Investimentos do MEC diminuem 13% em 2013, após oito anos de expansão

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Destaque da Esplanada pelo bom desempenho na execução orçamentária nos últimos anos, o Ministério da Educação (MEC) perdeu fôlego nos investimentos em 2013 e não está mais entre as três pastas mais eficientes nos aportes a projetos do governo federal.

De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a pasta comandada por Aloizio Mercadante – de saída da Educação para assumir a Casa Civil – investiu R$ 7,75 bilhões de janeiro a novembro do ano passado, valor 13% inferior aos R$ 8,90 bilhões investidos no mesmo intervalo de 2012, sem descontar a inflação do período. O Tesouro divulga hoje a execução orçamentária federal consolidada de 2013.

O resultado interrompeu trajetória ascendente de oito anos dos investimentos da União em Ensino. Em 2005, o MEC era o sexto ministério que mais investia, com aportes de R$ 503,9 milhões. Até 2012, os investimentos educacionais tiveram crescimento corrente de mais de 1.500% e ficaram em segundo lugar no ranking dos ministérios, atrás apenas dos R$ 13,75 bilhões aplicados pelo Ministério das Cidades, que é turbinado pelos recursos do programa de habitação social Minha Casa, Minha Vida.

Por meio da assessoria de imprensa, a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SOP) do MEC argumentou que boa parte dos recurso da pasta é repassada a governos estaduais e prefeituras, o que pode atrasar o lançamento de valores na rubrica investimentos, diferentemente da dinâmica orçamentária de outros ministérios.

“O fato de o valor efetivamente pago no exercício de 2013 ter sido menor que o valor pago no exercício de 2012 não pode ser interpretado unicamente como queda do valor investido, pois há condições estabelecidas pela norma legal para a realização dos pagamentos. Assim, o investimento fica assegurado pela emissão da nota de empenho e sua inscrição em restos a pagar”, informou a área técnica do MEC.

A SOP sustenta que o real valor de aportes do MEC em 2013 foi de R$ 12,6 bilhões, levando em conta os restos a pagar, considerados “investimentos assegurados” pela pasta. Os técnicos do MEC também culparam o atraso de três meses na aprovação da Lei Orçamentária Anual e as eleições de 2012 para justificar a desaceleração dos investimentos do MEC em 2013.

“Somente 55% dos prefeitos que disputaram a reeleição foram reeleitos. Isso significa que pouco mais de 1.500 municípios mantiveram a mesma administração de 2012 para 2013. Dessa forma, aproximadamente 73% dos municípios iniciaram o ano de 2013 com a posse de novos prefeitos, que no primeiro semestre ainda estavam se inteirando da administração ocasionando atraso no envio de projetos ao FNDE [braço financeiro de projetos educacionais do MEC]”.

Além da desaceleração, os investimentos do MEC apresentaram uma reconfiguração de seu perfil. Até 2012, a pasta vinha aplicando mais recursos em programas e projetos da Educação básica, onde o país é mais vulnerável. Em 2013, os aportes direcionados a avanços no Ensino superior foram mais altos.

O MEC direcionou investimentos de R$ 2,66 bilhões para graduação e pós-graduação de janeiro a novembro de 2013, crescimento de 54% sobre R$ 1,73 bilhão no mesmo período de 2012. Os gastos se concentraram no programa Restruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e na manutenção das instituições. Nessas duas rubricas foram aplicados: R$ 2 bilhões.

O investimento na Educação básica caiu de R$ 3,19 bilhões de janeiro a novembro de 2012 para R$ 2 bilhões no mesmo período de 2013. O programa Dinheiro Direto na Escola, com R$ 699,4 milhões transferidos, foi o que mais consumiu recursos do MEC para o Ensino fundamental e médio. A Educação infantil, parte do Ensino básico, teve aporte de R$ 608,1 milhões de janeiro a novembro de 2013, ante R$ 984,7 milhões em 2012.

 

Menu de acessibilidade