Serra critica secretaria após distribuição de livros de geografia com dois Paraguais

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O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou a Secretaria de Estado da Educação por ter distribuído livros de geografia para alunos da 6ª série do ensino fundamental com erros em mapas. No livro, que leva o nome de “Caderno do Aluno“, o Paraguai aparece duas vezes no mapa da América do Sul e a localização do Uruguai está invertida com o Paraguai. O erro também acontece no livro do professor.  
 
“Isso não é um erro que alguém possa ignorar. Ninguém acha que tem dois Paraguais. Acho que houve algum problema de impressão, mas acho que secretaria deveria revisar os materiais“, afirmou o governador.  
 
Outra incorreção é a não-inclusão do Equador no mapa “Fronteiras Permeáveis“. Sem isso, o aluno não tem informação para responder à seguinte questão, na página ao lado do livro: “Quais são os países sul-americanos que não fazem fronteira com o Brasil?“  
 
Nesta terça-feira, a pasta determinou o recolhimento dos 500 mil livros com erros distribuídos para alunos da sexta série do ensino fundamental.  
 
“Não é um erro grave, mas é um erro. Material [escolar] não pode estar errado, não pode ter erros desse tipo“, disse Serra.  
 
A pasta do governo de José Serra (PSDB) determinou que a Fundação Vanzolini, responsável pela edição do material didático, faça a troca dos livros com erros. A fundação irá arcar com todos os gastos desta troca, incluindo impressão e distribuição.  
 
O material começou a ser distribuído na rede, mas não há informação se já chegou a a todas as escolas do Estado. De acordo com a secretaria, o “Caderno do Aluno“ é um material complementar que não substitui o material didático. Ele é utilizado em conjunto com os materiais destinados aos professores.  
 
A correção foi disponibilizada na semana passada para os professores estaduais no site da secretaria (www.educacao.sp.gov.br) ou também no www.saopaulofazescola.sp.gov.br. Estudantes e professores foram informados da correção nas páginas do governo na semana passada.  
 
 
 
 
Livro da rede estadual paulista com dois Paraguais é destaque na imprensa da América do Sul 
Folha de São Paulo – Ana Okada 
 
Os livros de geografia com erros distribuídos pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo foram notícia também em diversos veículos de comunicação internacionais na última terça e nesta quarta-feira (18). 
 
Reportagem da Folha de S.Paulo de ontem (17) mostrava que os livros, voltados a alunos da sexta série do ensino fundamental, traziam duas vezes o Paraguai no mapa da América do Sul, invertiam a localização do Uruguai e do Paraguai e omitiam o Equador. 
 
No editorial de hoje do jornal La Nacion, do Chile, o texto intitulado “Jeografya vrazileña“ foi redigido em tom de ironia. Segundo o artigo, os autores do livro didático “decidiram refazer o trabalho de Simón Bolivar e renovaram os limites atuais da América do Sul“. Para eles, “mais do que publicar errata, a secretaria deveria aclarar os erros grosseiros contidos em texto escolar, distribuído de forma gratuita na rede pública de colégios paulistanos“ (em tradução livre). 
 
Já na reportagem do jornal Clarín, da Argentina, é destacado o papel crítico da imprensa brasileira, dos professores e dos alunos: “foram eles que apontaram o erro que, numa situação de conflito entre fronteiras, poderia provocar rupturas diplomáticas“. 
 
O texto fala ainda da importância do caso ter ocorrido na rede pública de São Paulo, que é “o estado mais rico e povoado do Brasil; com uma instituição de primeiríssima linha como a USP (Universidade de São Paulo) e governado por José Serra, líder do PSDB e pré-candidato a presidência em 2010“ (em tradução livre). 
 
O erro dos livros também teve repercussão nos Estados Unidos (Yahoo News, AOL News), Inglaterra (The Guardian) e até em Taiwan (Taiwan News). 
 
Providências 
Ontem foi determinado o recolhimento de 500 mil exemplares da publicação que já haviam sido distribuídos. O “Caderno do Aluno“ é um complemento ao livro didático. Não há informação se a publicação já havia chegado a todas as escolas do Estado. 
 
“Não é um erro grave, mas é um erro. Material [escolar] não pode estar errado, não pode ter erros desse tipo“, disse o governador José Serra. 
 
A pasta do governo determinou que a Fundação Vanzolini, responsável pela edição do material didático, faça a troca dos livros com erros. A fundação irá arcar com todos os gastos desta troca, incluindo impressão e distribuição.  
 

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