Projetos unem públicas e privadas

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A distância, nos mais diversos aspectos, entre o ensino público e o privado pode ser encurtada com projetos de parceria entre as escolas das duas redes.

 

Para os educadores envolvidos nos programas, a união entre escolas particulares, estaduais e municipais beneficia alunos e professores e traz novos valores para a discussão dentro e fora da sala de aula.A ideia principal dos colégios é conseguir formar uma rede colaborativa de aprendizagem, tanto no âmbito educacional quanto no pessoal.

 

“Lidar com uma realidade socioeconômica completamente diferente da cotidiana leva os alunos a valorizar a diversidade e a respeitar o mundo em que vivem”, explica Edson Isse, professor de língua portuguesa da Escola Suíço Brasileira de São Paulo. Neste ano, o colégio fez uma parceria com a Secretaria de Turismo de São Luiz do Paraitinga, na qual os alunos do 2.º ano do ensino médio deram noções dos quatro idiomas que estudam (inglês, português, francês e alemão) aos estudantes de duas escolas municipais de ensino fundamental da cidade.

 

Além da troca de conteúdo pedagógico, as escolas dizem que as parcerias estimulam o interesse cultural dos alunos. É o caso do programa que une o Colégio I. L. Peretz, na Vila Mariana, e a Escola Municipal Presidente Campos Sales, em Heliópolis.

 

Os jovens da comunidade são capacitados em aulas de inglês e informática dadas por professores e alunos do Peretz. “Além de aprender, nossos alunos passaram a se interessar pela cultura judaica que é estudada no Peretz”, diz Maria Helena Muniz, vice-diretora da Campos Sales.

 

Como a maior parte dos projetos de parceria conta com alunos e docentes voluntários, os coordenadores ressaltam que não é todo mundo que tem o perfil para atuar. Os alunos devem estar dispostos a participar.

 

“É voluntário, mas tem de haver comprometimento”, diz Ana Claudia Correa, orientadora educacional do ensino fundamental 2 da Escola Stance Dual. A escola bilíngue mantém parceria com a ONG Novo Olhar, no bairro Bela Vista, em que os jovens da associação desenvolvem vídeos junto com alunos da Stance Dual.

 

Docentes. Segundo os pedagogos, as experiências de troca entre o ensino público e o privado não envolvem somente os estudantes – os professores também aprendem. “Lidar com a diversidade de realidades não é só para os alunos”, afirma Claudia Siqueira, diretora pedagógica do Colégio Sidarta.

 

A escola, que faz parte do Instituto Sidarta, atua há seis anos no município de Itapevi (SP) com o projeto de leitura e escrita Eu Escrevo, Tu Escreves, Nós Mudamos. O programa envolve alunos do ensino fundamental à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e visa a melhorar a produção textual dos estudantes. Os melhores textos são publicados em um livro. A ação também ocorreu na rede municipal de Cotia.

 

O Colégio Magister, na zona sul de São Paulo, em parceria com a ONG ProBrasil, transformou uma viagem de estudo do meio em Picos (PI), em uma experiência educativa com professores e alunos da rede pública da cidade. Foram organizadas oficinas pedagógicas de capacitação para todos os docentes do município que quiseram participar, já que a cidade decretou feriado para receber a escola paulistana.

 

“A responsabilidade educativa, por vivenciarmos um contexto no qual todos os espaços formam e educam, não pode ficar atrelada à ideia que fundamenta uma separação entre a esfera do privado ou do público”, diz Marcelo Feitosa, coordenador pedagógico do ensino médio do Colégio Magister.

 

Ruthnéia Lima, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Casa Meio Norte, que recebeu o Magister, concorda. “Quando estivemos todos juntos, os mundos se igualaram e percebemos que temos muito em comum”, diz ela, que espera receber o colégio no ano que vem.

 

Os alunos também aprovam a experiência. “Todas as minhas expectativas foram superadas”, disse a estudante do Magister Natália Antunes.

 

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