Pesquisa mostra que 445 municípios do país ainda não têm bibliotecas

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Pesquisa divulgada na sexta-feira (30) pelo Ministério da Cultura revela que em 445 cidades brasileiras ainda não há bibliotecas municipais. O índice representa 8% dos 5.565 municípios em todo o país.


 

O estado com o maior número de cidades sem esses espaços para leitura é o Maranhão (61). O 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais foi realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e encomendado pelo ministério.
 

De acordo com o levantamento, em 79% das cidades há bibliotecas municipais em funcionamento. Em 12%, elas estão em processo de implantação e em 1%, em fase de  reabertura. O estudo foi feito entre setembro e novembro do ano passado. Em 2007 e 2008, 660 cidades não tinham bibliotecas municipais. O perfil dos estabelecimentos indica uma média de 296 empréstimos por mês e uma frequência média de usuários de 1,9 vez por semana. A área física é de 177 metros quadrados, em média, e a maioria das bibliotecas (99%) não abre durantes os finais de semana, só funciona de segunda à sexta, de manhã e de tarde.

 

Os dados mostram ainda que 91% dos locais não oferecem serviços a pessoas com deficiência visual. O índice das bibliotecas que   não dispõem de serviços para portador de necessidades especiais chega a 94%. Além disso, 88% dos estabelecimentos não têm nenhum tipo de atividades de extensão, como oficinas e rodas de leitura em escolas. Segundo a pesquisa, 64% das bibliotecas municipais do país têm computador, 39% têm televisão, 28% têm videocassete, 27% têm aparelho de DVD e 24% ainda usam máquina de datilografia. Entretanto, 25% delas não contam com nenhum desses equipamentos. Apesar do número razoável de estabelecimentos com computadores, nem a metade (45%) tem acesso à internet. Desses, apenas 29% prestam esse tipo de serviço aos usuários. 

 

 

 

 

 
Bibliotecas municipais têm quatro funcionários em média, a maioria sem formação específica
Agência Brasil 

 

As bibliotecas municipais brasileiras têm em média 4,2 funcionários e a maioria (84%) é mulher. Entretanto, 52% dos trabalhadores desses estabelecimentos não têm capacitação para a atividade em bibliotecas. Os dados fazem parte do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado hoje (30) pelo Ministério da Cultura.

 

O levantamento, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), também aponta que a média de idade dos funcionários é de 41,2 anos e que 40% deles completaram apenas o ensino médio, enquanto 57% concluíram o ensino superior.

 

Já o perfil de quem frequenta  bibliotecas municipais no país indica que 65% dos usuários vão ao local para fazer pesquisa escolar, 26% para pesquisa em geral e 8% para lazer. Os assuntos mais pesquisados são geografia e história, literatura e obras gerais (como enciclopédias e dicionários). Segundo o estudo, 55% dos usuários frequentam as bibliotecas de uma a cinco vezes ao mês; 18%, de seis a dez vezes; 20%, de dez a 20 vezes, e 3% fazem mais de 20 visitas mensais. Do total de empréstimos por mês, 23% das bibliotecas registram de um a 30 volumes; 12%, de 30 a 90 volumes; 26%, de 90 a 300 volumes; e 19%, mais de 300 volumes. De acordo com o   ministério, 9% não fazem empréstimos.

 

Em relação à quantidade de obras no acervo, 13% dos estabelecimentos têm até 2 mil volumes. O estudo também mostra que 35% têm até 5 mil volumes, 26% têm até 10 mil e 25% têm mais de 10 mil. A maioria das obras (83%) foi doada, enquanto 17% foram comprados. Em 29% das bibliotecas municipais, a programação cultural oferecida inclui a chamada hora do conto. Em 25%, os usuários podem participar de oficinas de leitura, 24% promovem rodas de leitura e 18%, palestras. Entretanto, 44% dos locais não oferecem nenhum tipo de atividade de extensão. 

 

 

 

 

Só 29% das bibliotecas públicas têm internet

O Estado de São Paulo – Rafael Moraes Moura

 
Mapeamento divulgado pelo Ministério da Cultura mostra que 420 municípios não têm nenhum espaço público destinado à leitura.Na era dos livros digitais e da proliferação de sites com obras disponíveis para download, apenas 29% das bibliotecas públicas municipais disponibilizam internet para seus usuários. Algumas localidades não ingressaram sequer na era dos livros de papel: dos 5.565 municípios brasileiros, 420 não têm nenhum espaço gratuito destinado à leitura.

 

Os números foram reunidos pelo 1.º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado ontem pelo Ministério da Cultura. O mapeamento mostra que, de uma forma geral, o frequentador de biblioteca encontra uma série de carências nos centros de leitura do País.Entre setembro e novembro do ano passado,12% dos municípios estavam em processo de implantação de suas bibliotecas públicas, 8% não tinham planos de criá-las e 1% iriam reabri-las. O Maranhão lidera o ranking dos municípios sem espaços para leitura (62), seguido por São Paulo   (51). “São dados desafiadores”, disse a presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia, Nêmora Rodrigues. Ela atribui o problema à pouca mobilização dos gestores. “Falta conscientização dos dirigentes para a importância da biblioteca.”

 

Para o diretor de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano Piúba, é necessário um trabalho de conscientização para que os prefeitos reconheçam a importância de oferecer um espaço de leitura. Ele comentou, sem citar nomes, que pelo menos cinco municípios sinalizaram que não tinham interesse em receber uma biblioteca. “Estaremos fadados ao fracasso social, econômico e educacional se não inserirmos a política de livro e leitura para o desenvolvimento do Brasil.” O ministério lançou edital para investir R$ 30,6 milhões em 300 bibliotecas do País. O objetivo é atender a prefeituras e Estados, que devem se inscrever   até 15 de junho para pleitear a verba. Variações regionais.

 

De acordo com o censo, o retrato da leitura não é homogêneo no País. Os nordestinos, por exemplo, são os visitantes mais assíduos de bibliotecas. A média de frequência entre os usuários por lá é de 2,6 vezes por semana, mais que o 1,9 do índice nacional. O Nordeste também apresenta o maior porcentual de bibliotecas com funcionamento noturno – 46% delas abrem também à noite.

 

Já as bibliotecas da Região Norte são as que menos emprestam livros – apenas 90 por mês. As do Sul são as mais informatizadas, com 45% dos espaços oferecendo internet para os usuários. No Sudeste estão os maiores acervos – 36% das bibliotecas reúnem mais de 10 mil volumes. O ranking regional e nacional de bibliotecas com essa quantidade de livros é liderado por São Paulo (51%). O censo do setor foi elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a um custo de R$ 3,7 milhões. 

 

 

 

 
Tocantins é o estado com maior índice de bibliotecas por grupo de 100 mil habitantes
Agência Brasil

 
O Tocantins aparece como primeiro colocado no ranking de unidades da Federação com o maior número de bibliotecas municipais para cada 100 mil habitantes, com uma taxa de 7,73. Logo depois aparecem Santa Catarina (4,52) e Minas Gerais (4,14). Entretanto, Minas Gerais lidera em número absoluto de estabelecimentos, com um total de 831 bibliotecas municipais.

 

Em seguida vêm São Paulo (673) e o Rio Grande do Sul (437). Os dados fazem parte do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, divulgado hoje (30) pelo Ministério da Cultura. O  levantamento aponta que as unidades federativas com as taxas mais baixas de bibliotecas para cada 100 mil habitantes são o Rio de Janeiro (0,86), Distrito Federal (0,76) e Amazonas (0,7). Já os que registram os menores números absolutos de estabelecimentos são o Amapá (11), o Acre (dez) e Roraima (sete).

 

No ranking de municípios com o maior número de bibliotecas para cada 100 mil habitantes, a cidade de Barueri (SP) aparece em primeiro lugar, com uma taxa de 4, seguida por Curitiba   (PR), com 2,97, e Santa Rita (PB), com 2,35. Em números absolutos de estabelecimentos, o município de São Paulo (SP) lidera com 57 bibliotecas, seguido por Curitiba (55) e Brasília (20). Já as cidades com a menor taxa de bibliotecas para cada 100 mil habitantes são Salvador, com 0,06, Fortaleza, com 0,03, e Manaus, com 0,05. O levantamento mostra ainda que a Região Sul registra a taxa mais alta de bibliotecas para cada 100 mil habitantes (4), seguida pelo Centro-Oeste (2,93), Nordeste (2,23), Sudeste (2,12) e Norte (2,01). 

 

 

  

 
Mal na foto das bibliotecas

A Notícia – Joinville SC

  
Joinville tem o menor número de bibliotecas para cada 100 mil habitantes no Estado, aponta censo do Ministério da Cultura. Prefeitura argumenta que espaços públicos para leitura e pesquisa na cidade não foram contabilizados
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Joinville é a cidade catarinense com o pior índice de bibliotecas por 100 mil habitantes (0,20). Esta foi a avaliação do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais. A cidade com melhor índice no Estado é Balneário Camboriú (0,97).

 

No Sul do Brasil, Curitiba tem o melhor índice: 2,97. Já Santa Catarina é um dos Estados que se destacam no censo: é o segundo no ranking nacional, com índice de 4,52. A pequisa, desenvolvida pelo Ministério da Cultura, mostra que Joinville tem apenas duas estruturas públicas – a Biblioteca Rolf Colin, no Centro, e a Professor Gustavo Ohde, em Pirabeiraba – para atender a uma população de quase 500 mil moradores.A coordenadora das bibliotecas públicas da cidade, Alcione Pauli, afirma que a pesquisa deixou de contabilizar espaços em instituições de ensino e entidades públicas na cidade, que estão disponíveis para o acesso da população à pesquisa bibliográfica.

 

Entre os locais abertos à comunidade joinvilense e que não entraram no levantamento do Ministério da Cultura, ela destaca as do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), as ligadas à Fundação Cultural – Casa Museu Fritz Alt, Casa da Cultura, Museu de   Artes, Museu de Sambaqui e Arquivo Histórico. Além disso, relaciona as bibliotecas da Univille e da Udesc, que têm suas estruturas para pesquisa abertas não apenas aos universitários, mas à comunidade externa. Em todas elas, só não é permitido o empréstimo das obras e documentos, apenas consultas no local.

 

Alcione conta que, entre os projetos feitos em parceria com o governo federal, está o Programa Arca das Letras, desenvolvido nas comunidades da Estrada Blumenau, Alto Quiriri e Morro do Amaral. Outro projeto é o Casa Brasil, que segue o mesmo foco da aproximação dos livros com a população e é desenvolvido nos bairros Jarivatuba e Jardim Iririú. Ela explica que a proposta destes projetos é chamar a atenção da comunidade para os espaços, que antes eram pouco acessíveis para a pesquisa e agora estão disponíveis e podem ser aproveitados pela população.

 

 “O objetivo é fazer com que haja descentralização do acesso aos livros”, ressalta a coordenadora das bibliotecas públicas da cidade. Além da existência das bibliotecas de referência – Rolf Colin e Gustavo Ohde – a   Prefeitura de Joinville pretende fazer um trabalho com as secretarias regionais. O projeto piloto será na sede da regional do bairro Vila Nova. A previsão é de que ainda este ano ela esteja atendendo aos moradores com livros que serão disponibilizados para pesquisa e leitura.

 

O censo do Ministério da Cultura, realizado em todos os 5.565 municípios brasileiros – em 4.905 municípios foram realizadas visitas in loco para a investigação sobre a existência e condições de funcionamento – serviu de base para que fosse lançado um projeto para melhorar e ampliar o número de bibliotecas no País. Alcione explica que Joinville faz parte do projeto de estímulo a melhorias nesse setor, por meio do Programa Cidade do Livros. A iniciativa estimula ações de educação desenvolvidas nas bibliotecas existentes como contação de histórias, integração dos acervos públicos com os escolares, disponibilização de acervo em braile e também a proposta de melhorias dos prédios onde ficam as bibliotecas. “Temos uma proposta de ampliação da Rolf Colin. Mas não queremos fazer desta biblioteca um elefante branco. A ideia é expandir e diversificar o acesso nos bairros”, reforça Alcione. 

 

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