Na cerimônia realizada na noite desta quinta (25) pelo segundo ano consecutivo de forma on-line, o Prêmio Jabuti anunciou os vencedores da sua 63ª edição. A obra Sagatrissuinorana (Ôzé Editora), de João Luiz Guimarães e Nelson Cruz, vencedora da categoria Infantil, foi escolhida como Livro do Ano.
A obra é uma homenagem a João Guimarães Rosa que reconta a fábula dos Três Porquinhos, mas tendo como pano de fundo o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho. “É legal pensar que a gente está tocando as crianças, as gerações do futuro, para falar para elas saibam como é importante pensar no meio ambiente”, disse João Luiz, autor da obra, em seu agradecimento.
Emocionado, Nelson completou frisando o fato da narrativa da ilustração ter ganhado um espaço especial junto com a autoria da obra. “Eu só poderia levar para o público jovem aquilo que me formou, que é a literatura”, finalizou. Os dois levam para casa o prêmio de R$ 100 mil, além do Jabuti dourado.
Com uma apresentação descontraída de Dan Stulbach e grande participação do público on-line, o 63º Jabuti premiou dentro do Eixo Literatura, na categoria Romance a obra O avesso da pele (Companhia das letras), de Jeferson Tenório. Também finalista do Prêmio Oceanos, a obra de Tenório é um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude. Em Romance de Entretenimento, o vencedor foi Corpos secos (Alfaguara), de Luisa Geisler, Marcelo rocha Ferroni, Natalia Borges Polesso, Samir Machado de Machado e Marcelo Ferroni. A obra acompanha os sobreviventes de uma terra pós-apocalíptica em busca de um porto seguro.
Em Poesia, a vencedora foi Batendo pasto (Relicário), de Maria Lucia Alvim. Contos premiou o livro Flor de gume (Jandaíra), de Monique Malcher e Crônica, a obra Histórias ao redor (Cousa), de Flávio Carneiro.
A lista completa dos vencedores você confere clicando aqui.
Já o vídeo da cerimônia virtual está disponível no canal da CBL no YouTube.
O autor homenageado
Ignacio de Loyola Brandão, dono de cinco Jabutis – sendo um de ouro –, foi o homenageado dessa edição. Em um vídeo, ele contou passagens da sua infância e o quanto a literatura o marcou desde criança e participou também de um breve bate-papo com Stulbach. “Imagina como estou nesse momento em que sou a personalidade desse que é o maior premio do Brasil. É uma coisa que eu jamais pensei. Claro que a gente sempre quer alguma coisa, mas jamais imaginei que pudesse ser a personalidade do ano”, confessou.
Loyola ainda lembrou de chamar atenção para as livrarias e bibliotecas e abriu o envelope que revelou o Livro do Ano.
