Frankfurt veio e foi

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Há um ano Galeno Amorim recebeu o bastão do país homenageado das mãos dos neozelandeses na Feira de Frankfurt. De lá pra cá, a indústria mudou de cara e foi para Frankfurt baseada em outros pilares. Primeiramente, houve grandes mudanças no governo, com a ministra Marta Suplicy substituindo Ana Buarque de Hollanda. Ao todo, foram 3 ministros da cultura a trabalhar no projeto do Brasil em Frankfurt.

 

 

“Eu fechei esse contrato com Juca Ferreira”, lembrou o presidente da Feira de Frankfurt, Juergen Boos, na conferência de encerramento, no último sábado.   Na Biblioteca Nacional, Renato Lessa entrou no lugar de Galeno Amorim e José Castilho voltou, junto com o PNLLD, para Brasília.   Houve intensificação dos programas de tradução, resultando em cerca de 270 obras brasileiras publicadas na Alemanha no último ano.  

 

Os players digitais (Amazon, Kobo, Apple books e Google books) aterrissaram no Brasil, dando a largada para a digitalização do mercado editorial.   O mercado ganhou uma nova ferramenta de análise de vendas, a Nielsen BookScan, que inusitadamente se instalou em um país onde a GfK também atua. 

 

Tivemos uma Bienal Internacional do Livro onde a Alemanha foi país homenageado.   Passamos por inúmeras discussões sobre o orçamento de R$ 18,9 milhões da participação brasileira em Frankfurt, com o presidente da FBN Renato Lessa levantando inclusive a questão da contribuição das editoras no evento – o que não foi bem recebido pelo mercado. Houve também, como era esperado, reclamações sobre a lista dos autores convidados pelo governo a participar do evento.   Praticamente na véspera da Feira, foram apontados irregularidades nas licitações do governo de reservas de quartos de hotel. Ouvimos também a reação, digamos, “peculiar” da imprensa alemã em relação à lista de autores brasileiros.

 

A cereja do bolo foi a polêmica da desistência de Paulo Coelho.   Durante a feira, autores brasileiros mostraram apoio aos professores em greve do Rio de Janeiro, Ziraldo passou mal (mas já passa bem) e Paulo Lins esclareceu a questão sobre o racismo na lista dos escritores. Mas o que mais repercutiu no Brasil foi sem dúvida o discurso de abertura do escritor Luiz Ruffato, que foi comentado em várias mesas, inclusive no encerramento, dando o tom da participação dos autores no evento. “Eu já havia lido livros do Ruffato”, comentou Boos na conferência de encerramento, “não acho que foi por acaso que vocês o escolheram. Ele sabe retratar muito bem a sociedade”. Tanto Boos quanto Lessa aprovaram o discurso de abertura. “O discurso do Ruffato foi de encontro com a ideia que queríamos mostrar do Brasil aqui”, comentou Lessa. “Vocês quebraram uma imagem que muitos alemães tinham do Brasil antes da Feira”, completou Boos.  

 

Em números, foram, ao todo, R$18,9 milhões investidos na participação do Brasil na Feira, 651 eventos relacionados ao Brasil (dos quais 226 foram promovidos pelo Brasil) na Alemanha e uma média de 60 mil visitantes ao pavilhão brasileiro. Houve também um aumento de vendas de copyright de US$ 495 mil em 2010 para US$ 1,2 milhão em 2012, segundo Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira do Livro.    Em Frankfurt, fala-se agora de Finlândia, o país ‘cool’ homenageado em 2014, com o melhor sistema de bibliotecas e primeiro lugar em educação, segundo informou o ministro finlandês da Cultura e Esporte Paavo Arhinmäki durante a Feira. Bem diferente do Brasil. Mas tudo bem, por aqui fala-se agora de Bolonha, Paris, Londres – e ao mesmo tempo de não ir para mais lugar algum.

 

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