Informação é a arma do futuro para os jovens

Eles ditam as tendências da internet e os novos rumos da comunicação, mas, ao mesmo tempo, são os mais vulneráveis aos impactos nocivos do ambiente digital.

Os jovens, especialmente os de comunidades marginalizadas, estão no centro da revolução digital, mas são os mais vulneráveis a seus impactos nocivos. Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2023, 84% dos brasileiros com dez anos ou mais têm acesso à internet.

Entretanto, cerca de 67% da população preta e parda está conectada, mas enfrenta dificuldades de acesso e qualidade de conexão, especialmente nas classes D e E. Esses jovens, muitas vezes limitados a dispositivos móveis e a redes de baixa qualidade, lidam com uma desigualdade digital que reflete as disparidades sociais do país.

Essa desigualdade também se reflete na educação: 24% dos jovens negros e pardos não concluíram a educação básica; entre indígenas, a taxa é de 28%. Fora da escola, enfrentam barreiras digitais que limitam não só o aprendizado mas também a inserção econômica e social.

O uso intenso da internet é mais notável entre jovens de 16 a 24 anos, que preferem plataformas como YouTube, TikTok e Instagram para informação e entretenimento, moldando novas tendências de consumo. Muitos não apenas consomem mas produzem conteúdo, criando vídeos e podcasts e fazendo postagens que ampliam visões de mundo e dão voz a novas narrativas. Esse cenário dinâmico pressiona o jornalismo a adaptar seus formatos para engajar um público cada vez mais conectado.

A popularidade de apostas online entre jovens também revela outro aspecto da desigualdade digital.

Dados do Datafolha mostram que um terço dos brasileiros de 16 a 24 anos já fez apostas virtuais, atraídos pela promessa de ganhos fáceis, mas expostos a riscos econômicos e sociais. Para os que enfrentam barreiras socioeconômicas, as informações falsas e enganosas podem ter um impacto devastador. Se a internet se tornou um campo de batalha cheio de disputa de interesses, precisamos armar os jovens e as crianças para essa guerra!

O cenário intensifica a exposição de jovens à desinformação, colocando em risco aqueles que têm pouco acesso a uma educação crítica sobre o conteúdo online. Nesse contexto, é essencial que o jornalismo não se limite a informar, mas assuma um papel educador, ajudando a formar uma geração que compreenda o poder da informação e que possa navegar com consciência pelos desafios digitais.

Políticas públicas de inclusão digital são urgentes para mitigar essa desigualdade e garantir que o ambiente digital não reproduza as barreiras encontradas no mundo offline.

A internet define as oportunidades e os desafios do futuro, e garantir o acesso igualitário e crítico à informação não é apenas uma questão de justiça digital, mas de justiça social.

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