Grandes cidades debatem estratégias de incentivo à leitura

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Apenas 19,4% das escolas públicas do ensino fundamental têm uma biblioteca. As que possuem, em sua maioria, reservaram uma sala pequena e sem atrativos para construir ali o espaço que deveria servir de incentivo à leitura. Os profissionais que cuidam do acervo costumam ser os que não gostam ou não se identificam com as salas de aula. Os dados são da Avaliação Diagnóstica do Programa Nacional Biblioteca da Escola, pesquisa desenvolvida, em 2005, pela Associação Latino-Americana de Pesquisa e Ação Cultural em 196 escolas de ensino fundamental localizadas em 19 municípios de oito estados brasileiros.  
 
A pesquisa motivou a Política de Formação de Leitores do Ministério da Educação. “Para além da distribuição de livros didáticos e literários, o foco das ações do ministério é a criação de leitores e o incentivo à leitura entre os estudantes.“ Quem garante é a coordenadora-geral de Estudos e Avaliação do MEC, Jane Cristina da Silva. A especialista esteve reunida, nesta quinta-feira, 8, com 150 gestores educacionais dos municípios com mais de 163 mil habitantes. O fórum Política de livro e leitura: acervo de obras pedagógicas complementares fez parte da programação do 6º Grupo de Trabalho das Capitais e Grandes Cidades que está sendo realizado na Academia de Tênis, em Brasília, e vai até a próxima sexta-feira, 9. 
 
Vinda de Carapicuíba (SP), a secretária interina de educação Maria Izaura contou que em sua cidade já existem práticas de incentivo à leitura. “Temos dois profissionais em cada escola que são responsáveis exclusivamente pelas salas de leitura“, relatou. No município, que fica no interior de São Paulo, as escolas têm salas de leitura e bibliotecas. As salas de leitura recebem as turmas de alunos uma vez por semana. Juntos, estudantes e professores lêem e contam histórias. “Eles podem até mudar o final dos livros se quiserem“, explicou Maria Izaura.  
 
Entretanto, o exemplo de Carapicuíba é raro. As práticas de incentivo à leitura ainda não são uma constante no Brasil. O Retrato da Leitura no Brasil, estudo feito em 2000 por entidades de livros e fabricantes de papel, trouxe dados importantes como o fato de 53% dos compradores de livros estarem na região Sudeste. A pesquisa demonstrou, ainda, que o hábito da leitura está diretamente ligado ao índice de escolaridade e às condições de acesso ao livro.  
 
Estratégias – As táticas adotadas pelo MEC para garantir a formação de leitores vão além da aquisição e distribuição de acervos. A formação continuada de profissionais da escola e da biblioteca é uma dessas estratégias. A intenção é garantir que os docentes sejam também leitores e não apenas profissionais que ensinam a ler. “Não conseguiremos incentivar os alunos a ler sem que os professores sejam também bons leitores“, esclareceu Jane Silva. Desde novembro de 2006, o ministério edita a Revista Leituras, que traz discussões sobre o tema e fornece instrumentos e práticas pedagógicas para os professores.  
 
A ampliação do acesso às obras literárias também surge como parte da política de formação de leitores. Este ano, acervos do Programa Nacional Biblioteca da Escola passaram a ser entregues em escolas de educação infantil e ensino médio. Todas as escolas públicas brasileiras devem receber, no mínimo, 139 livros.  
 

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