Opinião: Crianças com livros serão adultos leitores

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

“Aos poucos, nossa população vai lendo mais. Esse é um indicador relevante para se viabilizarem as metas do desenvolvimento nacional”, afirma Antonio Luiz Rios. 

 A última ediçãoda pesquisa “Produção e vendas do setor editorial brasileiro”, há pouco divulgada e cujo ano base é 2013, mostra que as editoras comercializaram no mercado consumidor, principalmente por meio das livrarias, dentre outros canais de venda, 279,6 milhões de exemplares no ano passado.

O volume representa aumento de 4,13% em relação aos 268,56 milhões contabilizados em 2012. Aos poucos, nossa população vai lendo mais. Esse é um indicador relevante para se viabilizarem as metas do desenvolvimento nacional. Há, portanto, um avanço apontado pelo estudo, que é realizado anualmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e para o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). No entanto, o índice de leitura per capita poderia crescer mais rapidamente, incorporando-se grande contingente de leitores emcada geração, se esse saudável e educativo hábito fosse mais estimulado de maneira adequada desde a infância.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) confirma essa tese, também corroborada por especialistas da área do Ensino, ao lançar dois instrumentos para estimular a leitura nos anos iniciais da vida: kit de livros para crianças de até três anos e vídeo pedagógico.

O material, inicialmente destinado ao Programa Primeira Infância Completa, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, é um exemplo das possibilidades concretas de propiciar a leitura às crianças. Nesse sentido, as editoras brasileiras que publicam livros destinados aos leitores infantis, desde os primeiros anos da vida, também prestam um serviço inestimável ao país, pois contribuempara a formação de novas gerações de leitores e para que a cultura e o conhecimento cumpram crescente missão como fatores de fomento socioeconômico.

A importância do contato com a leitura antes dos três anos e emtodas as fases do crescimento evidencia-se em estudos e pesquisas sobre linguageme desenvolvimento. Em especial nos primeiros três anos da vida, a interação das crianças com os livros é fundamental para a construção de atitudes reflexivas, da subjetividade e da sensibilidade. A Unesco enfatiza esses conceitos.

Acrescenta-se que, nessa primeira etapa da vida, é interessante exercitar o vocabulário e a sintaxe, que exercemumpapel significativo no desempenho Escolar e como fatores de melhoria das habilidades de leitura nas séries subsequentes da Educação infantil. “O incentivo à leitura na primeira infância constitui-se em uma estratégia necessária para a aquisição de comportamentos de leitores, tanto em crianças quanto em seus familiares”, observa o texto da Unesco sobre o novo kit lançado em nosso país. Tais reflexões são oportunas no momento em que se realizou a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Um dos maiores eventos mundiais do gênero, foi interessante para as famílias apresentarem todo um universo de livros às suas crianças. O Nobel da Literatura em 2006, o escritor turco Orham Pamuk, disse que “certos livros dão a chave para transformar o mundo”. E o nosso grande poeta Mario Quintana emenda: “Os livros mudam as pessoas”. E mudam para melhor, convertendo crianças em jovens e adultos leitores e esses em indivíduos mais preparados para a vida, o exercício profissional e a construção coletiva de uma sociedade mais avançada, pluralista e equilibrada.

Menu de acessibilidade