Votação do Vale Cultura fica para 2010

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O governo deixou para 2010 a votação no Senado do projeto que cria o Vale Cultura.


Benefício de R$ 50 para os trabalhadores de baixa renda (que ganham até cinco salários mínimos) a ser utilizado em eventos e bens culturais – nos moldes dos vale-refeição.

 

“Como não há acordo (com a oposição), o governo retira a urgência constitucional para que volte em fevereiro, combinado com os líderes”, disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Pelo projeto, as empresas que adotarem o Vale Cultura terão isenção fiscal, no limite de 1% sobre o Imposto de Renda devido. Com o cartão do Vale Cultura, os beneficiados poderão adquirir ingressos de cinema, teatro, museu, shows, além de livros, CDs e DVDs, entre outros.

 

 

 

Emendas encarecem e ameaçam Vale Cultura

O Estado de S.Paulo – Jotabê Medeiros

 

Foi aprovado anteontem no Senado o projeto do Vale Cultura com a famosa “emenda dos periódicos”, que virou notícia até na Europa. A emenda, de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), permitiu a inclusão de periódicos entre os produtos e serviços culturais que podem ser adquiridos com o vale – o que levou à suposição de que os trabalhadores poderão gastar o valor também com revistas eróticas, como Playboy, Sexy ou G Magazine.

As emendas ao projeto (PLC 221/09) fizeram com que ele voltasse à Câmara dos Deputados, pois encareceram o plano – o que pode gerar reação da área econômica do governo. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse acreditar que o processo de implementação do Vale Cultura, que inclui credenciamento de empresas para participar do sistema, possa consumir ainda alguns meses.

Trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos (R$ 2.325) terão um cartão magnético com o valor de R$ 50 mensais para gastos com cinemas, teatros, museus, shows e exposições, livros, CDs e DVDs, entre outros produtos culturais. Aposentados terão direito a R$ 30 mensais. Até 10% do valor do Vale Cultura poderá ser descontado do salário.

Após terem sido atendidos todos os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos, os com maior renda também poderão receber o benefício. Nesse caso, o desconto será entre 20% e 90%. As empresas que declaram Imposto de Renda com base no lucro real poderão aderir ao vale e deduzir até 1% do imposto devido.

O vale é bem aceito em boa parte da classe artística e política. “O sentido simbólico é muito grande”, diz o diretor José Celso Martinez Corrêa. “É realmente um investimento na infraestrutura do povo brasileiro. O grande problema do Brasil é a formação de público para dialogar com a cultura. E o Vale vai ser dado para a pessoa cuidar de si mesmo, atiçar seu espírito crítico, sonhador, que é o que desperta o interesse pela pessoa humana”.

Estima-se que a iniciativa vá injetar R$ 7,2 bilhões por ano no mercado cultural. “Do ponto de vista das políticas públicas, é uma gota de água no oceano – no interior do Brasil, faltam equipamentos culturais, serviços. E as manifestações culturais típicas do País, que geralmente são gratuitas, não serão beneficiadas e continuarão sem terem apoio”, considerou Isadora Herrmann, da Luminar Conteúdo, empresa que atua no mercado cultural.

Também foi aprovado anteontem pelo Senado o projeto de lei que reduz a alíquota de Imposto de Renda cobrado de classe artística, o chamado Simples da Cultura. Produtores e intérpretes musicais, artes cênicas, visuais, cinematográficas, audiovisuais e literárias serão desoneradas – o imposto baixou de 18% para até 6%.

 
 
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