MinC completa 20 anos de sua criação

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No dia 15 de março, o ministro Gilberto Gil reuniu seis ex-ministros da Cultura para comemorar os 20 anos de criação do MinC. Eles almoçaram juntos e puderam conversar sobre a importância da Cultura brasileira.  
 
 
Está criado o Conselho Informal de Afetividade e Consultas dos Ex-Ministros da Cultura 
 
A proposta feita pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, deu um tom prático ao encontro histórico que marcou a comemoração dos 20 anos de criação do Ministério da Cultura, realizada hoje em Brasília. 
 
Com muito afeto, carinho e vontade de fortalecer o MinC, os ex-ministros da Cultura aceitaram o convite feito por Gilberto Gil e vieram à Brasília. Almoçaram e depois participaram de um seminário sobre os “20 Anos de MinC”.  
 
O professor Aloísio Pimenta, que praticamente fundou o MinC junto com José Aparecido; o ex-governador Hugo Napoleão; o ex-secretário Ipojuca Pontes; os embaixadores Sérgio Paulo Roaunet e Jerônimo Moscardo; além do escritor e poeta mineiro Luiz Roberto Nascimento, saudaram os 20 anos de MinC e deram inúmeras contribuições e idéias para o fortalecimento do órgão de cultura.  
 
O ministro fundador José Aparecido de Oliveira não pode comparecer por problemas de saúde e o ex-ministro Francisco Wefort desculpou-se por ter compromisso marcado anteriormente.  
 
Os dois outros ex- ministros, o escritor e acadêmico Antônio Houaiss e o economista Celso Furtado, ambos já falecidos, foram lembrados por todos os presentes.  
 
Foi num clima amistoso e descontraído, que os ministros se encontram para almoçar no restaurante O Convento. Lá, relembraram fatos, histórias, propostas, lances políticos e pitorescos de suas passagens pelo Ministério da Cultura.  
 
Plano da Afetividade  
 
O ministro Gilberto Gil recordou que desde os primeiros dias à frente do MinC, em 2003, pensou em reunir os ex-ministros “no plano da afetividade” para trocar idéias e quem sabe formar um colegiado informal de consultas mútuas. “Um conselho que se debruçasse sobre os problemas da cultura brasileira”, resumiu Gilberto Gil.  
 
O ex-ministro Aloísio Pimenta lembrou que viveu 17 anos no exílio político na Inglaterra, China, Japão e Índia e que “de lá de fora aprendeu a ver o Brasil, suas riquezas materiais e culturais”.  
 
“Mas a maior riqueza do Brasil é sua gente”, disse ele, lembrando que ao assumir o cargo de ministro levou um índio para falar na Voz do Brasil e que o diretor do programa lhe comunicou: “Mas ministro, a Voz do Brasil não pode transmitir em língua estrangeira”. Ele, então, retrucou: “Estrangeiro somos nós, meu filho, que falamos português.”  
 
O ex-governador Hugo Napoleão ficou apenas alguns poucos meses do MinC, mas também deu o seu depoimento saudando a gestão do ministro Gilberto Gil.  
 
O ex-secretário Ipojuca Pontes disse que Gil conduz o atual MinC “com uma alegria dionisíaca”. “Não tive condições históricos de exercer com tanto brilho”, confessou Ipojuca.  
 
Os embaixadores Sérgio Paulo Roaunet e Jerônimo Moscardo também fizeram inúmeras considerações sobre visões da cultura brasileira. Roaunet, criador da Lei de Renúncia Fiscal para a Cultura, falou da dicotomia entre cultura nacional e estrangeira, popular e erudita, de governamental e mercadológica. Moscardo pediu que o ministro Gilberto Gil se posicione contra o imperialismo cultural, pois a “invasão das nossas cabeças é mais fatal do que a invasão de nossos territórios”.  
 
“Ministro Gil, o senhor está proibido de ser modesto. Cultura não cabe em um ministério. Cultura é caso de um magistério”, disse o embaixador Moscardo.  
 
Já Luiz Roberto Nascimento Silva lembrou a importância do governo Itamar Franco, quando foi consolidado a Lei de Incentivo ao Cinema e ao Audiovisual. 
 
 
 
Carta do Presidente da República sobre 20 Anos de MinC 
 
 
“Brasília, 15 de março de 2005.  
 
Senhor Ministro,  
 
Na oportunidade da comemoração do 20º aniversário de criação do Ministério da Cultura, envio-lhe efusivos cumprimentos, extensivos a seus auxiliares próximos e a todos os que labutam no ministério para valorização da cultura brasileira. É digna de nota a estóica dedicação do quadro de servidores do MinC, que apesar de todas as dificultades mantêm o entusiasmo na realização do seu trabalho.  
 
Foi bastante lúcida e feliz a decisão de emancipar a área cultural do antigo Ministério da Educação e Cultura transformando-a em pasta autônoma. Embora educação e cultura estejam interligadas, esta última requer métodos próprios de estudo e diferenciado gerenciamento.  
 
Ao longo desses vinte anos, muito se tem feito no ministério em prol da cultura brasileira. Contudo, há de se destacar a diversificação de enfoque operada na gestão do atual ministro: além da atenção dada tradicionalmente pelo órgão à vertente erudita de nossa expressão cultural, Gilberto Gil, em sintonia com o pensamento e o espírito do nosso governo, vem dando igual ênfase às manifestações culturais populares. Vem convertendo-as, pelo apoio do poder público, em instrumentos de inclusão social.  
 
Apesar de tudo o que já se fez, muito ainda há por fazer. A riquíssima cultura brasileira, pela variada mescla de origens, vai continuar a merecer a atenção do MinC, quer no apoio à expressão musical, às manifestações folclóricas, às artes cênicas, ao artesanato e na defesa da língua portuguesa – legítimo veículo de expressão da nossa cultura – diante do contínuo fluxo estrangeiro trazido pelos meios de comunicação.  
 
Parabéns, mais uma vez, ao Ministério da Cultura: que muitos outros aniversários venha ainda comemorar incrementando a extensa folha de serviços prestados à Nação.” 
 
 
Luiz Inácio Lula da Silva 
Presidente da República 
 

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