Lula abre Bienal do Livro

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A 18ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, inaugurada ontem, foi a primeira a contar com um presidente da República em sua abertura. Em seu discurso, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai fortalecer a política cultural no país e difundir a necessidade da leitura. Lula lembrou ainda que no Brasil 52% das crianças das escolas primárias não conseguem interpretar um texto lido. “Precisamos, como governantes, fazer um esforço para que o gosto pela leitura seja adquirido no ensino primário. Desta forma, as crianças deixarão de ler apenas a orelha dos livros e passarão a ler o livro inteiro. É uma questão de educação“, disse Lula. Durante a visita aos estandes da Bienal, Lula foi presenteado com livros do escritor Ziraldo, do geógrafo Milton Santos e do ex-deputado Dante de Oliveira. O governador Geraldo Alckmin e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, fizeram discursos parecidos, enfatizando a importância da leitura e lembrando que os brasileiros ainda não se interessam por literatura como deveriam. Alckmin disse que, até o fim do ano, irá construir bibliotecas nos municípios que ainda não as tenham. 
 
Lula chama de “erro histórico“ sistema de ciclos   
Caio Maia da Folha Online  
 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “erro histórico“ o sistema de ciclos no ensino fundamental (1ª a 8ª série), nesta quinta-feira (15), durante a abertura da 18ª Bienal internacional do Livro de São Paulo. Desta vez, a crítica aconteceu na presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB) –São Paulo e Minas Gerais são os únicos Estados que têm mais da metade dos alunos em escolas que adotam exclusivamente o método. Em 22 unidades da federação, esse percentual não chega a 10%. Lula já tinha atacado os ciclos no começo do mês, em Araras (SP), ao inaugurar uma fábrica. O sistema substitui as séries tradicionais. O aluno só pode ser reprovado ao final de duas, três ou quatro séries. Parte dos especialistas consideram um avanço por garantir a permanência e o aprendizado; outra vê como tentativa de mascarar a repetência.  
 
“Temos de reparar um erro histórico da educação no nosso país nos últimos anos. Se não é exigido nenhum teste, podemos estar formando analfabetos dentro da sala de aula“, discursou Lula. A gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) incentivou a adoção do sistema. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, facultou aos Estados a implantação do sistema. Lula voltou a afirmar que pediu ao ministro da Educação, Tarso Genro, que crie um método de avaliação no sistema fundamental. O presidente já demonstrou vontade de instituir provas anuais (ou semestrais), que seriam feitas por todos os 35,3 milhões de alunos do ensino fundamental.  
 
Presentes – Durante a visita aos estandes da Bienal, Lula foi presenteado com livros do escritor Ziraldo, do geógrafo Milton Santos e do ex-deputado Dante de Oliveira (autor da emenda que instituía eleições diretas para a Presidência da República, durante o período de regime militar).  
 
Mais discursos – O governador Geraldo Alckmin e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, fizeram discursos parecidos, enfatizando a importância da leitura e lembrando que os brasileiros ainda não se interessam pelo assunto. Alckmin disse que, até o fim do ano, irá construir bibliotecas nos municípios que ainda não as tenham  

Gigantes no ringue
Folha de S. Paulo, Cassiano Elek Machado

Nem Record, nem Rocco, nem Companhia das Letras. As editoras mais “badaladas“ não são os maiorais na Bienal do Livro de São Paulo. Na geopolítica do maior evento editorial do país, os verdadeiros donos do pedaço são as menos lembradas editoras universitárias, cristãs e de livros escolares. Os três segmentos têm os maiores estandes da feira. Desta vez o maior latifúndio tem uma série de novidades. A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo abocanhou 932 metros quadrados e chamou para seu espaço uma fila de “convidados“. Nessa área ficarão a Associação Brasileira das Editoras Universitárias, a Associação Brasileira de Imprensas Oficiais e, novidades de 2004, uma série de ONGs e a TV Cultura, que produzirá um programa diário sobre o evento. Outra das “gigantes desconhecidas“ no ringue da Bienal, a Associação Brasileira das Editoras Cristãs também chega à 18ª edição da feira “subsidiando“. Se a Imprensa Oficial convidou sem cobrar ou com preços mais suaves uma série de parceiros, a instituição cristã também sublocou partes de seus 740 metros quadrados por valores bem pequenos. Segundo o diretor executivo da Abec, Whaner Endo, algumas editoras chegaram a pagar R$ 500 para exibirem seus livros. “Achamos que a Bienal é um espaço importante para exibirmos nosso trabalho, que não têm espaço na mídia. Um autor como Rick Warren [autor de Uma Vida com Propósitos, editora Vida] já vendeu 80 mil exemplares em menos de um ano, e só falam de Lya Luft“, diz Endo. O maior “rebanho“, porém, não é das cristãs. Editoras como Saraiva (dona do terceiro estande da Bienal, com 420 metros quadrados), Ática, Scipione, Moderna e FTD é que recebem tradicionalmente mais visitas: são as editoras de livros infantis e escolares, sempre no caminho das centenas de milhares de crianças que enformigam os corredores da Bienal.

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