Sociedade comparava coisas sem a cautela devida, afirma Haddad

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Ao modificar a forma de divulgação dos dados do Enem, agrupando as escolas que tiveram índice semelhante de participação dos alunos, o MEC quer ajudar a sociedade a analisar as informações e fazer com que os colégios estimulem seus estudantes a se inscreverem no exame.

 

“Os técnicos do Inep entenderam que era preciso um avanço maior, pois a sociedade comparava as coisas sem a cautela devida”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, na ultima quinta-feira (8), quando apresentou os dados do Enem para os jornalistas, em Brasília.

 

Até 2010, o MEC divulgava uma única lista de escolas, de acordo com a pontuação obtida pelos seus alunos. A partir deste ano, os colégios foram divididos de acordo com o porcentual de participação dos alunos. Assim, foram divulgadas quatro listas: de 2% a menos de 25%, de 25% a menos de 50%, de 50% a menos de 75% e de 75% a 100%. Para a presidente do Inep, Malvina Tuttman, as mudanças na divulgação dos resultados ajudarão pesquisadores do instituto, órgãos de pesquisa e universidades a apontar “linhas de investigação que possam subsidiar políticas públicas educacionais”.

 

Questionado sobre o que seria melhor – uma escola com nota alta, mas baixa participação ou outra com nota inferior, mas alta participação -, Haddad destacou que a pontuação obtida pelo colégio no Enem não deve ser o único critério de avaliação. “Embora seja um dado importante, a escola tem dimensões que não são avaliadas pela prova.” Segundo ele, a taxa de participação dos alunos no exame dá aos pais um subsídio a mais na hora de avaliar uma escola.

 

“É uma variável a mais que está sendo ressaltada. Até para que as escolas com baixa participação sejam estimuladas a inscrever mais alunos”, explicou. No Enem 2010, a taxa média de participação dos alunos concluintes do ensino médio foi de 56%. Esse é, para Haddad, um ponto de partida para a avaliação da escola. “É um bom critério. A escola que está com menos de 56% tem uma participação inferior à média do País.”

 

Desigualdade. Haddad também destacou que sempre existirão diferenças no desempenho das escolas, mas o País precisa acabar com os grandes fossos. “As distâncias são intoleráveis. Precisamos reduzi-las, não podemos aceitar esse nível de desigualdade.” O ministro destacou que muitas vezes as condições socioeconômicas das famílias interferem mais no resultado de uma escola do que o trabalho direto do diretor, do professor em sala de aula. “Mais de 2/3 da explicação do desempenho está fora da escola.”

 

Os dados divulgados pelo MEC indicam que os estudantes concluintes do ensino médio regular conseguiram 9,63 mais pontos no Enem 2010 se comparada à edição de 2009. Pela primeira vez a comparação é possível graças à adoção da Teoria de Resposta ao Item (TRI), ferramenta que calibra a dificuldade de avaliações distintas.
 

Menu de acessibilidade