Seminário sobre alfabetização discute avaliação e políticas públicas

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A Avaliação no Processo de Alfabetização e Políticas Públicas para Alfabetização e Letramento foram os temas centrais do segundo dia do Seminário Internacional de Alfabetização e Letramento na Infância, promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).

O evento está sendo realizado no Auditório da Embrapa, no Parque Estação Biológica, em Brasília, e termina no dia 8 de dezembro. No dia 7 de dezembro, as conferencistas Maria Teresa Esteban (Brasil) e Celia Dias Argüero (México) debateram os critérios de avaliação pedagógica.

Para a especialista brasileira em educação e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Maria Teresa Esteban, que há 15 anos pesquisa a avaliação de crianças de classes populares, a escola recebe todos, reconhece a diferença e deveria partir daí para, ao longo dos anos, diminuir as diferenças. “Mas isso não ocorre. A avaliação vai classificando a diferença.” Segundo ela, o diferente entra na escola e tem a possibilidade de ser ‘normalizado’ no padrão de referência. Ele sobe na classificação e avança ou, no processo classificatório, vai sendo excluído e vira um problema. “A escola exclui processos de aprendizagem que, de acordo com as avaliações, parecem pouco produtivos”, afirmou Maria Teresa.

Avaliação – “Os professores se preocupam tanto com o aprendizado que será avaliado externamente, que esquecem o que queriam que os alunos aprendessem. A avaliação define o que está no currículo real da escola.” A afirmação foi feita pela especialista em educação mexicana Celia Dias Argüero. Segundo Célia, as avaliações internacionais fizeram os países reconhecer a insuficiência dos alunos com relação à alfabetização, leitura e escrita. Além disso, os critérios de avaliação de hoje utilizados são muito mais rigorosos do que os usados há 30 anos, pois o conceito de alfabetização mudou graças a pesquisas nas áreas de lingüística, psicolingüística e antropologia.

“No entanto, nas escolas do México e também do Brasil, a avaliação da leitura ainda é feita em função dos critérios antigos: entonação, pronúncia, número de palavras lidas por minuto, localização de informações específicas no texto”, disse a pesquisadora. Segundo ela, na avaliação da escrita, se avaliam conhecimento da escrita, caligrafia, ortografia, regras gramaticais, identificação de elementos sintáticos. “Em outras palavras, os alunos não atingem os níveis de competência julgados adequados nas pesquisas internacionais.”

Para Cristina Armendano, da Espanha, representante da OEI, que falou sobre Políticas Públicas para Alfabetização e Letramento, a esperança é uma das soluções para a melhora dos problemas existentes na educação básica. “A esperança, porque nos últimos dez anos todos os países latino-americanos depois da reforma, com as crises econômicas que têm vivido e com as pressões sociais fortes, estão priorizando as políticas da primeira infância”, embora, explicou, não estejam investindo todo o dinheiro necessário. Ela ressaltou que a OEI é um organismo internacional de caráter governamental para a cooperação entre os países ibero-americanos no campo da educação, da ciência, da tecnologia e da cultura, com vistas ao desenvolvimento da integração regional.

Experiências – A professora Maria da Conceição Ávila, coordenadora de ensino fundamental da secretaria municipal de Sobral, no Ceará, relatou a experiência Avaliação Externa da Alfabetização das Crianças. Um projeto desenvolvido na rede de ensino fundamental que conta com um total de 66 mil alunos.

Outra experiência que impressionou a platéia foi apresentada pelas assessoras pedagógicas da rede de ensino de Lucas do Rio Verde (MT), Elaine Benetti Lovatel e Marisa Lucini. A avaliação no processo de alfabetização das séries iniciais, na região das docentes, envolveu escolas construídas nos padrões de primeiro mundo. Amplas salas de aula, cercadas de muito verde, em instituições com centros de alimentação e piscinas semi-olímpicas. De acordo com as professoras, a cidade tem aproximadamente 26 mil habitantes, nove escolas e uma creche. A rede de ensino tem cerca de cinco mil alunos distribuídos em escolas estaduais, municipais e particulares.

Participam do seminário representantes do Ministério da Cultura, da OEI, do Conselho Nacional de Educação, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Comissão de Educação do Congresso Nacional e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No dia 8 de dezembro, serão discutidos os temas: Formação de Professores na Perspectiva da Prática Alfabetizadora e Política de Formação de Leitores.

 

 

 

 

 

 

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