Rio mapeia ensino para avaliar carência de professores

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Para identificar o tamanho real da carência de professores estaduais com nível superior, principalmente em Matemática, Química e Física e planejar soluções, o governo do Rio começou ontem a mapear sua rede de ensino. Cada um dos 77 mil professores estaduais está sendo incentivado a preencher na Internet o formulário ’Perfil de Formação do Professor’, com dados pessoais, profissionais e possíveis interesses em cursos de aperfeiçoamento ou especialização. A ficha ficará on-line durante 15 dias.  
 
Entre os planos, está a reserva de vagas em universidades especialmente para os mestres já em atividade. A intenção é adequar os professores à legislação, garantindo o diploma aos que não têm e adaptando o corpo docente às demandas de sala de aula.  
 
“Muitos professores na nossa rede não têm curso superior. E tem professor de Matemática dando aula de Física, engenheiro dando aula de Matemática“, admite a secretária estadual de Educação, Tereza Porto. O estudo está sendo feito por uma comissão criada por decreto do governador Sérgio Cabral, formada pelas secretarias municipais e estadual de Educação e pelo Ministério da Educação. Além das universidades federais, estaduais e Cefets, Tereza Porto crê que o Centro de Educação Superior à Distância do Rio terá papel importante para adequar o quadro de professores sem aumentar a falta de profissionais da rede. A comissão, criada em agosto, também ficará responsável pelo atendimento à formação continuada dos professores da rede estadual.  
 
Segundo a secretária, a comissão está pensando em um modelo de trabalho que permita a oferta de 20% das vagas nas universidades e Cefets para esse público. O cadastro deve ser feito pelo site da Secretaria Estadual de Educação (www.educacao.rj.gov.br), página que desde ontem aloja o portal Conexão Professor, com informações voltadas para os mestres.  
 
Formação direcionada à sala de aula 
 
Para a secretária Tereza Porto, uma discussão que deve ser iniciada assim que a rede de professores estiver mapeada é o modelo de formação dos profissionais. Para ela, a segmentação atrapalha desnecessariamente a mobilidade do quadro de mestres. “O físico só pode ensinar Física, o químico, só Química. É preciso pensar numa formação ampla e direcionada especificamente para a sala de aula. Hoje o professor faz a universidade para ser pesquisador. Temos dificuldade de formar professores“, admite.  
 
Diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação, Beatriz Lugão acredita que o problema do magistério vai além da formação profissional. Segundo ela, à medida que se capacitam com mestrado ou doutorado, os professores procuram trabalho em que sejam mais bem remunerados. “Sempre quisemos fazer especialização, mas não como uma segunda ou terceira jornada de trabalho. O professor precisa ser liberado para o curso de mestrado“, acrescenta Beatriz, para quem o corpo docente do estado é um dos mais especializados do País.  

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