Qualidade da educação depende de planejamento, investimento, metas e prazos

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Na divulgação dos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o ministro Fernando Haddad voltou a falar que os investimentos em educação serão sentidos a longo prazo. “A qualidade não cairá do céu”, disse.

O ministro comparou o Brasil com outros países que também fizeram um pacto pela educação e colheram os resultados anos depois. O Chile, por exemplo, em 1991, fez um pacto suprapartidário e tirou a educação das disputas menores. Mais de 15 anos depois, o Chile começa a colher os resultados. “O país andou a metade do caminho até a média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).” Em ciências, os países da OCDE tiveram média de 500 pontos. O Chile atingiu 438; em leitura, o Chile ficou na 38ª colocação, com 442 pontos, enquanto a média da OCDE é de 492; em matemática, com média de 411 pontos, o Chile ficou em 47º lugar. Nos países da OCDE, a média foi de 498 pontos.

Visão de estado — Para o Brasil, o ministro entende que a perseverança e a visão de estado da educação são fundamentais para seguir o exemplo de qualificação da educação perseguida pelo Chile. “É a nação que está em jogo. É preciso ter uma visão de estado e não uma visão governamental ou partidária.”

Haddad lembrou que o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) marca a primeira vez em que o país estabelece metas de qualidade e une esforços nacionais para atingi-las. “Nosso objetivo é a pactuação nacional com metas de qualidade e foco na aprendizagem”, explicou.

Segundo o ministro, a grande vantagem do modelo brasileiro é a divulgação de resultados a cada dois anos. “Não estamos dizendo: nos cobrem daqui a 15 anos”, disse Haddad, ao se referir às metas de qualidade fixadas para estados e municípios cumprirem de dois em dois anos. “Ao divulgar os resultados por rede, aumenta a responsabilidade da classe política. Poderemos saber o que dá certo para disseminar e o que não dá para modificar.” Haddad disse que com o PDE será possível saber se as metas foram ou não cumpridas e o porquê.

Resultado do Pisa mostra que educação deve fixar metas de qualidade
Portal MEC

“O Brasil precisa se habituar a cumprir metas de qualidade na educação”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista à Rádio Jovem Pan, de São Paulo. “Os países que venceram o desafio fixaram metas de qualidade. Ou seja, saber se a criança está na escola aprendendo”, comentou, em alusão aos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgados na terça-feira, 4. 
 
O ministro acredita que para vencer esse desafio é preciso comprometer a universidade pública com a escola pública e fazer a maioria dos licenciados nas universidades atuar nas escolas. Para isso, disse ser necessário aumentar as vagas de ingresso nos cursos de física, química, biologia e matemática, áreas com mais carência de professores na educação básica. 
 
O salário dos professores também foi tema da entrevista. Haddad lembrou que o piso é de um salário mínimo para um professor que trabalha 40 horas por semana. “Hoje, estamos praticamente triplicando o valor”, destacou — será elevado de R$ 380 para R$ 950 no caso de professores sem diploma de curso superior. “Para professores com nível superior, o piso tem de ser estabelecido num patamar maior.”  
 
Haddad explicou que o Ministério da Educação aguarda a aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Só depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá sancionar a lei que estabelece o novo piso, a qual entraria em vigor, se aprovada este ano, em 1º de janeiro de 2008. 
 
Haddad falou ainda sobre os dados estaduais do Pisa relativos a repetência e evasão escolar. “É preciso acompanhar as crianças individualmente. As escolas que dão certo verificam se o aluno está aprendendo”, salientou.  
 

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