Resultado do PISA reflete problemas estruturais do ensino, diz especialista

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A avaliação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada hoje (1°), que traz o Brasil na 38° posição entre os 44 países que testaram habilidades de estudantes de 15 anos em resolver problemas de raciocínio e de lógica, relacionados à situações do cotidiano, é o reflexo de problemas estruturais da educação brasileira, na avaliação do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara.

“Isso decorre da maneira como se organiza a gestão da educação no Brasil. Se tem forte responsabilização dos governos municipais e estudais e participação aquém do necessário do governo federal. É um problema estrutural que vem desde a época da proclamação da República. O governo federal é quem mais arrecada recursos e quem menos contribui na área de educação”, disse Cara sobre os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012.

Segundo ele, para avançar na qualidade da educação é preciso que haja complementação de recursos do governo federal aos estados e municípios, de modo a garantir o direito à educação com um padrão mínimo de qualidade. “Essa complementação deve vir junto com uma lei dura para determinar a forma como os estados e municípios vão gastar os recursos, e a sociedade deve poder acompanhar a fiscalização”, conclui.

O coordenador da CNDE acrescenta que é preciso garantir uma política de valorização dos profissionais de educação e escolas com estrutura adequada para o ensino.

O Pisa é aplicado a cada três anos, voltado para leitura, ciências e matemática, e, pela primeira vez, mediu a capacidade de resolução de problemas mais elaborados de lógica e raciocínio. No Brasil, menos de 2% dos estudantes avaliados atingiram a performance máxima na solução dos problemas. A avaliação registra que, no país, as meninas tiveram desempenho melhor que os meninos.

Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia.

Em dezembro do ano passado a OCDE havia divulgado resultados do Pisa 2012 que mostram que, entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar no desempenho dos estudantes nas três áreas de conhecimento avaliadas.
 
Inep diz que Brasil tem políticas públicas para ampliar qualidade da educação
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Francisco Soares, disse hoje (1°), que o Brasil tem políticas públicas concretas para continuar ampliando a qualidade da educação ao comentar pesquisa divulgada hoje (1°) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados apontam que o Brasil ocupa a 38° posição entre 44 países que testaram habilidades de estudantes de 15 anos em resolver problemas de raciocínio relacionados ao cotidiano.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2012 mostra ainda que, no Brasil, menos de 2% dos estudantes que participaram atingiram a performance máxima na solução dos problemas. “O Pisa mostra que não estamos parados, estamos caminhando. Nos níveis 5 e 6 [níveis que medem o melhor desempenho], o Brasil tem 2% e os países mais consolidados têm 11%. Essa diferença de 2% para 11% é a menor diferença que tivemos desses países em avaliações. Vemos que temos que caminhar, mas já caminhamos também”, disse Soares.

O presidente do Inep disse ainda que o Brasil tem políticas públicas para preparar os estudantes para a solução de problemas concretos como os apresentados no Pisa, entre eles, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Com o Enem, o Brasil trouxe para seu curriculum esse tipo de demanda”, diz.

Na avaliação, os estudantes tiveram que desenvolver atividades como executar tarefas em um aparelho de MP3, usar o controle remoto de um aparelho de ar-condicionado para controlar condições de temperatura e umidade, sem instruções prévias, e simular a compra de um bilhete de trem em um teclado sensível ao toque.

Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia.

 

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