Ministro analisa resultados do Saeb

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O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, destacou hoje durante a divulgação dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), edição 2001, que o desempenho estável dos alunos, comparado com o levantamento feito em 1999, mostra que o ensino avançou em conseqüência de fatores como a melhoria das escolas, maior qualificação dos professores, distribuição correta do livro didático e a qualidade da merenda escolar. A estabilidade nesse caso, explica o ministro, representa avanço, porque o sistema incorporou um grande contingente de crianças e adolescentes que antes não tinham acesso à escola. 
 
O sistema público é que vem dando conta da incorporação de alunos. Então, os resultados mostram que o País vai no rumo certo, não só incorporando crianças e jovens na escola, mas cuidando da qualidade do ensino. 
 
Paulo Renato também explicou que o ingresso de alunos mais velhos em relação à série correspondente, foi um dos motivos que jogaram a média do Saeb para baixo, mas que é preferível ter esses estudantes na escola do que fora dela. “A média fica deprimida, mas ter os jovens dentro da escola é uma excelente notícia para o país”, diz.  
 
A repetência é outro fator que contribui para diminuir o desempenho do aluno, segundo estudo encomendado pelo Ministério da Educação à Fundação Getúlio Vargas, à Universidade de São Paulo e à Universidade Católica do Rio de Janeiro. E combater a repetência, explica o ministro, é responsabilidade da escola e dos professores. “Os programas foram desenhados para que os alunos aprendam, não são programas impossíveis de serem ensinados e de serem absorvidos pelos alunos. Se isso está acontecendo, temos que buscar dentro da escola a correção dos rumos e não simplesmente responsabilizar o aluno pelo fracasso”, afirma. 
 
O ministro também defendeu o sistema de ciclos como uma das formas de fazer o aluno avançar e não simplesmente repetir. A repetência diminui a auto-estima porque coloca estudantes de idades e interesses diferentes numa mesma classe. “Eu sou favorável, porque o ciclo significa mais avaliação e se o aluno não foi bem numa prova, a deficiência deve ser corrigida pelo professor antes da próxima avaliação”, destaca. 
 
Pesquisa – O Saeb 2001 é uma avaliação feita com 288 mil alunos de sete mil escolas públicas e privadas de todos estados, que estudam nas 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e na 3ª série do ensino médio. A pesquisa mostrou rendimento estável dos alunos da 8ª série do ensino fundamental e dos da 3ª série do ensino médio e uma variação negativa para aqueles que estudam na 4ª série do ensino fundamental. Os alunos foram avaliados nos conteúdos de Matemática e Língua Portuguesa. O Saeb é realizado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) a cada dois anos. 
 
Hábito de leitura e lição de casa faz a diferença

A análise dos dados coletados pelo Saeb indica que o fator “hábito de leitura” está associado ao desempenho dos alunos avaliados. A média é maior, em todas as séries avaliadas entre os estudantes que afirmam ter costume de ler livros, jornais e revistas. A diferença de rendimento relacionado a essa característica pode chegar, na prova de Matemática, a 13 pontos na 8ª série do ensino fundamental, e a 10 pontos, na 3ª série do ensino médio. Em Língua Portuguesa, a pontuação cresce, respectivamente, 11 e 20 pontos considerando esse fator.

Para estimular o hábito de leitura, o Ministério da Educação criou o Programa Literatura em Minha Casa, que destinou uma coleção com cinco livros para cada um dos oito milhões de alunos das 4ª e 5ª séries do ensino fundamental da rede pública. Outra ação de incentivo à leitura teve início em 1997: o Programa Biblioteca da Escola, responsável pelo envio de livros técnico-pedagógicos para os professores e de literatura infanto-juvenil às bibliotecas.

Uma outra prática que influencia no rendimento do aluno é o hábito de fazer a lição de casa, uma atividade que de acordo com a análise dos resultados do Saeb é essencial, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental. Em Matemática, os alunos da 4ª série que fazem a lição de casa obtêm 18 pontos a mais em seu desempenho, e a média fica 23 pontos acima em Língua Portuguesa.

Professores – A qualificação do professor também interfere no desempenho dos estudantes. Docentes com grau de formação superior têm efeito positivo sobre o rendimento escolar e o impacto ocorre, principalmente, nas séries iniciais da Educação básica. Em Língua Portuguesa, podem ser observados acréscimos de até 10 pontos na média da 4ª série e de 8 pontos na 8ª série do ensino fundamental quando o professor já concluiu o curso de graduação. Na 3ª série do ensino médio, a elevação é de 3 pontos. O impacto da formação docente é diferenciado entre as séries, dependendo do índice de professores que possui o curso superior.

Quanto maior for o número de professores com a graduação na série analisada, menos a variável terá influência na pontuação. Em um universo onde 100% dos professores, tenham curso superior, a formação não deverá fazer diferença. De acordo com o Censo Escolar 2002, entre as funções docentes que atuam de 1ª a 4ª série, 30% têm curso superior. De 5ª a 8ª série e no ensino médio, 75% e 89%,respectivamente já terminaram a graduação.

Em relação à formação dos professores, uma das mais importantes iniciativas do Ministério da Educação, foi a implementação, em 1997, do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Manutenção do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef), que introduziu uma nova estrutura de financiamento e estímulo à Educação e de combate às diferenças regionais. De acordo com a lei, 60% dos recursos do Fundef devem ser aplicados na melhoria salarial e qualificação dos docentes.

Maiores informações no site do MEC

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