Internet: acesso desigual afeta qualidade do ensino

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Pesquisa revela que menos da metade (44%) da média dos jovens entre 9 e 17 anos têm acesso à Internet na escola. Nas classes A e B, na mesma idade, 56% navegam na rede. Os dados, da pesquisa divulgada neste mês (em 3/5) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), revelam mais uma forma de discriminação social no país, capaz de interferir na formação de alunos e gerar desequilíbrio na concorrência para acesso à universidade e ao mercado de trabalho.

A qualidade da conexão é outro problema. Para 39% das crianças e adolescentes das classes D e E, a conexão é considerada ruim; e atinge 18%, na mesma faixa etária, nas classes A e B. A falta de créditos no celular impede acesso a 22% do grupo mais pobre; e para 25%, ocorre eventualmente.

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que avaliou 79 países em 2018, apontou o Brasil como uma das cinco economias mais desiguais do mundo. Em ciência e leitura, por exemplo, é o 3º país mais desigual. E a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicou que alunos de maior poder aquisitivo tiveram resultado de 100 pontos a mais, em comparação aos mais pobres.

Com isso, o avanço digital na educação torna-se excludente, segundo Guelda Andrade, secretária de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “A pesquisa mostra o que a CNTE já tem denunciado: desigualdade no acesso à educação pública. A Internet faz parte da organização curricular da escola pública. Quando não se tem acesso na escola e nem em casa, isso aprofunda a desigualdade social (…). Não são dadas condições de acesso iguais a todos, e isso o Estado deve prover”, argumenta.

Pesquisa

Publicado por Correio do Povo em 11/05/2023.

 

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