SAEB 2003 – Saeb será aplicado em todas as escolas de ensino básico

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A partir de 2004, o Saeb passa a ser realizado em todas as escolas da educação básica. O trabalho será realizado pelo MEC em parceria com estados, municípios e universidades. Até o ano passado, ele era aplicado por amostragem. A aplicação do Saeb ampliado será em novembro e terá a participação de 7,5 milhões de alunos da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental de 169 mil escolas. Para isso, será implementada a Rede Nacional de Avaliação, com a participação de estados e municípios que aderirem ao programa. Em 2005, pretende-se estender a avaliação à 3ª série do ensino médio.  

Ao realizar uma avaliação periódica do desempenho dos alunos por escola, o governo pretende valorizar o processo de aprendizagem, promover políticas de eqüidade e incentivar a participação da comunidade escolar. Outra finalidade é estimular a formação de sistemas estaduais e municipais de avaliação autônomos e a associação deles com as instituições de ensino superior para a definição de programas de formação de professores. 

Com a avaliação ampliada, os governos poderão identificar as escolas com boa qualidade de aprendizado. O objetivo é que elas sejam parâmetros para os demais estabelecimentos da educação básica. Além dos estados e municípios, cada escola poderá receber seu resultado pedagógico, a ser divulgado em março de 2005.  

A avaliação da educação básica continuará sendo um mecanismo de diagnóstico nacional e, ainda, um instrumento de gestão. As secretarias de Educação poderão, a partir dos dados estatísticos e pedagógicos, estabelecer políticas de valorização da qualidade da educação por unidade escolar, levando em conta as diversidades e especificidades.  

SAEB 2003 – Professores e biblioteca influenciam o desempenho dos estudantes  
 
O Saeb pesquisa fatores associados ao desempenho que ajudam a evidenciar características de uma boa escola. As informações são coletadas por meio de questionários socioeconômicos aplicados a alunos, professores e diretores e, depois, relacionadas à média de desempenho alcançada pelos estudantes nos testes de leitura e matemática. Os fatores são inter-relacionados, mas a análise de alguns deles ajuda a entender aspectos que contribuem de forma positiva para o aprendizado.  

A existência e a utilização efetiva da biblioteca, por exemplo, faz diferença no aprendizado. De acordo com os resultados do Saeb 2003 para a 4ª série do ensino fundamental, no quesito leitura, quando até 25% dos alunos da escola fazem uso da biblioteca, a média de proficiência é de 168 pontos. Quando mais de 75% dos alunos utilizam a biblioteca, regularmente a média sobe para 181 pontos. Quando não existe esse tipo de recurso para os estudantes, o resultado do desempenho é de 153 pontos. Os resultados mostram, ainda, que quando há um responsável pela biblioteca escolar, a média melhora e quando os professores realizam atividades dirigidas nesse ambiente, há ganhos significativos na aprendizagem.  

Alunos que fazem a pré-escola e que, portanto, começam a ser alfabetizados antes do ensino fundamental também apresentam melhor desempenho na avaliação. Alunos da 4ª série que fizeram a pré-escola atingiram uma média de 171 pontos na avaliação em leitura. Aqueles que não tiveram essa oportunidade atingem têm média de 151. 

Reprovação e abandono – A reprovação e o abandono são fatores de fluxo que interferem diretamente na aprendizagem. Quem sempre foi aprovado alcançou média de 180 pontos e aqueles que foram reprovados apenas uma vez tiveram uma diferença de desempenho de 34 pontos a menos em leitura. Entre os alunos que nunca abandonaram a escola a média é de 172, contra 149 pontos dos alunos que abandonaram o estudo uma única vez. Os resultados de aprendizagem pioram à medida que o estudante teve mais reprovações ou abandonou a escola por mais de uma vez.  

O atraso escolar, conseqüência da reprovação e do abandono, figura como uma das causas do baixo desempenho. Alunos na idade correta obtiveram média de 183 pontos na avaliação, e aqueles que tinham um ano de atraso, 20 pontos a menos na escala. Os dados indicam que a reprovação e abandono devem figurar entre as principais preocupações para os gestores educacionais, pelo impacto que têm na auto-estima do estudante e no seu aproveitamento escolar. 

A escolaridade do professor é outro fator que está relacionado ao desempenho dos estudantes. Quando o profissional que está em sala de aula possui formação superior, a média dos seus estudantes é de 172 e, quando a formação é de nível médio cai para 157 pontos. A diferença na escala de desempenho, nesse aspecto, traduz a importância da formação docente no aprendizado das crianças e jovens.  

Os dados evidenciam alguns fatores encontrados no âmbito de influência da escola e sobre os quais é possível exercer algum tipo de controle para aumentar a eficácia do seu papel de prover educação. É importante ressaltar que o clima de aula ou mesmo da escola deve funcionar para a promoção do aprendizado. Os professores devem acreditar em seus alunos. A boa expectativa de aprendizado influencia diretamente nos resultados de sucesso escolar. Além disso, a escola deve possuir e guiar-se por um projeto pedagógico.  

SAEB 2003 – Censo Escolar mostra evolução educacional  
 
As informações do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, permitem verificar a evolução do sistema de ensino brasileiro. Entre 2001 e 2003 – quando foram realizadas as duas últimas avaliações do Saeb –, o levantamento mostra que a matrícula cresceu 8% na educação infantil e no ensino médio, 16% na educação de jovens e adultos e 24% na educação especial. Neste período, o índice de professores com curso superior lecionando para turmas de 1ª a 4ª série passou de 27% para 36%. 

Nos anos analisados, a taxa de distorção idade/série na 4ª série do ensino fundamental caiu de 39% para 33%. Na 8ª série, baixou de 46% para 41%, e na 3ª série do ensino médio, o índice de atraso escolar, em 2003, foi de 46% contra 51%, em 2001.  

Os dados do Censo Escolar também dimensionam as características da infra-estrutura das escolas. Entre 2001 e 2003, o percentual de alunos da 1ª à 4ª série do ensino fundamental que freqüentam escolas públicas com acesso à Internet passou de 10% para 23%, com laboratório de informática, subiu de 10% para 16%, e com biblioteca, de 40% para 42%.  
 
Confira os dados
 

SAEB 2003 – Diminui índice de alunos com dificuldades em leitura  
 
Dos alunos que freqüentam a 4ª série do ensino fundamental, 55% apresentam níveis de desempenho escolar considerado crítico ou muito crítico em leitura, de acordo com os resultados do Saeb 2003. Na avaliação de 2001, a quantidade de estudantes nesses estágios correspondia a 59% do total. Esses alunos não desenvolveram habilidades de leitura compatíveis a esse patamar de escolaridade e lêem apenas textos simples e curtos.  

Já o índice de alunos no nível “intermediário” passou de 36,2% para 39,7%. Nesse estágio, os estudantes estão começando a desenvolver as habilidades de leitura, mas ainda abaixo do exigido para a 4ª série. Eles reconhecem o tema de um texto e os elementos que constroem uma narrativa. Apenas 4,8% (mesmo índice do Saeb de 2001) podem ser considerados leitores competentes e estão no nível adequado. Eles conseguem estabelecer a relação de causa e conseqüência em textos narrativos mais longos e distinguem efeitos de humor mais sutis.  
 
Confira os dados

 
SAEB 2003 – Desempenho em leitura na 4ª série inverte tendência de queda  
 
Durante reunião com os secretários estaduais de educação, que receberam pela manhã os dados do Saeb, o ministro Tarso Genro afirmou que os números da avaliação demonstram o esforço de Estados, município, governo federal e sociedade pela melhoria do ensino: “O resultado mostra que o processo de queda do desempenho foi estancado. É visível um início de mudança e queremos que 2005 seja o ano da melhoria na qualidade educacional, em um trabalho articulado com os secretários estaduais e municipais de educação”. 

O aumento da média nacional, constatado por procedimentos estatísticos, é reflexo da melhoria dos resultados no Centro-Oeste e Nordeste, principalmente nas redes estaduais. Na primeira região, a média subiu 8,1 pontos, passando de 164,4, em 2001, para 172,5, em 2003. Com esse desempenho, a pontuação ficou acima da obtida em 1999 (170,5).  

A maior elevação da média, na região, ocorreu no Mato Grosso do Sul: 8,6 pontos. Na segunda região, o aumento foi de 5,3 pontos, subindo de 146,9 para 152,3, sendo que o maior acréscimo ocorreu em Sergipe: 10,4 pontos.  

Com a elevação mais forte das médias no Centro-Oeste e Nordeste, ocorreu uma redução nas diferenças regionais. Em 2001, a média do Sudeste era de 31,9 pontos a mais que a do Nordeste e 14,4 acima da registrada no Centro-Oeste. Em 2003, a diferença caiu para 29,4 e 9,2, respectivamente. 
O presidente do Inep, Eliezer Pacheco, ressaltou que a inversão na queda da média em leitura na 4ª série do ensino fundamental ocorreu em todas as regiões: “Isso confirma que a tendência nacional de melhoria é consistente”. 

Com o objetivo de melhorar o ensino no País, o secretário da Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, listou algumas políticas do governo Federal em fase de discussão ou implementação em parceria com Estados, municípios e universidades. Ele destacou a redefinição do financiamento, ampliação da formação de professores e o incentivo à democratização da gestão escolar.  

Em relação às redes de ensino, os resultados do Saeb mostram que a maior média foi registrada entre os estudantes das escolas federais, com 226,32 pontos. Em seguida estão as particulares (214,69), as estaduais (169,9) e as municipais (160,74). A baixa pontuação da rede municipal chama a atenção porque, nesse sistema de ensino, estão concentrados 66% dos alunos matriculados de 1ª a 4ª série do ensino fundamental.  

Nas demais séries avaliadas pelo Saeb, o cenário é de estabilidade. A média nacional para a 8ª série foi de 232 na avaliação do ano passado. Nesse patamar, os alunos conseguem identificar, entre vários enunciados, aquele que expressa opinião e localizar o tema de um texto argumentativo. Em 2001, a média foi de 235,2. Os procedimentos estatísticos não permitem afirmar que há diferença de um ano para outro.  

Na 3ª série do ensino médio também não ocorreram mudanças significativas que permitem identificar alteração no resultado. A média nacional de 2003 foi 266,7. Nesse estágio, os alunos distinguem um fato de uma opinião em um texto e identificam a finalidade de um texto informativo longo. No Saeb de 2001, a média foi de 262,3 pontos.  

Matemática – A média na 4ª série do ensino fundamental passou de 176,3, em 2001, para 177,1, em 2003, no desempenho dos estudantes em matemática, numa escala única para todas as séries (4ª e 8ª do EF e 3ª do EM) que vai até 500 pontos. Os procedimentos estatísticos utilizados em avaliação por amostragem indicam que não há mudança nos resultados. Nesse patamar de desempenho, os alunos reconhecem as partes de um todo em representações gráficas e resolvem problemas do cotidiano envolvendo adições de pequenas quantias de dinheiro. 

O desenvolvimento de algumas habilidades, como efetuar as quatro operações aritméticas, é importante para a resolução e aplicação de problemas de média e alta complexidade. Se o estudante não domina esse pré-requisito estará prosseguindo em sua trajetória escolar com déficits que comprometem ainda mais o seu aprendizado. Além disso, saber somar, dividir, multiplicar e subtrair é essencial no próprio cotidiano da vida moderna para, por exemplo, pagar uma conta ou calcular os juros de uma prestação.  

Na prova de matemática do Saeb para a 8ª série do ensino fundamental, a média do ano passado foi de 245, um pouco acima dos 243,4 pontos de 2001, o que não possibilita indicar alterações. Com esse desempenho, os estudantes que estão concluindo o ensino fundamental demonstram ser capazes de identificar os lados e ângulos de um quadrilátero, resolver equações de primeiro grau e localizar dados em reta numérica.
 
A mesma situação foi identificada na 3ª série do ensino médio, ou seja, não houve mudanças nos resultados. A média nacional passou de 276,7, em 2001, para 278,7, em 2003. Com essa média, os estudantes utilizam o conceito de progressão aritmética, e interpretam tabelas de dupla entrada de dados.  
 
Confira os dados
 

BOLETIM CHEIO DE NOTAS VERMELHAS
Correio Braziliense, Ullisses Campbell

Para os alunos brasileiros, a Matemática ainda é um bicho-papão. Em 13 estados brasileiros, 300 mil alunos da 4ªe 8ªséries do nível fundamental e da 3ªsérie do nível médio têm dificuldades para fazer contas. Os resultados estão na quinta versão do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgado ontem pelo Ministério da Educação. Os casos mais críticos estão no Norte e Nordeste, regiões cujo desempenho dos alunos no Saeb 2003 foi inferior ao exame anterior, de 2001, em oito estados.

Em todo o país, 68,8% dos alunos da 3ªsérie do ensino médio tiveram desempenho crítico e muito crítico no teste de Matemática. Isso quer dizer que eles não conseguem executar comandos simples, nem desenvolvem habilidades elementares para resolver problemas que contenham figuras geométricas e matemática financeira.

Entre os alunos da 8ª série do ensino fundamental, 57,1% tiveram desempenho crítico e muito crítico em Matemática, enquanto 51,6% dos estudantes da 4ªsérie ficaram no mesmo patamar. Quanto aos alunos do 3º ano do ensino médio, 38,6% ficaram com desempenho crítico e muito crítico. Na pesquisa de 2001, esse percentual ficou em 42,1%.

Terror da leitura

Em Língua Portuguesa, o terror dos alunos é o teste de leitura. Nesse campo, os dados do Saeb revelam que pelo menos 51,6% dos alunos da 4ª série ficaram com desempenho crítico e muito crítico. No Saeb anterior, esse percentual foi de 52,3%. No 3º ano do ensino médio, os testes de Língua Portuguesa também mostram tendência de queda. No Saeb de 2003, 38,6% dos alunos avaliados obtiveram desempenho crítico e muito crítico. No Saeb de 2001, 42,1% dos alunos do último ano do ensino médio ficaram com o mesmo desempenho.

No teste de leitura, os alunos fracassam porque a maioria não sabe interpretar os textos. Entre os alunos da 4ªsérie, por exemplo, a média de desempenho foi de 169,4 numa escala de zero a 500 – o ideal seriam 200 pontos. Em 2001, a média nesse teste foi de 165,1. ´ ´ O maior problema dos alunos nos testes de leitura é que eles soletram, mas não entendem ´ ´ , diz a pesquisadora Martha Romma, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, estado que apresentou o melhor desempenho em leitura.

Segundo avaliação do presidente do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas em Educação (Inep), Eliezer Pacheco, as escolas que tiveram melhor desempenho no Saeb têm projetos que evitam o abandono e a repetência escolar.

Feito a cada dois anos

O Saeb é realizado a cada dois anos para alunos de 4ª e de 8ª séries do ensino fundamental e de 3ª série do ensino médio. Em 2003, participaram cerca de 300 mil alunos de 6.270 escolas públicas. Recebem nota intermediária os alunos que desenvolvem habilidades mais próximas das exigidas nas séries, mas a resolução de problemas ainda é insuficiente. A avaliação adequada é dada a quem interpreta e sabe resolver os problemas de forma competente.

Lula quer novo exame ainda em 2004

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro da Educação, Tarso Genro, que um novo Saeb seja aplicado ainda este ano em todas as escolas do país. Assim, o exame deixará de ser feito por amostragem, o que dar á resultados tão precisos quanto o Censo Escolar, porém mais subjetivos. A aplicação do Saeb 2003 custou para o governo R$ 7 milhões. O que será feito ainda este ano custará R$ 70 milhões e será aplicado em 7,5 milhões de estudantes de 169 mil escolas, segundo o presidente do Inep, Eliezer Pacheco.

No geral, os estados que registraram melhora no desempenho dos alunos foram Tocantins, Sergipe e Acre. Segundo a secretária-adjunta de ensino do Acre, Maria Corrêa, o crescimento no nível de ensino no estado correu porque as escolas estão investindo em leitura e aulas de reforço, além de haver seis projetos que incentivam atividades extraclasses. No ano passado, o Acre promoveu uma maratona de leitura em quase todas as escolas da capital.

O presidente do Inep disse que o governo pretende utilizar as experiências que deram certo e os projetos que estão melhorando a qualidade para levá-las a outros estados. Segundo os dados do Saeb, todas as regiões brasileiras apresentaram uma pequena melhora na média de desempenho dos alunos da 4ª série em Língua Portuguesa. No entanto, em 18 estados, houve uma queda significativa no desempenho dos alunos da 8ª série. Em todo o Brasil, a queda do desempenho dos alunos dessa série foi de 3,2%.

Para o educador João de Jesus Mosqueiro, da Universidade Católica de São Paulo, o maior problema dos estudantes em Matemática e Língua Portuguesa está na falta de criatividade dos professores. ´ ´ Ainda se ensinam essas disciplinas como se fazia na década de 70. As aulas, principalmente em escolas do governo, não têm atrativo nenhum ´ ´ , diz. O Saeb foi aplicado em escolas públicas e particulares.



COLÉGIOS ESTÃO LONGE DE TER O PERFIL IDEAL
O Estado de São Paulo

Uma boa escola tem biblioteca, salas de aula adequadas, professores bem formados. E também tem alunos que fizeram a pré-escola, não repetem de ano nem abandonam os estudos. E pais que podem ter acesso à escola. São em lugares assim que se aprende, segundo os dados levantados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Em cruzamento feito entre dados de questionários aplicados em alunos, professores e diretores e as médias obtidas no Saeb, o Ministério da Educação (MEC) descobriu, por exemplo, que a média em português de alunos que fizeram a pré-escola chega a ser 20 pontos maior, na 4.ª série, do que de estudantes que entraram direto na 1.ª série do ensino fundamental.

Nas escolas em que pelo menos 75% dos alunos freqüentam a biblioteca, a média em português na mesma série é de 181 pontos. Onde não há biblioteca, é de 153.

Estudantes que repetem de ano também perdem em aprendizagem. Apenas um ano de repetência faz com que o aluno tenha, em média, um rendimento 34 pontos menor do que aquele que sempre foi aprovado. Os que abandonaram a escola e depois voltaram perdem 23 pontos na média. “Uma boa escola precisa de projetos para tentar evitar o abandono e a repetência, assim com precisa de gestão escolar, material didático adequado, um plano pedagógico e acesso à biblioteca, laboratórios e quadras de esportes“, disse o presidente do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas em Educação (Inep), Eliezer Pacheco.

Professores – O Saeb também mostra a importância da formação dos professores. Quando o profissional tem apenas o ensino médio, a pontuação média dos seus alunos no Saeb fica em 157 pontos. Se a formação é superior, a média dos alunos chega a 172 pontos. No entanto, apenas 36% dos professores de 1.ª a 4.ª séries no País têm curso superior.

Mesmo de 5.ª a 8.ª séries, para as quais a obrigatoriedade do diploma é antiga, 33% dos docentes têm apenas o ensino médio.

O secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas, explica que o ministério está investindo na formação dos professores. “Mas o MEC é indutor de políticas. Tudo precisa ser feito em acordo com Estados e municípios“, disse.

Mas, além de investir na formação, o ministério quer modificá-la. “Mesmo os professores com curso normal ou pedagogia têm formação insuficiente. Isso se reflete especialmente na matemática, porque eles não são preparados para a área de ciências exatas. É preciso mudar a formação“, disse Pacheco. Na 4.ª série, 51,6% dos estudantes de matemática foram considerados em estágio de aprendizagem crítico e muito crítico. Na 8.ª, são 57,1%. No 3.º ano, 68,8%.

“O aprendizado até a 4.ª série é essencial, especialmente em matemática.

Depois as dificuldades só aumentam“, disse o presidente do Inep. (L.P.)

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