O ministro da Educação, Cristovam Buarque, participou ontem, 11, do lançamento da Bolsa de Valores Sociais (BVS), uma iniciativa da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) que visa atrair investimentos em projetos educacionais. Na oportunidade, tomou posse o Conselho de Administração da BVS, do qual o ministro Cristovam Buarque será integrante.
Com a BVS, as Organizações Não Governamentais (ONGs) passam a contar com um eficiente instrumento de captação de recursos de pessoas físicas e jurídicas para desenvolverem programas e projetos de Educação destinados a crianças e jovens de sete a 25 anos.
Para se candidatar a receber recursos da BVS as ONGs devem preencher a ficha de inscrição, disponível no site , ou fazer o download do formulário e enviar para o e-mail social@bovespa.com.br ou para a Caixa postal 19158, CEP 04505-970, São Paulo. A BVS dará prioridade a projetos educacionais que atendam as áreas ambiental, esportiva, cultural, profissionalizante, de cidadania e de saúde. As entidades selecionadas receberão a visita de especialistas.
Funcionamento – A BVS reproduzirá o ambiente de uma bolsa de valores. A Bovespa e corretoras a ela associadas apresentarão aos investidores um portfólio de projetos que necessitam de recursos. O investidor – ou qualquer pessoa física e jurídica – escolhe um ou mais projetos educacionais e “compra as ações“, por meio de doações que podem ser feitas pelo site da BVS ou por intermédio de uma das corretoras associadas à Bovespa.
O investidor social poderá acompanhar o desenvolvimento do programa escolhido pelo site. As ONGs beneficiadas com o programa fornecerão, trimestralmente, relatórios com o balanço e o andamento dos seus projetos. Na opinião do superintendente executivo de Administração da Bovespa, Marcos Costa e Silva, muitas pessoas querem fazer doações, mas se intimidam por não poderem acompanhar como seu dinheiro está sendo utilizado. Isso por falta de tempo ou por causa da distância geográfica entre quem faz doações e o projeto beneficiado. Com a BVS, isso muda. “As ONGs mostrarão transparência e prestarão contas do que estão gastando e como estão desenvolvendo suas ações. Os projetos serão avaliados por equipes técnicas e referenciadas“, lembra Marcos Costa e Silva. O Conselho da BVS, que se reunirá duas vezes ao ano, também acompanhará os projetos.
Investimentos – A BVS foi desenvolvida pela Atitude Marketing Social e teve investimento inicial da Bovespa de R$ 400 mil. Os custos com infra-estrutura para recebimento, análise e seleção dos projetos e administração da BVS serão absorvidos pela Bovespa, uma instituição com 115 anos de existência e alta credibilidade no mercado de bolsas de valores.
Marcos Costa e Silva destaca que a rede de relacionamentos da Bovespa, principalmente com os bancos, é enorme, o que proporciona alta capilaridade e amplitude à BVS. O superintendente da Bovespa acredita que, em 50 dias, os primeiros projetos de ONGs estejam selecionados para integrar a BVS. As entidades listadas na BVS ganharão o selo “Organização Listada na Bolsa de Valores Sociais“, que representará o reconhecimento da Bovespa quanto à qualidade e à transparência da instituição.
Conselheiros – São eles: Antoninho Marmo Trevisan, presidente da Trevisan Auditores Associados; Elizabeth Serra, presidente da Fundação Nacional do Livro; Cristovam Buarque, ministro da Educação; Daniel Feffer, presidente do Instituto Ecofuturo; Daniela Mercury, embaixadora da Unicef no Brasil; Evelyn Iochpe, presidente da Fundação Iochpe; Gilberto Dimenstein, jornalista; Guiomar Namo, diretora executiva da Fundação Victor Civita; João Paulo Capobianco, secretário de Biodiversidade e Florestas; Kaká Werá Jecupé, fundador do Instituto Arapoty; Léo Voigt, presidente do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife); Milu Vilela, presidente do MAM e do Itaú Cultural; Raí Oliveira, presidente da Fundação Gol de Letra; Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança.