Livros e ânimos renovados

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No Brasil, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), são repostos anualmente 15% dos livros didáticos fornecidos para as escolas públicas.

 

Na região Norte a taxa de reposição de livros é ainda maior: 20% (o dobro do que é trocado na região Sul). Esses materiais substituídos são livros muito danificados ou aqueles que o aluno não devolveu para a escola ao final do ano letivo. Ao se deparar com esse cenário, a Escola Estadual Waldemiro Peres Lustoza, de Manaus (AM), iniciou em 2010 o Projeto de Conservação do Livro Didático, com o intuito de mudar a atitude dos alunos em relação ao cuidado com o material e ao interesse pelas atividades pedagógicas.

“Após um levantamento feito pela bibliotecária da escola, nos surpreendemos com o número de livros rasgados ou inutilizados que faziam parte do nosso cotidiano escolar. E isso contribuía para que os alunos não despertassem para o uso do livro na sala de aula nem ao menos para realizar as tarefas”, afirma a diretora da escola, Ione Bezerra. Ela explica que o primeiro passo do projeto é um convite para que os alunos conheçam a proposta, na qual os professores buscam conscientizar os jovens sobre a importância dos livros e também sobre os inves¬timentos realizados.

  

“Após esse trabalho de conscientização, os alunos fazem na sua própria sala um levantamento de quantos livros precisam ir para a oficina e em seguida recolhem esses livros para serem restaurados. O trabalho de restauração é feito no refeitório da escola”, conta a diretora.

O projeto ocorre durante todo o ano letivo e envolve 120 alunos no turno matutino e outros 140 no vespertino. Todos os estudantes são da 4ª e 5ª séries. Para a professora Anabela Haddad, os resultados dentro da sala de aula não poderiam ser melhores. “O comportamento dos alunos em relação ao uso do livro didático é totalmente diferente Todos os alunos participantes do projeto estão mais aplicados nos deveres escolares e conseguem entender o enunciado das questões nos livros. É como se os mesmos estivessem descobrindo algo que estava ali o tempo todo, mas eles ainda não tinham prestado atenção”, atesta Anabela.

Os bons resultados não se limitaram apenas às salas de aula. No mês de março de 2012, a escola foi uma das vencedoras na categoria regional do concurso Ações Inovadoras na Gestão do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), promovido pelo FNDE. A premiação funcionou como um incentivo extra para alunos e professores, de acordo com Ione: “toda escola ficou mais motivada no sentido de cuidar melhor da ferramenta importante que é o livro didático”.

 

A professora Anabela reforça o sentimento da diretora, dizendo que “agora temos alunos mais ativos, responsáveis, preocupados com esse bem tão importante. Esses alunos passaram a representar a escola como agentes transformadores e cultivadores de ações que envolvam a leitura e o cuidado com o livro didático”.

As atividades do Projeto de Conservação do Livro Didático não devem ficar restritas às salas de aula da escola Waldemiro Peres Lustoza. Segundo a diretora Ione Bezerra, “fomos convidados a apresentar os trabalhos escritos pelos alunos e expor as ações do projeto durante uma feira literária aqui na cidade de Manaus, o que deixou alunos e professores eufóricos e participativos”.

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