Muniz Sodré quer criar o Bolsa Livro

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Embora ainda não tenha aceitado formalmente o convite para ocupar a presidência da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), o escritor e professor da Escola de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Muniz Sodré já faz planos para sua gestão. Ele disse estar disposto a aceitar o convite feito pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, há 12 dias. 
 
Muniz Sodré afirmou que sua prioridade será a formulação de uma nova política nacional de livros, que apelidou de Bolsa Livro. A meta é que todas as famílias do Bolsa Família recebam pelo menos um livro até o fim do mandato, em dezembro de 2006. “A maioria da população pobre não tem sequer um livro em casa. Acho possível alcançarmos essa meta até o fim do ano que vem.“ Para isso, pretende recorrer a estatais, como Petrobrás e BNDES, e empresários. “Estamos vivendo um momento em que é possível sensibilizar o empresariado“, disse ele, apesar de reconhecer que a falta de recursos é a principal dificuldade para a boa gestão. 
 
AUDITORIA 
 
Por enquanto, Muniz Sodré se recusa a comentar se vai abrir auditoria para investigar a gestão de seu antecessor, o bibliófilo e editor Pedro Corrêa do Lago. 
 
Corrêa do Lago pediu demissão há dez dias, por questões pessoais, mas depois que o Ministério Público Federal abriu contra ele ação por improbidade administrativa. Sua editora, a Livraria Corrêa do Lago, faz a revista Nossa História, que desde 2003 usava com fins lucrativos o acervo da biblioteca sem retribuição à FBN. 
 
Outro episódio que contribuiu para o pedido de demissão foi o furto de 150 fotografias raras – só 20 foram recuperadas. Segundo a Polícia Federal, os ladrões eram especialistas no assunto e tiveram acesso à biblioteca durante a greve dos servidores do Ministério da Cultura, entre 4 de abril e 12 de julho. 
 
Sem se referir ao antecessor, Muniz Sodré disse que garantir uma boa gestão será uma das maiores dificuldades, atrás apenas da falta de recursos: “A má gestão se parece com o mau trato da coisa pública e daí para a corrupção é um pulo. A gestão da coisa pública é uma questão de cautela. Temos de nos virar sem usufruto pessoal.“  

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