Geração nem-nem’: um a cada cinco jovens não estuda nem trabalha no Brasil; veja dados

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Dos 49 milhões de brasileiros na faixa dos 15 aos 29 anos em todo o País, 20% não estudam nem trabalham – um porcentual um pouco menor do que o de 2019, quando o número chegou a 22,4% –, mas, ainda assim, considerado muito alto. Essa é a chamada geração nem-nem: nem estuda nem trabalha. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) – Educação, 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda nesta faixa etária (15 aos 29 anos), 15,7% dos jovens estavam ocupados e estudando, 25,2% estudavam, mas não trabalhavam e 39,1% estavam ocupados e não estudavam. Quando perguntados sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado a escola, esses jovens apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário (40,2%), ainda que nem sempre consigam arrumar emprego. A gravidez (22,4%) e a necessidade de realizar tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) foram outras razões que apareceram com frequência entre as mulheres.

A PNAD – Educação traz informações atualizadas sobre os níveis de educação no País em todas as faixas etárias a partir dos cinco anos de idade. A despeito de a situação na área ainda estar longe da ideal, os números mostram que, de forma geral, vem melhorando ano a ano.

No Brasil, em 2022, havia 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,6% – uma redução de 0,5 ponto porcentual em relação a 2019, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 490 mil analfabetos em 2022. O analfabetismo está diretamente associado à idade no País. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.

Em 2022, eram 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 16,0% para esse grupo etário. Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 9,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,6% entre a população de 15 anos ou mais. Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo um maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças

Pela primeira vez, mais da metade da população de 25 anos ou mais (53,2%) havia concluído a educação básica obrigatória, ou seja tinham o ensino médio completo. O trabalho destaca também o aumento do porcentual de pessoas com o ensino superior completo, que subiu de 17,5% em 2019 para 19,2% em 2022.

A taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos de idade em 2022 alcançou 99,4% – o equivalente a 26,2 milhões de estudantes – um patamar elevado que vem se mantendo alto desde 2016, muito próximo da meta de universalização do ensino do Programa Nacional de Educação. A taxa de escolarização entre os jovens de 14 a 17 anos aumentou 2,2 pontos porcentuais de 2019 a 2022, alcançando 92,2%.

As pessoas de 18 a 24 anos são aquelas que, idealmente, estariam frequentando o ensino superior se tiverem completado a educação básica na idade adequada, segundo o trabalho do IBGE. No entanto, essa nem sempre é a realidade brasileira. O estudo mostra que, nesta faixa etária, 30,4% estavam sendo escolarizadas em 2022 (número parecido ao registrado em 2019). Deste total, no entanto, somente 20,8% frequentavam cursos de educação superior. Os demais 10,3% estavam atrasados, cursando ainda a educação básica.

Publicado por Estadão em 07/06/2023.

Menu de acessibilidade