A meta do Plano de Desenvolvimento da Educação de alfabetizar ao ano 1,3 milhão de pessoas deve ser atingida em 2009. A previsão é do diretor de Políticas da Educação de Jovens e Adultos do MEC (Ministério da Educação), Jorge Teles. Segundo ele, o programa Brasil Alfabetizado tem formado por ano de 1 milhão.
“Em cinco anos de programa, as pessoas mais sensíveis à alfabetização já aderiram. Agora você precisar atrair as pessoas analfabetas que têm menos disposição a estudar, é mais difícil captar esse público para o processo educativo“, analisa o diretor.
Para 2009, além da ampliação do número de atendidos pelo Brasil Alfabetizado, outras novidades são a distribuição de livros didáticos específicos para esse público e o desenvolvimento de projetos de leitura para consolidar as ferramentas de uso da língua escrita e falada.
“A gente considera importante a possibilidade de continuidade formal [ensino fundamental e médio], mas agora estamos lançando uma política de fomento à leitura para que o alfabetizado use no dia-a-dia o que ele aprendeu no curso. Você só se apropria do conteúdo se você usar na vida“, defende.
Para a professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista em educação de jovens e adultos, Cláudia Vóvio, o Brasil Alfabetizado atinge um número pequeno de pessoas em relação à demanda potencial da alfabetização: 14,3 milhões de brasileiros.
“Faltam programas para muitas pessoas, o Brasil Alfabetizado é uma das iniciativas. É preciso pensar as orientações em cada esfera de governo, muitas vezes os alunos não conseguem continuar os estudos porque no município não há oferta de ensino fundamental. A aprendizagem precisa ser consolidada e acaba se perdendo“, alerta.
O curso do Brasil Alfabetizado tem duração de seis meses e, segundo Jorge Teles, a meta é chegar a 4 mil municípios em 2008. A verba para o programa, que este ano foi de R$ 200 milhões, é repassada a estados e municípios, responsáveis por coordenar as turmas. Os alfabetizadores recebem uma bolsa de R$ 250, repassados diretamente pelo MEC.
“Com um programa nacional, a gente consegue organizar a política de forma que a alfabetização seja uma porta de entrada para a educação e não uma campanha em si“, acredita o diretor.
Brasil sediará conferência internacional sobre educação de jovens e adultos
Agência Brasil
Em maio de 2009 o Brasil vai sediar a 6ª Confintea (Conferência Internacional de Educação de Adultos). O encontro é convocado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura) de 12 em 12 anos. Está será a primeira vez que a conferência acontecerá no hemisfério sul.
“É uma conferência muito importante na área educacional. O Brasil vai ser anfitrião e durante algum tempo será vitrine para o resto do mundo, isso pode servir como um grande estímulo para o desenvolvimento das políticas na área“, avalia o especialista em educação de jovens e adultos da Unesco, Timothy Ireland.
A última edição da Confintea foi em Hamburgo, na Alemanha, em 1997. Cerca de 150 delegações dos estados-membros da Unesco compareceram ao evento. Timothy espera a mesma participação no encontro brasileiro, que ocorrerá entre os dias 19 e 22 de maio em Belém (PA).
O objetivo da Confintea é promover o reconhecimento da educação desse público e traçar um panorama global da situação do ensino de jovens e adultos no mundo.