Para Pisa, índice de avaliação e fundo são bons exemplos brasileiros

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Ainda que longe dos países com as melhores notas, o Brasil pode servir de exemplo para os EUA, segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). O sistema listou a divisão mais igualitária de recursos para Estados e municípios e a criação de índices de performance como boas práticas brasileiras.

 

A publicação “Bom desempenho e reformadores bem-sucedidos na educação: lições do Pisa para os Estados Unidos” (tradução livre) quer auxiliar esse país a cumprir sua nova agenda na educação e fala ainda de ações de Canadá, China, Finlândia e Alemanha, entre outros.

 

O relatório elogia o comprometimento com a área nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula e diz que os últimos ganhos do Brasil no Pisa “sugerem que o Brasil colocou em prática políticas federais baseadas numa visão coerente, que parece estar gerando aperfeiçoamentos consideráveis”.

 

Segundo a publicação,“o foco brasileiro na qualidade do professor, na responsabilização e no gerenciamento escolar está de acordo com as melhores práticas dos países com as melhores performances e pode ser um modelo para outros países que começam o caminho do aperfeiçoamento”.

 

Um exemplo de práticas acertadas, para o relatório, é a criação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que mede a qualidade da educação no Brasil, tendo como base modelos internacionais (o próprio Pisa e um modelo americano, o National Assessment of Educational Progress, uma avaliação nacional do progresso educacional) e produzindo índices até para cada escola. O Pisa acredita que a divulgação desses resultados tende a “criar pressão pública nos Estados e nas escolas que não estão melhorando”.

 

Outro elogio vai para o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), criado no governo Fernando Henrique e transformado em Fundeb pelo governo Lula (estendendo-o para toda a educação básica), que tornou o dinheiro disponível para a área mais igualitário: Estados, municípios e União colaboram para a reunião de recursos, que depois são divididos de acordo com o número de alunos.

 

Segundo o Pisa, o país, que investe 5% de seu PIB (Produto Interno Bruto) na educação pública, já gasta como a média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade que coordena o Pisa. “Assim, o financiamento insuficiente não é o problema. O desafio é a eficiência e a eficácia do sistema de ensino”, afirma o documento, que critica ainda a distribuição desigual de dinheiro entre diferentes níveis da educação, privilegiando o ensino superior.

 

Quanto à qualidade dos professores, o documento elogia a ideia do atual ministro da Educação, Fernando Haddad, de criar um exame nacional para novos professores [(“que pode ser uma estratégia para influenciar os programas educacionais para docentes nas universidades”) e do governo de José Serra (PSDB), no Estado de São Paulo, que promoveu testes para candidatos a vagas temporárias e estabeleceu avaliações de conhecimento entre os docentes da rede pública paulista como forma de promoção. O Pisa também elogia algumas práticas brasileiras para melhorar as técnicas de ensino, citando treinamentos oferecidos no Acre, no Ceará e em São Paulo.

 

Por fim, o relatório diz ainda que o Bolsa Família é um modo importante de incentivo para permanência na escola (para ganhar o benefício, os pais devem ter os filhos estudando), mas que o programa peca por não incentivar essas crianças a “trabalhar duro para conseguir excelência”.

 

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