Mesmo com todos os problemas de distribuição, cerca de dez novos selos surgem por mês no País, para editar os livros dos sonhos de seus donos
A cena tornou-se rotineira – freqüentadores de livrarias com um acervo mais versátil, ou seja, que não se preocupam em oferecer apenas best-sellers, vêm notando o crescente surgimento de novas editoras que não existiam há algum tempo. Apesar de o espaço ainda fartamente ocupado por empresas tradicionais, como Record, Companhia das Letras e Objetiva, as prateleiras já reservam espaço para livros estampados com o logotipo da Papagaio, Ciência do Acidente, Landscape e 11 Editora, entre outras.
“Ao montar uma editora, decidi utilizar a reserva ecológica da minha imaginação e criar produtos que ninguém arriscava fazer”, comenta o escritor Joca Reiners Terron, que comanda a Ciência do Acidente em um quarto de seu apartamento, no bairro do Sumaré, sede oficial da empresa. Foi lá que acertou o lançamento das obras de importantes escritores como Marçal Aquino, Nelson Oliveira e Glauco Matoso. Tudo por custo baixo.
A independência profissional e o prazer de editar os livros dos sonhos incentivam o surgimento médio de dez novas editoras por mês, no Brasil. A dificuldade de divulgação e do acompanhamento do mapa de distribuição e estratégias de vendas em diversas capitais, porém, provoca o efeito contrário, ou seja, o fechamento de outras dez. “O mercado está inchado”, preocupa-se Cláudia Pinheiro, da editora Hedra.