O novo ministro da Educação, Tarso Genro, 56, afirmou que vai conduzir a reforma universitária -sua tarefa mais polêmica- com apoio de reitores, professores e alunos. Segundo ele, haverá uma “enorme afinidade“ do governo com as universidades. Em sua primeira entrevista como titular da Educação, Tarso fez diversos elogios ao seu antecessor, Cristovam Buarque, com quem conversou por telefone -Cristovam estava em Lisboa e ligou para Tarso, depois de ter sido informado da substituição por Lula, sob alegação justamente de que era necessário um não-acadêmico para tocar a reforma.
Pergunta – Qual é sua principal meta em relação à universidade?
Tarso – Não há destino possível para o país sem universidade. Vamos continuar o processo iniciado por Cristovam de aproximação com a universidade e de colocá-la a serviço do país.
Pergunta – Qual a sua posição sobre as conclusões do grupo interministerial que estudou a reforma da universidade?
Tarso – Eu já as li, mas não vou fazer nenhum comentário apressado. Vou conversar antes com o Cristovam.
Pergunta – O presidente escolheu uma pessoa de fora do meio acadêmico para realizar a reforma universitária. Isso significa que a reforma vai contrariar interesses?
Tarso – Toda reforma enfrenta interesses. No caso concreto das universidades, pelo próprio sentido histórico que tem a universidade brasileira, ela vai ser colaboradora da reforma. Não sou estranho ao meio acadêmico. Tenho muita proximidade com reitores, professores, estudantes, com o setor técnico e pesquisadores. Tenho certeza de que vai haver uma afinidade muito grande na estratégia de reforma.
Pergunta – E suas prioridades?
Tarso – São as mesmas que estavam sendo trabalhadas pelo Cristovam.
Pergunta – O sr. falou de universidade, mas o MEC tinha uma ênfase no ensino básico. Isso vai mudar?
Tarso – A educação é um todo. Desde a alfabetização até o ensino superior terão o mesmo nível de interesse
Pergunta – O sr. ficou surpreso com a indicação?
Tarso – Eu tenho uma certa experiência política para me surpreender cada vez menos.
