Mercado editorial sofre redução de pontos-de-venda e de tiragens

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O mercado de livros do país vive um dilema: como escapar do círculo vicioso em que os pontos-de-venda para os cerca de 2 mil títulos lançados mensalmente pelas editoras vêm diminuindo, o que conduz a tiragens cada vez menores – com exceção de poucos best-sellers –, e, consequentemente, preços mais altos e menos leitores. 
 
Entidades do setor e senadores entendem que é preciso incentivar o hábito da leitura, como ponto de partida para mudar esse cenário. Divulgada no fim do ano passado, sob o patrocínio conjunto do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), pesquisa revelou que houve crescimento discreto nas vendas em 2007, mesmo com uma redução do número de títulos publicados. Porém, um dado mostra a fragilidade do mercado consumidor: quase metade dos exemplares produzidos foi vendida ao governo, para atendimento aos vários programas de livro didático, científico etc. 
 
O brasileiro lê bem menos que os habitantes dos países desenvolvidos. Aqui, são, em média, 2,4 livros por ano, contra dez nos EUA e 15 em países como Suécia e Dinamarca. E apenas 0,9 desses 2,4 livros anuais lidos não são obras didáticas. As diferenças regionais brasileiras também conspiram contra o crescimento do hábito da leitura, já que só havia livrarias em 30% dos 5.564 municípios. 
 
Não é exato o número de livrarias porque é fácil se obter um registro de funcionamento, mesmo que o negócio principal não seja livros. Mas é seguro afirmar-se que o Brasil tem hoje menos de 2.700 livrarias, 70% das quais são de pequeno e médio porte. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), esse número é pequeno para um país com 190 milhões de pessoas. Segundo Vitor Tavares, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), um número razoável seria de 4.900 livrarias. A ANL avalia que faltam incentivos para que mais livrarias sejam abertas e profissionalização para as já existentes.  
 
– O Brasil é responsável por 50% da produção de livros da América Latina. O ideal seria o funcionamento de no mínimo 10 mil livrarias para atender de maneira razoável à população. No entanto, 89% dos municípios brasileiros não têm livrarias. É um quadro dramático que constrange aqueles que têm uma visão de nação – lamenta o senador Tião Viana (PT-AC). Segundo a pesquisa da CBL e do Snel, em 2007 foram comercializados mais de 329 milhões de livros no país, gerando um faturamento que, pela primeira vez, rompeu a barreira dos R$ 3 bilhões. Levantamento mais recente pode indicar que o setor obteve resultado melhor em 2008. Ouvidas pela ANL, as livrarias apostam que o setor pode ter crescido 10,46%. Se a crise não atrapalhar, esperam repetir o desempenho este ano. 
 
– O aquecimento do setor deve-se ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro e às diversas campanhas e políticas de difusão do livro, muitas delas por iniciativas governamentais, que estimularam a leitura, principalmente a infanto-juvenil, segmento que mais cresceu. Não podemos deixar de destacar, ainda, a desoneração do PIS/ Confins, que ajudou a manter o preço médio do livro abaixo da inflação – avalia o presidente da ANL, Vitor Tavares.  
 
 

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