado hoje pelo ministro Fernando Haddad, elenca 37 redes municipais que, segundo o trabalho, influenciaram de fato no aprendizado dos alunos, já que o contexto socioeconômico foi isolado da análise.     A intenção era identificar escolas que encontraram soluções para problemas comuns a outras escolas, segundo a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda. O próximo passo, disse, é divulgar as experiências bem-sucedidas. “Levar a experiência como um pacote fechado não funciona, mas é possível ver

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Dados de avaliação do MEC preocupam especialistas

O fato de estudantes brasileiros da 4ª série do ensino fundamental não saberem os conteúdos mínimos que deveriam ter aprendido ao final da 1ª série foi recebido com críticas ao governo Lula pelo ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PDT-DF). “Essa pesquisa é necessária, mas nada disso é suficiente para sensibilizar a opinião pública e os governos“, afirmou.     “O problema é que nada indica que isso vá mudar. E para mudar seria necessário inicialmente que a educação fosse levada tão a sério que fosse tratada como federal e não como estadual e que o salário e a formação dos professores fosse padronizada“, argumentou.     A secretária de Educação Básica do Ministério, Maria do Pilar, admitiu que esses números são preocupantes. “É um número que nos preocupa. Não podemos nos contentar que haja algum menino sem aprender“, ponderou. Mas, ao contrário de Cristovam, ela afirmou que o governo está no caminho certo para mudar essa realidade.     “É um dado que nos surpreende. Mas acho que estamos no caminho correto no momento. Há 20 anos, tínhamos mais crianças que não aprendiam, mas estavam fora da escola. Hoje temos programas que apontam para um caminho correto“, acrescentou.    

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Desafios do mercado editorial

Envolvido com o mundo dos livros há mais de trinta anos, que ponderações trazer aqui para contribuir com o debate sobre os rumos da indústria editorial em nosso país? O bom senso manda que a primeira delas seja a modéstia de não ter respostas para as questões levantadas. Estamos no início de um novo século, com tanta coisa mudando à nossa volta, que é melhor ter clareza das dúvidas e desafios atuais do que alimentar a crença das certezas. O que trago são alguns pontos de reflexão.    Quando penso que, nos anos 1970, ainda eram utilizadas as linotipos, em que cada barra de chumbo correspondia a uma linha de texto (comprometendo a saúdo dos linotipistas), fica visível a transformação ocorrida nas últimas décadas. Não apenas quanto aos recursos técnicos, como também nos aspectos culturais. Afinal, já faz algum tempo que a transmissão do saber deixou de ser exclusividade do meio impresso.    No caso do Brasil, esse abismo é ainda maior porque tivemos um período sombrio durante a ditadura militar, vigilante quanto a tudo o que se publicava por aqui. A censura não chegava a controlar ostensivamente a publicação de livros (como fazia com os jornais), mas acompanhava de

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Em 2010, Livros Didáticos seguirão Acordo Ortográfico

Os livros didáticos inscritos para o Programa Nacional do Livro Didático de 2010 terão que estar em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990. Conforme reportagem publicada neste sábado (08/03) no jornal O Globo em 07, o aviso foi publicado na sexta-feira (07/03) no Diário Oficial da União, um dia depois de o Conselho de Ministros de Portugal aprovar a aplicação do acordo. O processo de inscrição e entrega das obras será feito já nos próximos meses, de 26 de maio a 4 de junho.     O objetivo do acordo é acabar com as diferenças entre a grafia do Brasil e a dos demais países que têm o português como língua oficial. A cisão se originou em 1911, quando o governo português fez, à revelia do Brasil, a primeira normatização oficial da língua portuguesa. Desde então, os dois países tentam reaproximar suas grafias, reduzindo progressivamente as diferenças entre elas, em especial nas regras de acentuação.     Quando aplicado, o acordo de 1990 acabará com 98% das pendências ainda existentes. Com a reforma, o alfabeto passará a ter 26 letras. Hoje admitidas apenas em casos especiais, o “k“, o “w“ e “y“ serão integrados definitivamente.

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Proposta de exigências mais rígidas é discutida pelo Conselho Nacional da Educação

Os professores de ensino infantil devem ser contemplados com uma carreira de magistério compatível com as de docentes de outros níveis de ensino. As creches e pré-escolas devem funcionar em espaços adequados, com profissionais qualificados como educadores. Os repasses de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para os municípios devem estar condicionados a tais exigências.     Esta é uma das conclusões da reunião realizada na Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (CEB/CNE/MEC), esta semana. Foi a primeira de uma série de discussões sobre a elaboração de um marco regulatório para a educação infantil. Participaram as professoras Rita de Cássia de Freitas Coelho, Coordenadora Geral de Educação Infantil da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), e Angela Barreto, do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB), especialmente convidadas para debater o assunto.    O conselheiro Murilio Hingel, da CEB, que sugeriu a discussão por uma comissão especial, observou que há uma demanda social crescente para atendimento de crianças em creches e que o Fundeb propõe formas de financiamentos que podem contemplar as denominadas creches comunitárias.    Segundo Hingel, ex-ministro da Educação do governo Itamar Franco, muitas creches e

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80% dos alunos de SP não sabem matemática

Os resultados do Saresp 2007 (exame do governo de SP) divulgados ontem apontam uma situação “trágica“ no ensino de matemática nas escolas públicas do Estado: mais de 80% dos alunos não atingiram os conhecimentos esperados pela própria Secretaria da Educação.     Já em português, esses mesmos estudantes de 4ª e 8ª série do primeiro grau e do 3º ano do ensino médio tiveram desempenho melhor do que em 2005, quando foi realizado o Saeb -exame feito em todo o país.   O 3º ano do ensino médio foi a série em que os estudantes tiveram as maiores dificuldades em matemática -menos de 5% dos concluintes atingiram o patamar desejável.     Uma das habilidades que a secretaria esperava desses concluintes do antigo colegial, e que, no geral, não foi adquirida, foi a de representar uma fração em porcentagem.     Em uma das questões foi solicitado ao aluno que desse o resultado, em porcentagem, da soma de 1/5 mais 1/10 mais 1/2 -61% erraram.     Um agravante para a situação foi que as médias praticamente não melhoraram em relação a 2005. “A situação é trágica. Os governos concentram esforços na escrita. Um dos resultados disso é que os

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Estudo revela que meninas lêem mais que meninos

Os mais recentes resultados do estudo Progress International Reading Literacy (PIRL), que analisa e compara as competências de leitura en colégios de ensino primário, apontam que as garotas são melhores leitoras do que seus companheiros de sala. Outro aspecto interessante da pesquisa – e que vale para todos -descobriu que aqueles que têm acesso a um ambiente educativo antes de entrarem na escola desenvolvem melhores competências literárias. Sendo assim, os jogos lúdicos conduzidos pelos pais e o contato desde cedo com os livros aumentam as chances de que as crianças sejam bons leitores    Realizado pela Associação Internacional para a Avaliação de Desempenhos Educativos (IEA, para a sigla em inglês), o estudo corresponde à segunda parte de um projeto que teve início em 2001 e cujo objetivo é chegar a conclusões sobre as tendências de desenvolvimento em competências de leitura. O projeto não só enfoca examinar o desempenho individual dos alunos, mas também enfoca fatores como as condições estruturais da escola.    Para saber mais, acesse: http://www.iea.nl/pirls2006.html

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