Polícia investiga comércio de cópias de livros em universidade

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Um inquérito aberto na Divisão de Investigações Gerais (DIG) apura o comércio de cópias de livros em universidades de São Paulo. Ele foi aberto em dezembro com base em uma representação da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos. A entidade apresentou aos policiais uma lista de locais usados pelos estudantes para fazer cópias dos livros. “Nosso homens apreenderam grande quantidade de cópias e livros“, disse o delegado Edson Soares, diretor da DIG, do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). 
 
Segundo o delegado, os investigadores apreenderam cópias perto de todas as mais tradicionais instituições de ensino na cidade, como a Universidade de São Paulo (USP), a Pontifícia Universidade Católica (PUC) e a Universidade Mackenzie. O inquérito ainda não foi concluído pois a polícia está terminando a identificação dos envolvidos. “Os locais eram próximos. Não encontramos nenhum dentro das universidades.“ 
 
A reprodução de trechos de livros é crime contra a propriedade intelectual, cuja pena varia de 2 a 4 anos de reclusão. O combate a essa prática é uma das medidas aprovadas pelo Conselho de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual, do Ministério da Justiça. Divulgado anteontem, o plano do governo federal prevê a execução dessas ações nos próximos dois anos. 
 
“Se eu não pudesse tirar xerox certamente não poderia estudar. No início do ano os professores passam a bibliografia e a gente vê que não dá para comprar tudo e muito coisa não tem na biblioteca“, lamenta a pós-graduanda de língua portuguesa da Universidade de São Paulo (USP), D.C.P, de 30 anos. Ela havia acabado de tirar cópias de um livro europeu que custa cerca de R$ 300,00. A cópia saiu por R$ 28,00. “Outro dia eles não quiseram tirar a cópia, disseram que era proibido, mas assim ninguém estuda. Consegui o original com uma amiga que viajou para fora, mas não posso ficar com o exemplar dela.“ 
 
A colega de classe de D. Verena Kewitz, de 30 anos, sofre com o mesmo problema. “Muitos títulos já saíram de catálogo e aí não tem jeito, temos que fazer cópia.“ A estudante de inglês da USP Sabrina Brito de Correia Santos, de 21 anos, gasta de R$ 20,00 a R$ 30,00 por semana em xerox. “No semestre passado os professores adotaram somente dois livros, o restante são capítulos de vários títulos diferentes.“ 
 
CAMELÔS 
 
No centro da cidade é inevitável não esbarrar com ambulantes oferecendo de camisetas a programas de computador falsificados. No dia 2 de março, na Avenida Senador Queiroz cinco ambulantes vendiam mercadoria falsificada na calçada, em sua maioria CDs e DVDs. Estacionada ao lado estava um carro do Deic. “Os policias estacionaram o veículo naquele local por que foram entregar uma intimação em um shopping popular da região“, explicou o diretor da DIG. 
 
“São três CDs por R$ 10,00. Antes era mais caro, mas agora que a concorrência aumentou o preço teve que baixar“, contou o ambulante A.D., que trabalha no local há dois anos. 
 
Segundo a Polícia Civil, só na região da 25 de Março foram apreendidos em 2004 mais de 2,5 milhões de CDs e 339 mil pares de tênis falsos. 

Menu de acessibilidade