O varejo de livros no Brasil um ano depois do início da pandemia

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Dia 11 de março de 2020: a Organização Mundial da Saúde declara que o mundo vive uma pandemia. Seis dias depois, o Brasil registra a sua primeira morte, um homem de 62 anos diabético e hipertenso. Pouco mais de um ano depois, o país já ultrapassa a marca de 370 mil brasileiros mortos pela doença.
Além de um caso de saúde púbica, a pandemia é uma questão econômica. A ciência comprova que os únicos modos de evitar a doença são a vacina, que chega em doses homeopáticas, e o isolamento social. Essa segunda recomendação afeta diretamente o comércio.

Desde 2015, a Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) acompanham o mercado livreiro brasileiro e publicam o Painel do Varejo de Livros no Brasil. O terceiro relatório de 2021 faz um comparativo com março de 2020, quando o varejo de livros começou a sentir o peso da pandemia em seus números. Nessa comparação, o varejo cresce 38,38% em número de exemplares e 28,46% em faturamento.

Em números absolutos, os estabelecimentos monitorados pela Nielsen registram a venda de 3.906.911 exemplares, o que redunda no faturamento de R$ 165.237.757,24. Em igual período de 2020, esses números eram: 2.823.411 cópias e R$ 128.629.582,15.

No entanto, Ismael Borges, gestor do Bookscan, ferramenta da Nielsen que monitora as vendas de livros no varejo brasileiro, faz um alerta: “Devemos comemorar o pujante crescimento mostrado no 3º Painel com olhar cuidadoso, levando em conta que esse período e os próximos serão comparados com uma base anterior que representou o pior momento da crise no que diz respeito ao funcionamento das lojas físicas com o início da pandemia no Brasil em 2020”.

O relatório de agora mostra as vendas realizadas entre os dias 1º e 28 de março de 2021. A Nielsen e o SNEL, no entanto, observam que apenas a última semana (22 a 28/03) evidencia o impacto efetivo da pandemia no negócio. O gráfico abaixo evidencia o impacto da pandemia nas vendas iniciada na última semana de março de 2020. Isolando essa semana e comparando com igual período de 2021, o crescimento é de 84,8%.

Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, aponta que passa a ser importante também fazer o cruzamento dos resultados do período analisado atual com o período imediatamente anterior, ou seja, observar as vendas de março de 2020 e compará-las com fevereiro de 2021. “Dessa forma, passamos a trabalhar com um parâmetro comparativo mais equilibrado, além de ser possível entender melhor o perfil do consumo de livros mês a mês”, argumenta.
Nessa base de comparação, o Painel registra crescimento de 3,6% em número de exemplares ao mesmo tempo em que nota queda de 4% no faturamento, possivelmente um reflexo das promoções realizadas durante a semana que compreendeu o Dia do Consumidor, celebrado no dia 15 de março.

No acumulado do ano, os estabelecimentos acompanhados pela Nielsen registraram a venda de 11,9 milhões de exemplares e faturamento de R$ 543,7 milhões. Na comparação com as 12 primeiras semanas de 2020, isso representa crescimento de 24,73% em volume e de 15,35% em valor.

Clique aqui para baixar a íntegra do relatório.

Metodologia

A Nielsen captura a venda de produtos que tenham ISBN em um conjunto de estabelecimentos – físicos e virtuais. A lista dos estabelecimentos aparece no fim dessa matéria. Os dados são processados e dão origem ao relatório.

Portanto, o que o Painel mostra é um panorama geral do varejo de livros no Brasil. Por questões contratuais da Nielsen com as varejistas, o documento não esmiúça o que foi realizado em lojas de argamassa e tijolo e aquilo que foi vendido em lojas exclusivamente virtuais.

Recentemente, Gerson Ramos, diretor comercial da Planeta, analisou, com profundidade, o relatório e escreveu um artigo para o PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN. Para ler ou reler, clique aqui.

Estabelecimentos monitorados pela Nielsen

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