Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém. Foram estas as cidades-sede da videoconferência organizada em 22 de fevereiro pelo Ministério da Cultura (MinC) para discutir a Câmara Setorial do Livro e Leitura (CSLL).
O evento, coordenado de Brasília pelo coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura, Galeno Amorim, e por Juca Ferreira, secretário executivo do MinC, começou às 9h30 e permitiu que cada capital tivesse 10 minutos para expor suas idéias e críticas sobre a CSLL. A videoconferência foi acima de tudo participativa, pois a palavra foi concedida (por um minuto) a praticamente todos que quiseram usá-la. O apoio à criação da CSLL foi geral e unânime, embora houvesse críticas pontuais à composição da câmara e a sua proposta de ação. (O PublishNews disponibilizou neste link a composição e a proposta de ação da CSLL).
De maneira geral, exigiu-se uma maior participação regional. O Rio Grande do Sul, representado por Waldir da Silveira, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, observou que “falta na composição da CSLL uma participação mais regional“ e sugeriu que a CBL e o SNEL criassem um conselho de entidades regionais, o que seria uma maneira das aspirações regionais chegarem a Brasília.
A questão da representatividade regional encontrou eco em praticamente todas as capitais. No Ceará, Mileide Flores, presidente do Sindilivros (Sindicato do Comércio Varejista de Livros do Estado do Ceará), defendeu a existência de sub-câmaras regionais. Em Belém, os participantes apoiaram a idéia das sub-câmaras e lembraram a pouca participação amazônica. Já os representantes de Curitiba pediram representatividade estadual, além de regional.
No final do evento, Juca Ferreira se mostrou sensibilizado com a questão da participação regional. “Acho que precisamos ter no mínimo um representante de cada região na CSLL“, afirmou. “No entanto, não existe representatividade absoluta, e é preciso paciência, pois não sairemos de uma ausência de participação para uma participação 100% representativa de uma vez“, lembrou o secretário executivo do MinC.
Outras questões da videoconferência
Além da participação regional, outros temas foram recorrentes na videoconferência organizada pelo MinC, para debater a criação da Câmara Setorial do Livro e Leitura (CSLL). Um deles foi a questão do acesso aos livros para os deficientes visuais, que foi lembrada por alguns participantes, entre eles a escritora Marilza Matos, de Salvador, ela própria uma deficiente visual. Também colocou-se a enigmática necessidade de se discutir a questão dos livros para deficientes auditivos.
Outra questão que ganhou destaque no debate foi a participação de outras organizações na CSLL. Sugeriu-se a inclusão de entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Ainda no que se refere à composição da CSLL, a presença da ABDL (Associação Brasileira de Difusão do Livro) na posição de representante dos distribuidores de livros foi criticada pelo escritor mineiro André Carvalho e pelo distribuidor pernambucano Tiago Coutinho. A própria CBL sugeriu em sua participação que os distribuidores fossem representados por ela e pelo SNEL, e que a ABDL representasse livreiros e representantes ao lado da ANL.