Quanto vale a indústria do livro

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“A indústria do livro sempre achou que pouco contribuia para a economia, mas isso é um erro”, disse Jens Bammel, secretário geral da International Publishers Association (IPA) durante a apresentação da pesquisa “Global Publishing Market” na manhã desta quarta-feira (13), na Feira do Livro de Londres.

 

Se somadas, as vendas (em euros) das outras indústrias criativas, como música (18,2 bi), filmes (17,9 bi) e jogos (32,5 bi), não chegam ao total do mercado editorial, avaliado em 80 bi de euros. Mas os dados devem ser olhados com cautela, alerta o coordenador da pesquisa Rüediger Wischenbart, da empresa Content and Consulting, já que esta é uma versão preliminar do que ele espera que seja o mais completo mapa da indústria do livro.

 

Bammel fez um apelo aos editores e pediu o comprometimento de todos e transparência no fornecimento de dados. Para esta primeira versão, foram consultadas associações, imprensa especializada e outras estatísticas de 50 países.

 

“A indústria do livro é de longe a maior indústria criativa”, disse Wischenbart, que avaliou o faturamento das editoras e o tamanho do mercado consumidor. Mais para frente o relatório será mais detalhado, com informações sobre as exportações e importações.

 

Os maiores mercados são, nesta ordem: Estados Unidos, Alemanha, China, Japão, Reino Unido, França, Itália, Índia, Espanha, Coreia, Brasil, Rússia, Austrália, Canadá, Polônia e Taiwan. Os dados não são padronizados, o que dificulta a análise.

 

Editoras americanas faturam 16 milhões de euros e o mercado é estimado em mais de 24 milhões de euros. Lá, são editados ou reeditados 939 títulos para cada um milhão de pessoas.

 

A Alemanha, que vem logo atrás, tem um faturamento bem mais modesto (4,3 mi de euros), mas um números maior de títulos para cada um milhão de habitantes (1.138). Na Coreia, que antecede o Brasil na lista dos 16 maiores mercados, as editoras faturam 1,4 mi de euros enquanto as brasileiras registraram faturamento de 1,3 mi de euros.

 

O que impressiona é o disparate entre o número de novas edições e reedições. São 1.628 na Coreia (o maior registro do relatório) contra 271 no Brasil. Em número de títulos, a Índia, 8º lugar na lista, fica na lanterna, com 87 para cada um milhão de pessoas.

 

Na América Latina, Wischenbart destacou a Argentina como um mercado maduro e um país mais alfabetizado e o Brasil como um país dinâmico. No entanto, a região fica quase insignificante quando comparada, por exemplo, com a indústria do livro da Espanha. “Planeta, Santillana e Mondadori, juntas, equivalem à metade do mercado latino-americano”, disse o coordenador da pesquisa.

 

O desafio agora é coletar e validar os dados de todos os mercados expressivos. A pesquisa “Global Publishing Market” é uma iniciativa da International Publishers Association (IPA), com apoio da London Book Fair e da Book Expo America.

 

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