Governo, cliente-chave do livro escolar

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A Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), que reúne as empresas do segmento de livros escolares – mercado que movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano no País – não tem poupado esforços para ver aprovadas, no Orçamento da União, verbas que garantam a manutenção e ampliação do programa de compras de livros do governo para o ensino médio.

Para o presidente da Abrelivros, João Arinos, o ideal é que o Orçamento da União para 2006 aprove integralmente a emenda que destina cerca de R$ 200 milhões para a compra de livros para o ensino médio pelo Ministério da Educação (MEC).

Além de presidente da associação, Arinos é também diretor-geral da Abril Educação que pertence, desde fevereiro do ano passado, às editoras Ática e Scipione, que juntas lideram o mercado brasileiro de livros didáticos, com 36% do setor privado e 30% do governamental.

Arinos considera o programa do MEC de distribuição de livros para o ensino médio, criado há dois anos, essencial dentro da filosofia de livros escolares do governo. “Antes deste programa a média era de menos de meio livro por aluno/ano nas escolas públicas de segundo grau“, conta. “Com o programa, no ano passado foram distribuídos livros de duas disciplinas, português e matemática, para as escolas públicas de segundo grau de todo o País. Nossa intenção é, em 2006, aumentar a distribuição para pelo menos para quatro disciplinas“, afirma o executivo.

“Este programa é muito importante para complementar a ação do MEC no setor e um importante investimento em educação, setor vital para o desenvolvimento do País“, diz Arinos. O Ministério da Educação é atualmente o maior comprador de livros do mundo.

Segundo ele, o processo de compra de livros didáticos pelo governo e a distribuição para alunos foi um dos aspectos positivos da educação do País, segundo relatório da Unesco divulgado no início do mês.

De acordo com o MEC, indiretamente 31 milhões de estudantes da primeira a oitava série da rede pública são beneficiados a cada ano. Em quantidade média, no Brasil, anualmente, são comercializados 290 milhões de livros em todo o mercado editorial. Deste total, 155 milhões são escolares. A Abrelivros com 29 sócios reúne praticamente todas as editoras de livros didáticos no território brasileiro.

A aprovação da emenda é considerada uma preciosa alavanca para o crescimento do faturamento do setor em 2006. Afinal, o governo é o grande comprador do segmento responsável por cerca de 55% do faturamento de R$ 1 bilhão.

“A iniciativa privada é um segmento razoavelmente estável e com a perspectiva de estabilidade da economia não deve haver grandes mudanças“, afirma Arinos. “A expectativa é que este incremento venha das compras governamentais.“ Arinos se diz confiante na aprovação do Orçamento até o final deste de janeiro ou início do próximo mês.

Além de consumir quase a metade dos 155 mil livros escolares publicados no Brasil, as escolas particulares criaram, ao longo do tempo – especialmente por meio do chamados “sistemas de ensino“ – um mercado de apostilas que, de clandestino há alguns anos, tem conquistado total legalidade.

As apostilas correspondem hoje a 30% dos gastos com material didático nas escolas particulares. “Não deixa de ser uma concorrência“, diz Arinos. “Mas é um mercado que tem interessado a várias editora que têm investidos nelas. A Scipione, por exemplo, criou o selo “Ajuda Escola“ exatamente para investir em apostilas.

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