Valor investido pelo Governo fica abaixo do custo mínimo de qualidade em 22 Estados

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Em 22 Estados, o custo por aluno da rede pública previsto para 2011 fica abaixo do mínimo estipulado para se ter educação com qualidade, definido pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial) com base no PIB (Produto Interno Bruto) de 2008. De 2010 para 2011, houve um aumento de R$ 300 no valor da anuidade.

 

O valor estimado pelo CAQi para os primeiros anos do ensino fundamental é de R$ 2.194,56. O valor mínimo do estudante da escola pública será R$ 1.722,05, segundo a portaria interministerial 1.459 de 30 de dezembro de 2010. A cifra é base para a distribuição de recursos pelo MEC (Ministério da Educação), por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos  Profissionais da Educação).

 

Nove Estados trabalharão com R$ 1.722,05: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. E chegarão a esse valor com complementação de verbas feita pela União. Apenas cinco unidades federativas superam o valor do CAQi para os anos iniciais. São elas: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e São Paulo.

 

Falta dinheiro?

 

Ao consideramos os anos finais do ensino fundamental, 13 Estados aplicam menos que o CAQi. O valor mais baixo por aluno para 2011 é de R$ 1.894,25, quando o recomendado é R$ 2.148,84. Já no ensino médio, 12 Estados destinam valores menores que o estipulado pelo índice — R$ 2.066,46 de orçamento contra os R$ 2.209,80 recomendados.

 

Segundo Mozart Neves Ramos, conselheiro do CNE (Conselho Nacional da Educação), seria necessário garantir o investimento mínimo proposto pelo CAQi. Ramos foi o relator do parecer encaminhado ao MEC para a adoção do  índice.

 

Na avaliação de Ramos, o investimento por parte do governo federal precisa ser maior. Seria necessário o aporte de R$ 30 bilhões – contra os atuais R$ 8,7 bilhões – para aplicar o CAQi no país, na estimativa do professor universitário. “Dos R$ 94,5 bilhões que o MEC propõe para 2011, R$ 8,7 bilhões são da União e R$ 7,8 bilhões vão para a complementação dos Estados [para que eles cheguem ao mínimo]. O que sobra é muito pouco para dividir entre as 27 unidades federativas”, diz.

 

O CAQi, um índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, inverte a lógica do investimento público por aluno. Atualmente o cálculo sobre o valor mínimo é feito com base na arrecadação tributária, dividindo o total de impostos destinados à área pela quantidade de alunos. Com o CAQi, o valor mínimo é estipulado e é preciso fazer cumprir esse investimento.

 

Municípios preocupados

 

Para o secretário municipal de Educação de Castro, Carlos Eduardo Sanches, é preciso ter “dinheiro novo” no setor. O gestor, que também preside a entidade que representa os secretários municipais de educação (Undime), afirma que o aumento é significativo.

 

“Houve aumento de arrecadação de 13,5% e diminuição de 6,4% nas matrículas, o que levou o valor a subir 21%”, explica Sanches. No entanto, ele se diz preocupado com o impacto desse aumento em outro quesito básico da gestão da área: o salário dos professores.

 

Dependendo do desfecho de um PL (projeto de lei) que tramita na Câmara dos Deputados, o piso nacional para o professor pode ter como índice essa variação do valor investido por aluno. O PL 3776/08 propõe que os vencimentos dos docentes sejam reajustados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

 

 

Para colocar crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola, educação precisa de “dinheiro novo”

Portal UOL Educação – Karina Yamamoto

 

 

Para cumprir a obrigatoriedade de crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola até 2016, a Educação vai precisar de “dinheiro novo”. Essa é a opinião de Carlos Eduardo Sanches, presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

 

Segundo Sanches, o orçamento da área poderia ser turbinado pelo Fundo Social do Pré-Sal. O artigo que definia 50% do fundo para a educação foi vetado ainda no governo Lula. Haverá discussão em torno dos percentuais na gestão Dilma.

 

O professor universitário Mozart Neves Ramos, conselheiro do CNE (Conselho Nacional de Educação) também defende aumento da participação da União no bolo da Educação. Para aplicar o conceito de qualidade mínima (CAQi), o governo federal deveria aumentar de R$ 8,7 bilhões para R$ 30 bilhões o investimento na área.

 

Sanches lembra também que é preciso diminuir a diferença de investimentos entre as unidades mais ricas e as mais pobres da Federação. “Atualmente, a diferença [para os anos iniciais do fundamental] entre o maior e o menor valor [do Fundeb de investimento por aluno] é 1,69, que é significativa”, diz. “É o regime tributário que promove [a diferença]. É preciso uma reforma tributária que não cabe à Educação.

 

Em 2009, o investimento em Educação por parte da União atingiu 5% do PIB. A intenção é chegar à taxa de 7% nos próximos dez anos, segundo meta do PNE (Plano Nacional de Educação).

 

 

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