Neste momento, escolas devem ficar fechadas na maioria dos estados do Brasil, diz grupo de pesquisadores

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O Observatório Covid-19 BR, grupo formado por 85 pesquisadores de instituições do país inteiro como Fiocruz e USP, publicou nesta terça-feira uma carta aberta defendendo o fechamento das escolas neste momento de alta de casos.

— Com esta nota estamos procurando chamar atenção que os riscos envolvidos na reabertura das escolas dependem do contexto local — afirma Lorena Barberia, pesquisadora da USP, que faz parte do Observatório Covid-19 — Também queremos chamar atenção ao conjunto de medidas que devem ser implantadas para garantir segurança e conseguir agir a tempo quando há casos nas escolas sejam de alunos, funcionários, ou professores.`

O Brasil bateu o recorde de média móvel de mortes nos últimos dez dias seguidos. Na última semana, foram mais de 1.500 óbitos de brasileiros por Covid-19 a cada dia, em média.

Segundo o protocolo do Centro de Controle de doenças americao (CDC), o ensino presencial representa risco elevado de transmissão e surtos quando o número de casos for maior que 100 casos por 100 mil habitantes, ou enquanto a taxa de positividade de casos ativos.

A nota ainda ressalta que o Brasil não tem um sistema sistemático de testagem que possa avaliar esses números com exatidão. Com isso, dizem os pesquisadores, os casos registrados são uma subestimativa do total por 100 mil habitantes.

No entanto, `mesmo assim, por ambos os cristérios, temos evidência de que o país vive uma situação alarmante. E por ambos os critérios hoje as escolas devem ficar fechadas na maioria dos estados do Brasil`, afirma a carta.

Treze estados, mais o Distrito Federal, autorizam a abertura de escolas privadas, segundo levantamento da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep). Além disso, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), oito redes estaduais têm aulas no modelo híbrido, em que parte dos estudantes está presencialmente em sala de aula por alguns dias da semana.

Na carta, os pesquisadores ainda afirmam que há alto risco de transmissão nas comunidades escolares, principalmente porque as interações envolvem grupos de pessoas, por tempo prolongado, em geral em ambientes fechados.

`Além disso, a grande maioria dos alunos, professores e funcionários dependem de transporte coletivo para o trajeto de casa para as escolas. Ademais, na maioria das escolas públicas, não foram disponibilizadas condições estruturais e funcionais para que as medidas de proteção sejam plenamente seguidas`, afirmam.

Ainda de acordo com os pesquisadores, as redes devem, neste momento, tomar três medidas:

1. Criação e/ou manutenção de cartões de merenda ou outras formas de auxílio para a garantia da alimentação dos alunos e alunas.

2. Monitoramento da situação de vulnerabilidade social e mental de alunos e alunas e de seus familiares, por meio de uma comissão intersetorial e integrada a outras secretarias, formada por exemplo, por educadores, agentes comunitários de saúde, conselheiros tutelares, profissionais de saúde mental e assistentes sociais.

3. Fornecimento de equipamentos e rede móvel para que todos os alunos e alunas possam ter acesso às aulas de forma remota.

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