Metade dos professores está sobrecarregada, desmotivada, ansiosa e cansada, diz pesquisa

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Metade dos professores de educação básica do país estão desmotivados (49%), sobrecarregados (55%), ansiosos (47%) e cansados (46%), segundo pesquisa do Instituto Península obtida com exclusividade pelo O GLOBO. Esse é o impacto da pandemia nos educadores, que aguardam avidamente pela rotina de reencontros seguros com seus alunos e o fim da necessidade de protocolos. Hoje, o país celebra o Dia do Professor.

— A educação se dá na relação duradoura entre professor e aluno. Se uma das partes está doente, como vimos na pesquisa, essa relação não vai produzir os resultados que precisa — analisa Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península. — Neste momento, é preciso acolher. Aceitar que está acontecendo e que os professores estão cansados.

O levantamento chamado “Desafios e Perspectivas da Educação: uma visão dos professores durante a pandemia” ouviu 2.500 docentes e gestores escolares de todas as etapas de ensino da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) das redes municipais, estaduais e privada na primeira quinzena de setembro desse ano.

— Mas mesmo exausto, o professores falam que escolheriam o ofício. Existe um vinculo com a profissão e os alunos assustador — afirma Morel, diretora do instituto que fez diversas pesquisas com docentes ao longo da pandemia. — Mesmo com o auge do medo com medo de ser contaminado e de toda a preocupação de se reinventar, eles falavam que continuavam gostando da profissão.

Neste momento, o Brasil está voltando plenamente para as salas de aula na maior parte do país no modelo híbrido — na qual parte das aulas é feita à distância, e parte presencial — e nove estados já estão com 100% das crianças nas turmas.

Felipe Nobrega, de 34 anos, é um dos desmotivados. Professor de História de escolas estaduais na periferia de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, ele conta que a falta de continuidade pedagógica é o principal fator para esse cenário.

— A minha falta de motivação está muito ligada a não conseguir engrenar um trabalho. Não conseguimos vislumbrar um projeto de médio prazo. O rompimento de um projeto pedagógico é o que nos joga no chão — avalia Nobrega.

Para ele, no entanto, há luz no fim do túnel: reencontrar os estudantes diariamente.

— Melhoro a cada dia que eu volto para a sala de aula e tive alunos para conversar. Esse estado anímico melhora pela escola, pelo encontro, por saber que vou estar com os alunos na turma e ter algo para conversar com eles. E vai ser melhor a cada dia — afirma o professor.

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