Nova editora lança 120 títulos no semestre e disputa didáticos

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Com um investimento nos próximos três anos de R$ 50 milhões, foi lançada ontem a editora Escala Educacional, para competir no segmento de livros didáticos e paradidáticos, revistas e séries educativas. A nova editora nasce da sociedade entre a Editora Escala, de revistas como Flash, Principal e outros cerca de 400 títulos, e o ex-diretor superintentende da líder dos livros didáticos no País, a Ática e Scipione, Vicente Paz Fernandez. “Queremos subverter a regra vigente hoje no mercado editorial, de pequenas tiragens e alta margem de lucro. Optamos pelas grandes tiragens a preços acessíveis“, explica o presidente da Escala Editorial, Paz Fernandez.  
 
Sob o controle do empresário Hercílio de Lourenzi, a Editora Escala (com faturamento anual de R$ 200 milhões em 2003) já se utiliza da estratégia dos grandes volumes e do preço baixo como diferencial. “Na Escala Educacional vamos trilhar o mesmo caminho, sem obviamente esquecer de um alto padrão de qualidade. Já temos, por exemplo, um livrinho de caligrafia que sai a R$ 1,00 nas bancas“, conta Fernandez, oferecendo como parâmetro a própria experiência do governo. “Um livro de R$ 30 para o mercado privado sai a R$ 7 dentro da superescala dos livros didáticos para o ensino público“, compara.  
 
O executivo foi diretor-geral da Ática e Scipione por cinco anos, até há alguns meses, quando o grupo francês Vivendi vendeu os 50% do capital que detinha ao sócio, o Grupo Abril, que assumiu com isso 100% do capital. “Nosso plano aqui é estar entre as cinco maiores editoras do segmento de didáticos e educativos em três anos“, resume o experiente profissional, que além de sócio vai presidir a nova editora.  
 
A Escala Educacional vai atuar em quatro segmentos principais. O dos livros didáticos e dos paradidáticos (para rede pública e privada) e das revistas educacionais e séries sobre temas específicos (para bancas). Embora o lançamento oficial da nova editora tenha sido feito ontem no hotel Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, na semana passada, o novo selo já pôs nas bancas suas duas primeiras revistas educativas – Discutindo a Geografia (bimestral) e Desvendando a História (mensal).  
 
Os didáticos serão apresentados a partir de setembro, visando o mercado das escolas privadas para o ano letivo de 2005. A disputa do mercado público de didáticos é mais demorada. Começa agora, mas só vai poder render algum dividendo em 2006, porque num primeiro momento os títulos têm de ser apresentados ao conselho responsável pela avaliação de publicações, no Ministério da Educação e Cultura, e, aprovados, entram no catálogo de obras recomendadas em meados do ano que vem.  
 
O mercado da rede pública de ensino – do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) – é hoje o grande consumidor de livros no País. Este ano, por exemplo, o governo federal está comprando 114 milhões de exemplares de livros para alunos de todas as escolas federais, estaduais e municipais entre 5 e 8 séries. Além desses, serão adquiridos outros 2,7 milhões de livros no projeto piloto do Plano Nacional do Livro do Ensino Médio.  
 
Esta gigantesca aquisição de livros – que devem durar três anos e ser repassados de turma para outra – se concentra em quatro grandes editoras: a Ática Scipione, FTD, Saraiva e Moderna (esta última comprada pela espanhola Santillana). Juntas, ficam com mais de 80% de um mercado que no ano passado vendeu R$ 830 milhões – crescimento médio de 7% ao ano nos últimos anos. “Nenhuma dessas empresas detém menos de 13% a 14% do bolo. E é entre elas que pretendemos estar“, projeta Fernandez.  
 
A estrutura da nova editora, segundo o executivo, será enxuta, com cerca de 25 pessoas fixas e as demais atividades terceirizadas. “Montamos uma estrutura moderna para as revistas educativas. Temos os mestres (como geógrafos e historiadores) em sincronia com jornalistas, que fazem a tradução do texto técnico para o grande público“, conta o editor.  
 
 
 

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