Governo deve rever planos de incentivo à leitura, diz representante do MEC

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Os resultados de uma pesquisa sobre hábitos de leitura no Brasil repercutiram junto ao governo federal. Durante audiência pública sobre o assunto, na ultima quinta-feira (29), na Comissão de Educação e Cultura da Câmara, a representante do Ministério da Educação, Suelly Teixeira Mello, disse que as ações desenvolvidas em parceria com o ministério da Cultura precisam ser revistas.

 

“O Ministério da Educação tem muito interesse em fazer um novo encontro com o Instituto Pró-Livro, com o Ministério da Cultura, para que a gente redefina e qualifique um pouco mais as ações, juntamente com o Legislativo”, afirmou.

De acordo com a representante, os professores têm sido o “ator social” que mais indica os livros. Ainda assim, as escolas não estariam cumprindo seu papel de produzir leitores para a vida inteira.

 

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope para o Instituto Pró-Livro, mostrou que metade da população brasileira assume que não lê. Enquanto a outra metade, os que se declaram leitores, leem em média dois livros inteiros por ano e parte de outros dois – e já entram nessa soma os livros usados em sala de aula. Esse número, aliás, foi um pouco pior que aquele encontrado em outra pesquisa, realizada em 2007.

 

Essa falta de interesse nacional pela leitura não seria de hoje. Durante décadas, o Brasil teve o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Pró-ler). Em 2006, um ano depois de realizar várias mobilizações junto à sociedade para buscar soluções para criar um país de leitores, o governo lançou um novo programa, o Plano Nacional de Livro e Leitura.

 

Já no final do ano passado, foi anunciada mais uma iniciativa, a do livro a no máximo dez reais, prometida para sair do papel ainda em 2012. Tudo isso, contudo, não tem se revertido em resultados práticos.

 

Insuficiência

Na avaliação do presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, essas medidas são insuficientes. “Nesses últimos anos, desde que o plano foi criado, foram implantadas mais de 1.500 bibliotecas, mais de mil pontos de leitura, mais de quatro mil agentes de leitura, várias ações importantes. O problema é que o buraco é muito maior e o volume de recursos é insuficiente para a demanda.”, afirmou.

 

Beto Oliveira

 

Fátima Bezerra anunciou que pretende incluir vale-livro no PNE.

Segundo Galeno, o Brasil está chegando perto da meta de ter pelo menos uma biblioteca pública por município. O problema apontado pela pesquisa é que três em cada quatro brasileiros nunca foram a uma biblioteca, sendo que um terço dessas pessoas afirmou que não há nada capaz de fazê-las frequentar uma. Em seu tempo livre, o brasileiro prefere assistir a televisão, ouvir música, usar a internet, assistir a filmes, conversar e sair com amigos e apenas como sétima opção, ler.

 

Parlamento

A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), que sugeriu o debate, acredita que os parlamentares podem ajudar a reverter a situação, ao cobrar resultados dos ministérios da Cultura e da Educação, além de envolver a sociedade nas políticas públicas voltadas para enfrentar esse quadro.

 

Fátima Bezerra anunciou na audiência que o relatório do Plano Nacional de Educação (PL 8035/10), que está em debate na Câmara, incluirá como meta a criação de um vale-livro para professores, já que eles são apontados como os maiores influenciadores de leitura.

 

 

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