Para os segmentos livreiro e de conteúdos educacionais o momento é de enorme expectativa, de que importantes programas sejam retomados e aperfeiçoados. Critérios como conhecimento técnico e experiência pautaram a escolha dos nomes para a pasta da Educação do novo governo, desde a equipe de transição.
As primeiras medidas adotadas sinalizam a retomada de programas esquecidos nos últimos anos. É o caso da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), que teve sua reativação anunciada, dentro do ministério da Educação.
A volta da pasta da Cultura, como ministério, também indica que o tema deverá receber mais atenção em nível federal. Deste ministério veio a boa notícia da criação da Secretaria de Formação, Livro e Leitura, um pleito de entidades do setor de conteúdos educacionais e livreiro.
A iniciativa é mais um pilar no apoio ao Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL),que visa desenvolver o Brasil como sociedade leitora. A Secretaria poderá articular todos os agentes a serem envolvidos, implantar políticas e ações eficientes, estabelecer metas e, também, avaliar resultados.
A fala do ministro da Educação, Camilo Santana, em seu discurso de posse, deu mostras de que o titular da pasta está ciente das emergências da área educacional. Ele citou as mais de 650 mil crianças, de até cinco anos, que abandonaram a escola nos últimos três anos e o crescimento de 66% no número de estudantes de seis e sete anos que não sabem ler nem escrever.
O ministro classificou os dados como alarmantes e falou em responsabilidade de resgatar a educação no Brasil. Citando dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), Santana alertou que apenas uma, a cada três crianças, é alfabetizada na idade certa – com graves repercussões na sequência da vida.
Também é bastante aguardado, e necessário, que a execução do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) seja normalizada. As compras para este ano foram incompletas. O PNLD Literário e os livros de acompanhamento de práticas não foram comprados. E ainda temos o PNLD 25, de materiais para a continuidade da reforma do ensino médio.
Ângelo Xavier, presidente da Abrelivros