Lei estimula produção editorial

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Sancionada em agosto, a lei nº 11.161, da obrigatoriedade da oferta de cursos de espanhol no Ensino Médio, mesmo que de forma incipiente, já começa a estimular a produção de títulos em espanhol no Brasil.  
 
– Por conta da lei, já há pedido de material didático. É a primeira vez que o governo federal faz licitação de livros em espanhol – comenta Bernardo Gurbanov, da CBL.  
 
Segundo a gerente de marketing do departamento de idiomas da Moderna – editora que faz parte do grupo espanhol Santillana -, a lei já começou a render frutos. Só na semana passada – conta – inscreveram oito obras didáticas em espanhol para a avaliação do Ministério da Educação.  
 
Breno Lerner, da Melhoramentos, destaca que as vendas de títulos em espanhol, este ano, devem chegar a 3% do faturamento da editora. Um aumento de 2% em relação a 2004, muito devido às compras governamentais.  
 
O diretor-geral da Global, no entanto, faz uma ressalva:  
 
– As editoras de língua espanhola vão entrar forte no mercado brasileiro por conta da lei. Eles deixaram isso claro em Guadalajara. Nós teremos que reagir, aumentando nossa produção em espanhol – alerta Luiz Alves Jr. 
 
 
 
Brasil se firma no mercado latino na Feira de Guadalajara  
 
Misto da Feira de Frankfurt com a Bienal do Livro, a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, se firma como a mais representativa para o mercado editorial hispano-americano. Em sua 19º edição, que termina hoje, o Brasil consolida sua crescente atuação como exportador de livros. Com um estímulo extra: a lei, sancionada pelo presidente Lula, que tornou obrigatória a oferta de cursos de espanhol em todas as escolas.  
 
Maior exportadora de autores brasileiros publicados em língua espanhola, a Melhoramentos sai desta edição otimista. Se ano passado os acordos fechados na Feira chegaram a US$ 150 mil, as expectativas agora são ainda mais altas:  
 
– Foi um sucesso a reunião com bibliotecários americanos, que trabalham com títulos em português e em espanhol. A americana Houghton Mifflin mostrou muito interesse numa série de títulos e na compra de direitos autorais – comemora Breno Lerner, diretor-geral da Melhoramentos.  
 
No páreo está a Global – segunda no ranking de exportações de títulos em espanhol.  
 
– Só de negócios fechados na Feira, já podemos calcular um aumento de 40%. Fechamos grandes acordos com Estados Unidos, Colômbia e México – revela, de Guadalajara, o diretor da Global, Luiz Alves Jr.  
 
Apesar de ainda ser um grande comprador de livros, o Brasil, segundo o vice-presidente da Câmara Brasileira de Livros (CBL), Bernardo Gurbanov, está crescendo nas exportações:  
 
– O fato de muitas editoras editarem direto em espanhol já é sinal de crescimento. Além de se ganhar também em economia de escala – afirma o representante da CBL, que deu apoio logístico aos 23 expositores do estande brasileiro.  
 
Pela primeira vez na Feira, a agente literária Lúcia Riff ficou impressionada com as grandes compras das bibliotecas e ressaltou o interesse dos europeus nos escritores brasileiros:  
 
– Apesar de o forte de Guadalajara não ser a venda de direitos, três editoras européias (italiana, francesa e portuguesa) praticamente fecharam a compra dos direitos autorais do recém-lançado O vôo da guará vermelha (Objetiva), de Maria Valéria Rezende – conta a dona da agência literária BMSR.  
 
Gerente comercial da Cortez, Antonio Erivan Gomes acredita que o evento se tornou o principal para editores brasileiros que têm intenção de ampliar os negócios com os países latino-americanos. Segundo o diretor executivo da Rideel, Italo Amadio, Guadalajara é uma referência no mercado nacional e em toda América Latina. É o lugar ideal para iniciar novos contatos e futuros negócios. 

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