Uso de apostilas melhora nota de alunos de escolas públicas de SP

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Os defensores do uso de sistemas argumentam que eles trazem orientações claras para os professores sobre o planejamento das aulas. Os críticos lembram que eles não são avaliados pelo MEC (como acontece com livros didáticos) e representam um gasto extra, já que os livros são dados pelo ministério.


 

Alunos de escolas públicas municipais de São Paulo que usam apostilas de sistemas de ensino estatais ou privados se saem melhor que os demais na Prova Brasil.

 

Esta é a conclusão de um estudo que será apresentado nesta terça-feira (29) no seminário Sala de Aula Estruturada, organizado pela Fundação Lemann.É o primeiro estudo empírico a identificar impacto significativo na nota dos alunos e relacionar essa melhoria ao uso de apostilas.

 

O uso de material elaborado por sistemas de ensino tem crescido em São Paulo, e hoje 46% dos municípios do Estado utilizam o material substituindo ou complementando livros didáticos.São, em sua maioria, cidades de pequeno porte que gastam de R$ 150 a R$ 200 por aluno por ano para usar um sistema de ensino.

 

A principal diferença entre o livro e um sistema é que, no segundo caso, o material didático já vem estruturado, com a indicação de conteúdos a serem dados aula por aula. No caso do livro, cabe principalmente ao professor elaborar os planos de aula.

 

Os defensores do uso de sistemas argumentam que eles trazem orientações claras para os professores sobre o planejamento das aulas. Os críticos lembram que eles não são avaliados pelo MEC (como acontece com livros didáticos) e representam um gasto extra, já que os livros são dados pelo ministério.
 

Ao analisar a Prova Brasil de 2007 (exame federal que avalia a qualidade da educação pública), os pesquisadores Paula Louzano, Francisco Soares e Ana Carolina Zogbi identificaram que escolas que trabalham com as apostilas tiveram médias superiores em cinco pontos na escala da Prova Brasil em português e matemática.

 

“Se levarmos em conta que a escala é elaborada considerando que a cada ano os alunos progridem 12 pontos, estamos falando de um impacto que representa praticamente meio ano letivo”, explica Paula Louzano.
 

A comparação das notas considera também outras características que, sabidamente, tem grande impacto no rendimento dos alunos, como escolaridade dos pais, formação do professor ou infraestrutura da escola.É como se fossem comparados só alunos com as mesmas características em escolas de perfil semelhante para, a partir daí, identificar o impacto do uso de apostilas.

 

Além de grupos educacionais privados, a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado também trabalham com material próprio estruturado.

 

Esses sistemas públicos são oferecidos a outros municípios -aumentando de 18 para 73 o número de secretarias usando as apostilas de 2009 para 2010. Já nas particulares, caiu de 229 para 218.

 

 

 

 

Para secretária, docente perde autonomia

Folha de S. Paulo

 

A presidente da Undime (entidade que representa os secretários municipais de Educação) em São Paulo e secretária de Educação em Santos, Suely Alves Maia, afirma que as apostilas tiram autonomia do professor. Em compensação, há ganhos no fato de elas organizarem melhor as aulas.

 

Folha – Qual a posição da Undime sobre os sistemas?
Suely Maia –
Não há uma posição formal porque é preciso respeitar a autonomia de cada gestor. Mas já fizemos muitas discussões internas, avaliando os prós e contras dessa opção.

 

Qual seriam eles?
Pessoalmente, me preocupo com a perda de autonomia do educador. O professor sabe do que sua classe precisa. Além disso, dificilmente um material comprado de um grupo empresarial que atua no Brasil todo ou no Estado de São Paulo vai considerar cada realidade local.

 

E os benefícios?
Municípios que não têm condições de manter equipes próprias e preparadas para organizar o currículo podem ter ganhos quando adquirem um material que faz isso e ainda auxilia na formação e orientação dos professores.

 

 

 

 

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